AnaMaria
Busca
Facebook AnaMariaTwitter AnaMariaInstagram AnaMariaYoutube AnaMariaTiktok AnaMariaSpotify AnaMaria

Afinal, quando é a hora certa de os filhos saírem de casa?

Segundo o IBGE, as pessoas têm abandonado o ninho cada vez mais tarde, entre os 25 e 34 anos. Será que isso está certo?

Júlia Arbex Publicado em 07/04/2018, às 10h00 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h46

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Existe uma resposta certa? - iStock
Existe uma resposta certa? - iStock

Os pais podem incentivar o filho a sair de casa? Sim, mas deve ser de maneira natural. “A missão dos pais é preparar osfilhos desde pequenos para a vidae isso inclui ensiná-los a seremindependentes e a superaremobstáculos sozinhos, afinal ninguémvai viver para sempre, inclusive ospais ou tutores”, explica Luiz Gonzaga, coordenador da Psicologia do Hospital Santa Paula (SP).

Mas quando é a hora de se mudar? Não tem idade certa. A hora idealé aquela em que a pessoa possuimaturidade suficiente para serresponsável por si mesma e encararcom autonomia os desafios quea vida adulta oferece. Além disso, alguns sinais devem ser levados em consideração na hora da decisão. A família tem visões de mundo muito diferentes e opiniões que não batem mais? O jovem tem a necessidade de privacidade, quer um canto para chamar de seu? Possui autonomia financeira? Se sim, não seria ruim uma mudança.

Quais são as vantagens do filho sair de casa? “Além de se tornar dono de sie ficar apto para tomar decisõessem a interferência de ninguém, acaba descobrindo sozinho seus próprios caminhos, percebe-se a si mesmo e desenvolve sua própria individualidade”, afirma Anna Frimm, psicóloga que atende pelo Zenklub.

E para os pais? De acordo com Gonzaga, osresponsáveis devem aceitaressa fase como um recomeço e tero sentimento de missão cumprida ao ver sua cria assumindo a própria vida e tendo a capacidade de cuidar de si próprio. “Essa deve ser uma experiência gratificante, pois não há nada melhor que desfrutar da sensação de ter sido capaz de cuidar de alguém que a vida lhe confiou e ter participado do desenvolvimento de um ser humano que poderá andar com as próprias pernas.”

Por que os jovens têm saído cada vez mais tarde da casa dos pais? Para os especialistas, a relutância de muitos jovens em deixar a casa dos pais e assumir a própria vida se deve porque os pais acabam estruturando a vida em cima deles em vez de ter projetos pessoais e cuidar do relacionamento, por exemplo. “Mesmo sem perceber, muitos responsáveisaceitam essa adolescência quaseperpétua numa boa, estimulando a permanência dos filhos em casa até como uma estratégia para enfrentar o próprio envelhecimento”, diz Gonzaga.

O filho já está adulto e encaminhado na vida. Mas ele nem pensa em sair de casa. Isso é normal? “O objetivo final de todos os pais é que o filho conquiste a independência. Ou seja, não há nenhum problema quando o indivíduo mora com a família, trabalha e/ou estuda e é dono de si, capaz de tomar suas próprias decisões. O que não pode é ser dependente e interferir na rotina do restante da família”, afirma Anna.

O que é a síndrome do ninho vazio? É uma solidão que atinge os paisquando o filho deixa de morarcom a família para ter uma vidaindependente. Os sintomas variam de pessoa para pessoa e do grau de relacionamento que o responsável tem com o filho que deixou o lar. Mas, em geral, os responsáveis acabam se sentindo abatidos, tristes, melancólicos, com uma sensação de inutilidade e preocupação excessiva.

Por que isso acontece? “Isso acontece porque a pessoa sedá conta de que a partir daquele momento vai precisar olhar mais para ela ou até mesmo porque percebeu que passou anos cuidando de alguém e acabou deixando de lado seus projetos, interesses e, às vezes, seu parceiro”, explica Anna.

Como superar a síndrome? Tenha em mente que os filhos saírem de casa é um processo natural e de evolução e que, muitas vezes, a relação entre pais e filhos melhora quando eles se mudam. Além disso, tente enxergar os aspectos quecontribuem para o seu bem-estar. Use o tempo que você se dedicava antes para cuidar de outra pessoa para se dedicar a você mesma.