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Encontro de meninas-prodígios

Em Carinha de Anjo (SBT), Lucero debuta em novelas brasileiras – e atua em português! – enquanto Lorena Queiroz dá os primeiros passos na TV

Fabricio Pellegrino Publicado em 11/05/2017, às 13h00 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h45

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Encontro de meninas-prodígios - Paulo Santos/Revista Contigo
Encontro de meninas-prodígios - Paulo Santos/Revista Contigo
Quatro décadas de diferença separam Lucero, 47 anos, e Lorena Queiroz, 6. Elas vivem mãe e filha na novela infantil Carinha de Anjo, no SBT. No quesito distância territorial, o intervalo entre elas também é grande. Enquanto a intérprete da órfã Dulce Maria mora em São Paulo com os pais, a Tereza da trama reside com os dois filhos no México, seu país de origem. Porém, a história das duas se aproxima no tocante à precocidade. Lucero começou a se interessar por artes aos 6 anos e aos 10 já apresentava um programa infantil no canal mexicano Televisa. Aos 12, protagonizou sua primeira novela, Chispita. O papel? Taí uma coincidência com a estrela-mirim brasileira, uma órfã, Isabel. E enquanto Lorena ainda estava longe de vir ao mundo, Lucero engordava o bem-sucedido currículo no México com dez novelas, sete filmes e 25 discos lançados como cantora. O encontro entre elas marca um début para ambas. Lorena estreia na TV e Lucero faz seu primeiro trabalho no Brasil. A seguir, as duas contam como surgiu para cada uma delas a chance de compor o elenco do folhetim do SBT, como é trabalharem juntas e, claro, um pouco de sua vida à margem dos holofotes.

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Como surgiu o convite para trabalhar em Carinha de Anjo?
Em 2015, por causa do sucesso da novela mexicana A Dona no SBT, me convidaram para o Teleton e outros programas da emissora. Um deles foi o Domingo Legal, do Celso Portiolli. E ele me perguntou se eu gostaria de fazer uma novela no Brasil. Respondi que sim, mas achei que fosse brincadeira.

E quando descobriu que era sério?
Conversei com os executivos do SBT e eles disseram que gostariam da minha participação em uma novela. A princípio, achei impossível morar no Brasil, pois tenho filhos no México. A emissora falou que eu poderia passar temporadas aqui e gravar várias cenas de uma vez. Achei maravilhoso!

Como é gravar com a Lorena?
É lindíssimo! Ela é uma garota muito inteligente, bonita, engraçada... E ela tem muito talento, não é apenas uma menina bonitinha. Acredito que ela terá uma carreira longa.

Você também começou a trabalhar na infância...
Eu tinha 10 anos. E não é fácil fazer a transição profissional de criança para adolescente e, depois, da adolescência para a fase adulta. Existem crianças que, após um trabalho, não querem mais seguir essa carreira, pois não têm talento e vocação. Mas acho que a Lorena tem muito talento e curto fazer nossas cenas. Ela é amorosa e cheia de carisma.

Qual a diferença entre fazer novela no Brasil e no México?
O processo é parecido... Só o tempo de gravação com crianças aqui é diferente por causa das leis brasileiras. Lá, elas se afastam um pouco da escola quando estão na novela e podem gravar o dia todo. Aqui não.

Como é o álbum que planeja lançar no Brasil?
O projeto terá músicas que estão na trilha sonora de Carinha de Anjo, algumas versões em português de canções que gravei em espanhol e também músicas exclusivas para o Brasil. O CD, todo gravado aqui, terá entre dez e 12 canções, e deve ser lançado entre março e abril.

As músicas serão em português?
A princípio, sim, mas penso em incluir canções brasileiras que gravei em espanhol ao longo da minha carreira, como Evidências, Solidão e Talismã.

Voltará ao Brasil para shows?
Provavelmente, mais para frente, assim como Cúmplices de um Resgate, a turma de Carinha de Anjo deve fazer uma turnê. Mas, com o tempo, resolvi ir com calma em minha carreira para fazer benfeito e desfrutar do trabalho. Muitas vezes, nós, artistas, temos pressa. A novela é uma grande oportunidade para ser mais conhecida no país.

Por que resolveu fazer
as coisas com mais calma? Desde que me tornei mãe [ela tem dois filhos: José Manoel, 15, e Lucerito, 12], decidi curtir mais a vida pessoal. Quando era nova, tinha mais pressa em relação à carreira. Agora, gosto mais de desfrutar tudo. E, ainda assim, não tenho tempo para nada [risos].

Seus filhos já vieram ao Brasil?
Eles ainda não conhecem o país e só sabem do meu sucesso aqui por vídeo.

