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Brigas, ciúme, traição? Veja como seu relacionamento interfere na formação das crianças

Juntos ou separados, a maneira como os pais lidam um com o outro impacta no desenvolvimento das crianças. Entenda como a boa convivência pode influenciá-las até a vida adulta!

Ana Bardella Publicado em 08/05/2018, às 10h00 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h46

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As marcas podem ser profundas para os pequenos! - iStock
As marcas podem ser profundas para os pequenos! - iStock

Ainda que sua infância tenha passado faz tempo, é provável que, entre as memórias dessa época, estejam lembranças da maneira como seus pais se relacionavam. Cenas de carinho nas despedidas matinais, a intimidade das brincadeiras e até quem se irritava com mais facilidade... Se tiver presenciado alguma briga ou desentendimento, é possível que essas memórias estejam guardadas também. Isso tem uma explicação: “A triangulação da criança com a figura feminina, geralmente representada pela mãe, e com a masculina, muitas vezes representada pelo pai, é a relação mais importante da vida desde quando nasce até a chegada da adolescência”, explica Thais Silva, psicóloga, coach e especialista em relações humanas. Esse modelo serve como base para outras relações de afeto, que serão desenvolvidas no futuro.

As brigas e seus impactos negativos

“Quando uma criança convive em ambiente de constantes desentendimentos entre os pais, é possível que ela reaja de maneira a chamar atenção, tentando desviar o foco das brigas”, esclarece a especialista. Isso pode acontecer de duas maneiras: na primeira, ela fica mais agressiva ou vai mal na escola. Já na segunda, o pequeno fica doente com facilidade, na esperança de que assim os pais fiquem mais unidos. E somente a separação não é suficiente. “Se o divórcio acontece, mas uma das partes continua falando mal do ex-companheiro, a criança acaba triste.” Nesses casos, é comum que os filhos sintam falta daquele que está longe, mas se vejam na obrigação de escolher um dos lados para apoiar e, por isso, reprimam a saudade. Ou se sintam frustradas por não terem a mesma rotina de antes. “É importante que elas tenham alguém de confiança para falar a respeito dos seus sentimentos”, diz.

Violências geram cicatrizes invisíveis

Se as discussões ficam mais acaloradas e uma das partes chega a praticar uma violência física ou verbal, os impactos são ainda mais profundos. No primeiro momento, o pequeno assimila esses comportamentos como sendo corretos e passa a repetir as atitudes. Já na vida adulta, quando estiver se relacionando amorosamente com alguém, o filho pode repetir o padrão do agressor, sendo dominador e violento, ou da vítima, aceitando estar em um relacionamento abusivo, uma vez que associa a ideia de amor com a de violência. Evite ao máximo expor a criança a esse tipo de situação!

Ciúme ou traição

Nos casos em que uma das partes sente ciúme excessivo da outra, isso indica que ela quer ter controle sobre o parceiro. “A criança percebe essa disputa pelo controle e muitas vezes elege um dos lados para defender”, afirma Thais. Se há mais de um filho, pode acontecer de eles escolherem pessoas diferentes para apoiar e isso gerar situações de conflito entre os irmãos. Em compensação, os casos de traição costumam gerar memórias marcantes para as crianças, justamente por envolver segredos e ressentimentos. “Em geral, elas sentem que um dos pais não está inteiro na relação”, observa a psicóloga. Muitas vezes, os pequenos não compreendem que os problemas pertencem aos adultos e não a elas mesmas. Por isso se envolvem e sofrem com a situação.

Mentiras constantes

“Não conta para o seu pai”, “Não vai falar que eu fiz isso para a sua mãe”... Ainda que sejam consideradas comuns, essas frases são prejudiciais para o desenvolvimento das crianças. Apesar de aparentemente criarem uma cumplicidade entre um dos adultos com o pequeno, no fundo a atitude pinta para ele a imagem de que o outro é bravo, que vai brigar e impor as consequências para as atitudes dos dois. O ideal é que os cônjuges defendam as normas que foram estabelecidas pela família. “Não necessariamente os pais precisam concordar em tudo. Eles podem ter opiniões divergentes e até expor essas diferenças para as crianças. Mas sempre se deve tomar as decisões em conjunto e respeitá-las mais para frente”, ressalta a psicóloga.