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Câncer de ovário: um inimigo silencioso

A atriz Márcia Cabrita faleceu há pouco tempo devido a complicações desse tipo de câncer. Ele é o mais difícil de ser diagnosticado e o mais letal de todos

Júlia Arbex Publicado em 01/02/2018, às 16h00 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h45

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Câncer de ovário: um inimigo silencioso - Shutterstock
Câncer de ovário: um inimigo silencioso - Shutterstock

O câncer de ovário é considerado o tumor ginecológico mais difícil de ser diagnosticado e combatido, pois seus sintomas aparecem nas fases mais avançadas. De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), são registrados no Brasil aproximadamente 5 mil novos casos por ano, sendo que 75% são diagnosticados tardiamente. Infelizmente, há pouco tempo, fomos surpreendidas pela morte da atriz e humorista Márcia Cabrita, que já tinha retirado os ovários e o útero por conta da doença e estava em tratamento desde 2010.

Primeiro: para que serve o ovário?

Nós, mulheres, temos dois ovários, um de cada lado do útero, e eles apresentam funções essenciais para o desenvolvimento do nosso corpo. Eles são responsáveis pela produção dos dois hormônios sexuais femininos: o estrógeno e a progesterona, que estão diretamente relacionados com a reprodução. Além disso, essas duas glândulas produzem e armazenam os óvulos, que são liberados um a cada mês até a menopausa, que é quando nós paramos de ovular e, consequentemente, não podemos mais engravidar.

A doença

O câncer de ovário se caracteriza pelo desenvolvimento de um tecido doente na região. Ele pode ser dividido em três principais tipos:

Tumores epiteliais: “Cerca de 80% a 90% dos casos são tumores epiteliais. Eles começam na fina camada de tecido que cobre o lado de
fora dos ovários. Possui maior incidência em mulheres acima dos 60 anos”, explica Michele Samora, oncologista do Centro Paulista de Oncologia (CPO).

Tumores do estroma: “Começam no tecido ovariano, que contém células produtoras de hormônios”, diz.

Tumores de células germinativas: é o tipo mais raro. Começam nas células produtoras de óvulos e costuma ocorrer nas mulheres com menos de 50 anos.

Fatores de risco:

Todas as mulheres correm o perigo de ter câncer de ovário, mas as que apresentam mais riscos são as que:

POSSUEM HISTÓRICO FAMILIAR DA DOENÇA

NUNCA FICARAM GRÁVIDAS

MENSTRUARAM MUITO CEDO

TIVERAM MENOPAUSA DEPOIS DOS 50 ANOS

TÊM MAIS DE 60 ANOS

FUMAM

SOFREM DE SÍNDROME DOS OVÁRIOS POLICÍSTICOS

Sinais de que algo está errado

“Os sintomas do câncer de ovário são discretos e raramente vão aparecer no estágio inicial da doença. E, quando aparentes, são confundidos com desconfortos”, afirma o oncologista do Centro Paulista de Oncologia (CPO), Daniel Gimenes. Por isso, fique atenta e procure um especialista caso perceber:

 Aumento do volume do abdômen.
 Dor abdominal ou na pelve.
 Dificuldade para comer.
 Distúrbios urinários, ou seja, necessidade urgente de urinar ou urinar mais vezes do que o habitual.

Tem como prevenir?

“Infelizmente, não há exames específicos para detectar o câncer de ovário”, diz Michele. Mas estudos indicam que o uso de pílulas anticoncepcionais reduz o risco. “O número excessivo de ovulações pode levar ao surgimento de tumores. Por isso, o médico pode indicar como método preventivo o uso contínuo da medicação durante cinco anos. Isso pode diminuir em até 60% a chance de ter a doença”, explica Daniel. E realize os exames ginecológicos anualmente!

Como é o tratamento

De acordo com os especialistas, a definição do tratamento vai depender do tipo e do estágio da doença. E entre os fatores analisados estão ainda a idade e o desejo de ter filhos. Mas a cirurgia é o principal tratamento. Dependendo do caso, a quimioterapia pode ser indicada antes ou após a intervenção cirúrgica.