Está solteira?
Me separei do pai dos meus filhos há sete anos, mas temos uma amizade fantástica. Hoje, namoro um mexicano, o Michel, que é uma pessoa maravilhosa. Ele não é artista, mas admira muito a minha carreira.

Vocês vão casar?
Não sei... Acho que não. Não está nos nossos planos. Achamos tão lindo namorar eternamente...

No Brasil, você está no ar na novela, e no México?
Lá, estou lançando o CD Enamorada com Banda. É uma banda sinaloense, um gênero musical de muita força no México, uma música regional tradicional mexicana. Sempre cantei pop e romântico. Porém, há mais de 20 anos canto mariachi nos shows, música rancheira, que é como se fosse a sertaneja daqui. Mas esta foi a primeira vez que gravei banda sinaloense. Sinaloa é um estado do México em que esse ritmo é muito forte.

E novelas no México?
Não estou fazendo... Recebi alguns convites, mas não gostei das histórias e preferi fazer Carinha de Anjo.

O que considera mais difícil na nossa língua?
O português parece fácil, mas não é... Ainda cometo erros. Não é fácil atuar em português. Em uma entrevista, sou eu mesma falando. Então, se erro, tudo bem. Mas na novela não dá... Como não domino o idioma, não consigo improvisar, tenho que decorar
os textos literalmente. Mas é um desafio lindo, uma oportunidade de fazer algo no Brasil, e me sinto muito orgulhosa desse trabalho.

Por que os brasileiros têm esse fascínio tão grande por você?
Não sei, mas adoro. É algo que vai do meu coração para o coração deles e vice-versa. Há confiança e amor verdadeiro nessa relação. Acho que o público entende que eu gosto muito do Brasil, das pessoas e dos meus fãs aqui. Eles percebem que é especial. Gosto da cultura, dos hábitos, do brigadeiro [risos]...

Já fez brigadeiro no México?
Não… As fãs me deram os ingredientes para fazer, mas não achei tão fácil. Então, é melhor eu comprar pronto [risos].

Sua boa forma é sempre muito elogiada. Como cuida dela?
Sempre digo que ser feliz ajuda a viver bem. A beleza vem de dentro. Faço exercícios aeróbicos, um pouco de musculação... Mas nunca para ficar muito forte.

E dieta?
Reconheço: não como muito. Gosto de doces e coisas saborosas, mas não sinto necessidade de grandes quantidades. O importante
é que estou com saúde e me sinto bem. Acho que o amor e as coisas boas da vida são um alimento.


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Como conquistou o papel de Dulce Maria em Carinha de Anjo?
Minha mãe, Gabriela Queiroz, me cadastrou em uma agência e eles me mandaram para o teste da novela no SBT. Aí, fui chamada para outras duas avaliações. Não foi difícil, foi bem legal.

Como decora o texto?
Minha mãe decora comigo as cenas em casa e, durante a gravação, tenho ajuda de uma coach, a Gisele Ramos. 

Consegue brincar nas gravações?
Brinco bastante no intervalo com as minhas colegas, com o elenco e a produção. Temos uma salinha com jogos. Entre as brincadeiras de que mais gosto estão pular corda e ir me divertir no parquinho.

Como é contracenar com a Lucero?
Eu amei tê-la como minha mãe. A Lucero é muito divertida e carinhosa. A gente brinca bastante e ela me ensina muita coisa.

Que cena foi mais difícil gravar?
A do primeiro capítulo, quando a Dulce Maria encontra o pai dela, o Gustavo [Carlo Porto]. Fiquei nervosa porque tinha que chorar e eu não sabia se conseguiria, mas deu tudo certo.

Depois da novela, o que mudou na sua vida?
Minha vida continua igual, só que agora as pessoas me conhecem.

Como é a sua rotina?
Acordo às 7 h para tomar café e vou à escola. Depois da aula, vou para casa almoçar e tomar banho. Aí, estudo os textos, faço a lição de casa e vou para o SBT. Sempre tem um intervalo no meio das gravações, em que faço um lanche reforçado. E, claro, brinco nos intervalos, quando estou em casa, nos finais de semana e nas folgas.

Na escola, as outras crianças pedem autógrafos e fotos?
Meus colegas de classe já estão acostumados comigo, mas as crianças maiores pedem fotos e autógrafos.

Quem é seu ídolo?
O Luan Santana. Gosto muito dele desde que eu era mais novinha. Quando tinha 3 anos, sonhava em conhecê-lo. E tive essa oportunidade na gravação de um programa do SBT. Foi emocionante!