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Claudia Rodrigues: "Me sinto vitoriosa por superar a esclerose"

Após se submeter a um transplante de células-tronco e alcançar resultados positivos, Claudia Rodrigues vive momentos de fortalecimento da fé

Ana Bardella Publicado em 05/05/2017, às 17h00 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h45

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Entrevista Claudia Rodrigues - Rogério Pallatta
Entrevista Claudia Rodrigues - Rogério Pallatta

Na luta contra a esclerose múltipla, Claudinha, como é conhecida a comediante de 46 anos, tem sido uma adversária dura na queda. Foram anos de tratamentos à base de remédios com efeitos colaterais até, finalmente, encontrar o caminho mais adequado para conter o avanço do problema: um transplante de células-tronco. Apesar de ter vivido momentos delicados após o procedimento, os resultados dos exames comprovam uma melhora do quadro. Graças a isso, a intérprete tem certeza: valeu a pena encarar o desafio! Em entrevista à AnaMaria, ela fala sobre suas conquistas e planos para o futuro:


Onde você vive atualmente?

Estou internada na clínica Cevisa [cevisa.org.br], no interior de São Paulo, desde outubro do ano passado e vou permanecer aqui até junho, depois volto para o Rio. É um local maravilhoso, agitado. Acordo todos os dias às 6 horas da manhã e começo as atividades. Faço fisioterapia, hidroginástica, pilates, massagens... É uma rotina puxada! Mas vou feliz da vida, superanimada.

Você pode dizer que o seu transplante foi bem-sucedido?

Graças a Deus, fiz os exames e estou muito melhor. Existe uma escala que mede os impactos da esclerose na vida do paciente [quanto maior o número, pior o estado de saúde]. Eu regredi vários pontos [Em 2010, a média foi 9. Depois do transplante, 7. Agora, 5]. Não tenho mais depressão nem problemas para falar. Inclusive, já voltei a decorar textos. Isso tudo é muito bom! Está faltando melhorar o equilíbrio do corpo, mas com os exercícios físicos ele logo estará melhor.

Após o transplante você ficou reclusa. Como foi essa experiência?

Triste, muita solidão. Rezava todos os dias, pois sabia que passaria. Sou animada e não podia fazer nada, ficava muito tempo parada.

E a sensação de voltar à vida social?

É ótima! A gente só sente falta daquilo que não tem. Hoje, meu relacionamento com a família e amigos está melhor porque nossa convivência é mais intensa.

Como foi o assalto que sofreu em julho de 2016?

Um trauma grande. Quebrei o tornozelo e não pude colocar o pé no chão durante dois meses! A violência com que aconteceu gerou uma perturbação emocional...

Voltará a atuar?

Já estou gravando para meu canal do YouTube [Claudia Rodrigues Show], mas vai ao ar no segundo semestre.

Sua filha está com você?

A Iza [14 anos] mora comigo na clínica. Ela está amando o interior! Isso me surpreendeu, pois não sabia se uma carioca da gema gostaria da mudança... Ela fica superempolgada ao ver a mãe melhorando. Tem sido parceira, me apoiado em tudo... Nós vamos estrear uma peça juntas. Ela tem talento para a comédia, está na veia. Nós não vivemos uma sem a outra.

E as amizades?

Tenho cinco amigos com quem posso contar. Por mais que não queira, eles vêm até mim. Às vezes, falo: “Gente, na boa, me larguem”, mas não adianta [risos].

Seu estado de espírito hoje é mais otimista?

Totalmente! É como se eu não tivesse mais esclerose múltipla, mesmo com sequelas. Me sinto vitoriosa, venci essa doença. Hoje, consigo fazer tudo, sououtra pessoa, com mais ânimo de viver.

E sua espiritualidade ficou fortalecida?

Claro! Na clínica, temos muita leitura bíblica, e um pastor explica de tudo. Além disso, sou católica praticante. Vou à missa todo sábado, faço orações diariamente. Sinto que preciso falar com Deus, isso faz muita diferença. Ele é tudo na minha vida e foi graças a ele, minha filha, a equipe médica e a Adriane [Bonato, amiga e empresária] que consegui vencer a esclerose.

Que ensinamentos tira disso tudo?

Depois do transplante estou mais paciente, as pessoas estão até estranhando. Tento amar o próximo e ajudar os outros, porque sei que nada vem de graça. Uma mão lava a outra. Devemos ser pessoas do bem, sempre.


Relembre a história de Claudinha!

2000: Ela sentiu formigamento durante uma apresentação. Ao investigar, descobriu que estava com esclerose múltipla. Seu drama só se tornou público em 2006.


2007: Iniciou as gravações da terceira temporada de A Diarista (Globo), mas, como não conseguia memorizar as falas de Marinete, interrompeu o trabalho.


2010 - 2012: Outros surtos da doença aconteceram, deixando-a com visão turva, falta de equilíbrio e memória, e fala arrastada.


2013: Fez a última grande participação na Globo, como Ofélia, no Zorra Total. Depois disso, apenas aparições esporádicas.


2015: No final do ano, se submeteu ao transplante de células-tronco, que retira as células doentes do corpo e as substitui por novas, saudáveis. Para isso, fez quimioterapia e raspou os cabelos.


2016: Após um tempo isolada para restabelecer a imunidade, internou-se na clínica Cevisa (Engenheiro Coelho - SP), em outubro. Ela permanece até hoje lá.