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Cirurgia nas amígdalas: fazer ou não?

O procedimento é comum no tratamento de alguns problemas de saúde. Mas será que essa remoção é sempre tão bem indicada?

Júlia Arbex Publicado em 22/06/2018, às 13h54 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h46

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Tire suas dúvidas sobre o assunto! - iStock
Tire suas dúvidas sobre o assunto! - iStock

Retirar as amígdalas, principalmente na infância, é mais comum do que imaginamos. Porém, ela já não é tão solicitada pelos médicos como antigamente. De acordo com um estudo realizado por cientistas, retirá-las pode aumentar em até três vezes os riscos de contrair alguma doença respiratória como gripe, pneumonia, bronquite crônica e embolia pulmonar. Ou seja, as conclusões forçam os médicos a repensar os benefícios da cirurgia e, nos próximos anos, é provável que ela, em muitas situações, seja substituída por tratamentos menos invasivos e com menos efeitos colaterais. A seguir, conheça suas funções e saiba em quais momentos de fato é recomendado fazer a intervenção.

Afinal, para que servem?

Localizadas na garganta, elas desempenham um papel importante no sistema de defesa do nosso organismo, principalmente durante a infância. “Elas combatem os agentes nocivos, como vírus e bactérias, que são inalados quando a pessoa tem contato com outra infectada, iniciando assim o processo de produção de anticorpos”, explica Fausto Nakandakari, otorrinolaringologista do Hospital Sírio-Libanês (SP).

Quando é preciso fazer a cirurgia?

No passado, os médicos tiravam as amígdalas das crianças quase como norma, mas atualmente a indicação é mais precisa: restrita a casos em que se torna absolutamente necessária. “A amigdalectomia é indicada nos casos de obstrução grave das vias aéreas com presença de ronco e apneia do sono. Pacientes, principalmente crianças, que apresentam dificuldade para respirar, infecções no aparelho respiratório e dores de garganta frequentes também são aconselhadas a realizar a cirurgia.”

E as pessoas que têm amigdalite frequente?

Segundo o especialista, quando as amígdalas perdem a função de defesa e passam a representar uma fonte de infecção permanente, chamada amigdalite crônica, o médico deve recomendar a realização do procedimento. “Muito além do desconforto causado pelas dores de garganta, a amigdalite causa mal estar, febre alta, falta de ar, dificuldade para se alimentar e ingerir líquidos, prejudicando bastante a qualidade de vida. Mas é importante dizer que são consideradas amigdalites de repetição – quando ocorrem de três a sete vezes por ano”, diz Nakandakari.

Fatores de risco da amigdalite

- Crianças, pois a imunidade ainda não está totalmente desenvolvida.

- Pessoas com refluxo gastroesofágico.

- Ambientes com ar condicionado.

- Aglomerações em lugares fechados e não ventilados.

- Quem tem as amígdalas volumosas, que são mais suscetíveis a infecções.

Como é feita a cirurgia?

É rápida e simples. Demora cerca de uma hora e necessita de anestesia geral e internação. O médico retira as amígdalas pela boca, sem precisar fazer incisões na pele do lado de fora. Também não é preciso retirar os pontos depois do procedimento, pois a cicatrização ocorre naturalmente. Antes de fazer a cirurgia, o paciente deve fazer jejum absoluto de mais ou menos oito horas. Já o pós-operatório exige mais cuidados. São eles:

- Sentir dor de garganta é comum e pode ser aliviada com analgésicos, conforme a receita médica.

- Evitar atividades que exijam muito esforço até o tempo que o médico determinar.

- Evitar gargarejar e bochechar nos primeiros dias.

- Alimentar-se apenas de líquidos em temperatura ambiente ou gelado, como chá, suco, sorvete e iogurte, nos primeiros dias de recuperação.

- Incluir alimentos pastosos, como sopas e caldos, e moles, como purê de batata e arroz bem cozido, nos dias seguintes ou conforme a aceitação do paciente.