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Entrevista com Bianca Bin

“Clara mexe comigo visceralmente”

Natalia Leal Publicado em 31/01/2018, às 10h00 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h45

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Entrevista com Bianca Bin - Fabrizia Granatieri
Entrevista com Bianca Bin - Fabrizia Granatieri

Falar de violência doméstica já é difícil. Imagina interpretar uma vítima? Feminista de carteirinha, Bianca Bin vive essa experiência em O Outro Lado do Paraíso. Na pele da protagonista Clara, a atriz experimenta a dor e a raiva de ter sua liberdade de escolha violada pelo próprio marido. Com autoria de Walcyr Carrasco, a trama também vai explorar a lei do retorno, por meio da reação da personagem aos abusos do marido. Cheia de atitude, a atriz conversou com a AnaMaria sobre as dificuldades de encarar este novo desafio em sua carreira.

Como é a experiência de viver uma personagem que passou por violência doméstica?
É uma personagem muito difícil, não estou na minha zona de conforto. Nunca falei desse assunto antes. Estou retratando uma pauta que me toca profundamente, mexe comigo visceralmente.

Pra você, é importante abordar temas que tenham uma função social relevante? 
É difícil abordar temas assim, acho que o Walcyr Carrasco está sendo muito corajoso de trazer tudo isso para essa novela. Ele não vai falar só disso, também traz à tona o preconceito racial, a pedofilia, o nanismo... São muitos temas. Tem uma função social muito importante. Espero que vocês curtam muito, não quero romantizar essa violência nunca!

O que podemos esperar de Clara no decorrer da trama?
Uma grande história de amor, que vira uma trama de ambição, vingança. Vamos tratar da busca pela justiça e falar também da lei do retorno.

Ela tem uma ambiguidade ou é correta durante a novela toda?
A Clara é a heroína dessa história. Ela começa muito ingênua, romântica... A trajetória dela é linda, de consciência, de retomada de sua potência feminina em seu máximo poder. Vai ser uma curva linda da personagem. Vocês vão ver uma mulher completamente insegura, imatura, ganhando força diante dos olhos de todo mundo e reagindo com coragem e bravura.

Você se considera feminista?
Muito! Todas temos que ser. Essa luta é eterna.

Você acredita em perdão para situações de violência como essa?
Acredito no poder transformador do amor e na regeneração do ser humano, mas o Gael vai ter que pagar pelo que ele fez. Ele cometeu um crime.

A lei do retorno é uma realidade?
Com certeza. A semeadura é certa e a colheita também. A gente planta o que quer, mas não pode escolher o que um dia a gente vai colher.

Você está usando um mega-hair para a personagem. Está sentindo muita diferença ou incômodo?
Esse é de tique-taque e eu acho que é melhor, porque dá para tirar. Como tenho algumas cenas na água, às vezes a gente costura. Fica mais firme. Quando botei o mega-hair, meu cabelo diminuiu muito o volume. Acho que o tique-taque não danifica tanto...