AnaMaria
Busca
Facebook AnaMariaTwitter AnaMariaInstagram AnaMariaYoutube AnaMariaTiktok AnaMariaSpotify AnaMaria

“Como Fluvia Lacerda mudou a minha visão sobre o meu corpo”

Em primeira pessoa, nossa repórter divide com a gente as cinco lições revolucionárias de autoestima que aprendeu com a top model

Tainá Goulart Publicado em 03/08/2018, às 10h00 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h46

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
“Como Fluvia Lacerda mudou a minha visão sobre o meu corpo” - Arquivo pessoal/Instagram
“Como Fluvia Lacerda mudou a minha visão sobre o meu corpo” - Arquivo pessoal/Instagram

Segurando um leque preto gigante, de lingerie da mesma cor e um carão poderoso. Essa foi a figura que vi nas páginas da versão
italiana de uma importante revista de moda, em 2011. A imagem revolucinou a percepção que tinha sobre o meu corpo. Ao brilhar no editorial, a top Fluvia Lacerda quebrou barreiras no meu e no imaginário de outras mulheres que, certeza, não imaginavam ver uma gorda em uma publicação como aquela. Estávamos (e, acho, ainda estamos) acostumados a um padrão de beleza único: magra, alta, branca... No entanto, ver Fluvia botar aquele quadril lindo e grande para jogar foi quase como vencer a final de uma Copa do Mundo. “Ensino meus dois filhos por meio do exemplo, pois acredito que o ser humano aprende mais assim. Em casa não existe autocrítica negativa, os dois jamais viram esse tipo de comportamento da minha parte. Foco na percepção positiva, na autoapreciação e na gratidão pelo corpo que tenho”, disse Fluvia em entrevista a AnaMaria. O exemplo, sim, pode mudar a percepção que temos das coisas, do ambiente e, claro, de nós mesmos. E a nossa brasileiríssima modelo internacional transformou tanto alguns dos meus entendimentos que resolvi dividir com vocês as cinco lições que aprendi com ela. A partir daí, ganhei uma visão mais generosa de mim mesma.”

1 Carão, coragem e diversão a perder de vista
Quando adolescente, de biquíni, eu me olhava no espelho e ficava com muita vergonha de sair daquele jeito. ‘Nunca vou mostrar as minhas pelancas por aí’, repetia para mim mesma. Eis que, muito tempo depois, em um dia de sol incrível na praia, em 2017, fui com a cara e a coragem entrar no mar, sem me preocupar com as opiniões alheias. Quem estava nos meus pensamentos? A Fluvia, claro! Só de lembrar dela nas páginas das revistas, de maiô recortado, fiquei determinada em jogar meus ‘autopreconceitos’ fora e me divertir com aquele momento que eu estava vivendo.

2 Olhe para você co mais amor e paciência
Olhar no espelho, com tantos padrões opressivos nos cercando, é um desafio. Mas, com paciência, aprendemos a lidar com a imagem refletida. Ao ler as entrevistas da Fluvia, notava essa serenidade ao olhar com carinho para o próprio corpo. Se o quadril é grande, também pode ser lindo. Se o rosto não é de uma determinada maneira, ele é único por possuir o formato que tem. E isso é a chave de tudo: paciência e amor com você mesma!

3 Esqueça as regras da moda!
Gorda não pode usar listras, não deve vestir saia mídi... Nossa, já escutei, li e repeti essas (e tantas outras) frases várias vezes na vida. Porém, de novo, Fluvia me ajudou. Ela enverga todo tipo de roupa, pois se sente bem com a peça. Para uma entrevista, ela escolheu uma saia verde volumosa que eu nunca usaria, pois deixaria meu quadril enorme. E Fluvia estava natural, maravilhosa. Peguei o modelo mais volumoso no meu armário e fui trabalhar!

4 Vá atrás dos seus sonhos mesmo que o julguem impossível
Uma plus size em revista de moda? Jamais! Errado !Fluvia quebrou tantas barreiras que já perdi a conta! Ela nasceu em Boa Vista (RR) e, em 1996, foi estudar inglês nos Estados Unidos. Lá, trabalhou como babá e faxineira. Ao ser descoberta, conquistou o mundo ao posar para uma revista masculina, fazer diversas campanhas de moda e escrever o livro Gorda Não É Palavrão (Ed. Paralela, R$ 34,90). “Não entendia como a palavra ‘gorda’ havia ganho essa conotação nociva. Não tive dúvidas de que seria uma oportunidade de evidenciar essa questão no livro”, disse.

5 Questione os outros e a si mesmo... sempre! 
Na primeira entrevista que fiz com a modelo, ela questionou os padrões de beleza. Essa força interrogadora precisa fazer parte da nossa rotina, pois muita coisa nos é imposta sem sabermos a razão. Se falarem que é bonito ser magra demais, questione! Se ler que é incrível ter cabelo liso, pergunte! Assim, a evolução e o amor-próprio tendem a melhorar. “A vida é curta para vivermos à mercê de determinações alheias. Há muito mais para ser celebrado e apreciado do que o contrário”, enfatiza Fluvia.