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Idade é relativo: Entenda a perda breve de memória

Após um tempo variável, mas quase sempre menos de dez horas, a pessoa recobra toda a memória e fica como se nada tivesse ocorrido

Dr. Paulo Camiz Publicado em 09/08/2017, às 14h00 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h45

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Entenda a perda breve de memória - Istock
Entenda a perda breve de memória - Istock
"Tenho 55 anos e ando perdendo a memória. O médico fez exames e falou de amnésia global transitória. O que é isso? Pode virar Alzheimer?” 

M. I., por e-mail

Amnésia global transitória é uma perda de memória totalmente reversível. Ela vem acompanhada frequentemente de questionamentos repetitivos por parte dos acometidos: “Onde estou?”, “O que faço aqui?” Isso causa estresse e dúvidas em quem presencia a situação, além do próprio paciente após recobrar a consciência. Simplificando, sem nenhum desencadeante aparente, a pessoa de uma hora para outra perde a orientação e não sabe o que, quando, onde, por que ou como está daquele jeito. Nesse período, em geral, a pessoa é incapaz de adquirir novas informações. Após um tempo variável, mas quase sempre menos de dez horas, a pessoa recobra toda a memória e fica como se nada tivesse ocorrido. As pessoas acometidas com mais de 50 anos sempre pensam em Alzheimer. Mas não há relação direta com a doença. O Alzheimer é irreversível e piora progressivamente. Nada disso ocorre na amnésia global transitória. Quando se diagnostica a doença, precisa-se excluir principalmente distúrbios circulatórios e manifestações atípicas de epilepsia, mas não o Alzheimer. Nem toda alteração de memória é sinônimo de doença de Alzheimer ou um fator de risco para a doença. No seu caso, leitora, vale pesquisar outras causas aparentemente tratáveis.

Pessoas com mais de 50 anos acometidas pelo problema sempre pensam em Alzheimer. Mas não há relação direta com essa doença.

Mais comum do que pode parecer
Segundo estudo realizado no Brasil por uma farmacêutica, 40% das pessoas acima de 50 anos sofrem com lapsos de memória, sejam leves ou agudos. Porém, 12% afirmaram ter esquecimento diário. O mais preocupante é que muitos relutam em procurar os médicos: 50% dos homens nessa situação nem cogitam a possibilidade de buscar um profissional capacitado. O motivo? Ficam aborrecidos ao sentirem-se mais velhos. Envelhecer não é sinônimo de esquecimento. 

Dr. Paulo Camiz é geriatra e professor da Faculdade de Medicina da USP. É também idealizador do projeto “Mente Turbinada”, que desenvolve exercícios para o cérebro. Para ler outros artigos escritos por ele, acesse ogeriatra.com.br

Envie suas perguntas para dr. Paulo Camiz pelo e-mail anamaria@maisleitor.com.br