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Quando o fim das férias é o início da tortura

A depressão pós-férias atinge 2 em cada 10 brasileiros. Ela provoca desânimo e transforma o retorno ao trabalho num grande pesadelo

Ana Bardella Publicado em 19/10/2017, às 16h00 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h45

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Quando o fim das férias é o início da tortura - Shutterstock
Quando o fim das férias é o início da tortura - Shutterstock
Você já se pegou riscando o calendário, ansiosa pela chegada das férias? Não é pra menos... Afinal, os dias de folga trazem de presente um tempo extra para se dedicar a atividades relaxantes, aproveitar as pessoas mais queridas e até curtir aquela viagem tão
planejada. É natural desejar esse descanso tão merecido! O problema está em colocar a engrenagem para funcionar novamente quando os dias de pernas para o ar acabam. Para algumas pessoas, o retorno é até bem-visto. Mas, para outras, ele pode se transformar em uma experiência dificílima de enfrentar... “O desânimo excessivo ao retomar as atividades de trabalho também é conhecido como depressão pós-férias”, explica Ana Maria Rossi, presidente da International Stress Management Association (Isma-BR).

Principais motivos
Além de nos desligarmos das nossas responsabilidades profissionais, há outros fatores que nos dão a sensação de “liberdade” durante os dias de folga. Com a rotina desregrada, podemos usar roupas mais confortáveis, comer em horários menos rígidos, desativar o despertador... “Quando os antigos hábitos se instalam novamente, a pessoa pode acabar se sentindo ‘presa’, principalmente se a empresa na qual trabalha for inflexível com relação aos horários e tiver um código de vestimenta muito formal”, esclarece a especialista. Além disso, a falta de perspectiva também pode contribuir para o desenvolvimento desse mal-estar na volta. Quando alguém não vê chances de crescimento, não se sente profissionalmente reconhecido por seus esforços, não gosta do seu cargo ou do seu chefe ou não se sente bem no ambiente em que trabalha, fica mesmo complicado levantar da cama todas as manhãs...

Mas até que ponto é normal?
Estima-se que a depressão dure até duas semanas depois do retorno às atividades, uma vez que a pessoa ainda está se readaptando à rotina. No entanto, ela pode funcionar como um “gatilho” para que o funcionário comece a sofrer com a doença depressiva, que precisa ser tratada por médicos e psicólogos. “Se os sintomas se estenderem, é preciso procurar ajuda”, alerta Ana Maria. Fazer um exame de consciência também pode ajudar a decidir se vale a pena continuar nesse emprego. Reflita sobre o que está faltando para que você se sinta motivada no local de trabalho. Se possível, converse com seu chefe sobre as suas dificuldades e proponha mudanças.

O desconforto é até físico
A Isma-BR fez uma pesquisa pra levantar alguns sintomas de quem está passando pela depressão e comprovou: ela interfere até na saúde física! Confira as consequências da depressão pós-férias:
■ Dores musculares.
■ Dor de cabeça.
■ Cansaço intenso.
■ Distúrbios do sono (insônia, dormir pouco, acordar cedo demais...).
■ Ansiedade (receio de não conseguir cumprir as tarefas).
■ Angústia.
■ Culpa por continuar fazendo algo que não a satisfaz.
■ Uso de medicamentos ou bebidas alcoólicas para “anestesiar” o desconforto.
■ Consumo de alimentos condimentados e calóricos para aliviar a ansiedade.

Dicas para quem está voltando
Seguindo as orientações abaixo, retornar à rotina do trabalho tenderá a se tornar algo menos impactante – e menos estressante também. Vale a pena tentar!

■ Se estiver viajando, programe seu retorno com alguns dias de antecedência, principalmente se tiver obrigações a cumprir com
relação à casa ou às crianças. Assim, você terá um tempinho de fazer compras, organizar a roupa, os materiais escolares, a comida... Voltar na véspera só aumenta a ansiedade!

■ Está dormindo tarde todos os dias? Corrija seus horários gradualmente e com uma antecedência de 72 horas antes da volta. Exemplo: se costuma dormir às 23 h quando está trabalhando, mas tem ido para a cama à 0h30 nas férias, basta se deitar meia hora mais cedo durante três dias para amenizar o desconforto de acordar cedo.

■ Seja gentil com seu corpo. Procure dormir ao invés de ficar na internet, lendo ou vendo televisão. Alimente-se bem, ou seja, evite o excesso de cafeína, álcool ou açúcar. Praticar exercícios também ajuda a manter o bom humor. Se tiver algo que a relaxe, separe um tempinho pra curtir tal atividade.