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E se a garotada exagerar nos eletrônicos?

Aprenda a controlar o uso de tablets e celulares, e evite as consequências desse abuso no futuro

Luciana Bugni Publicado em 01/11/2016, às 14h00 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h45

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E se a garotada exagerar nos eletrônicos? - Shutterstock
E se a garotada exagerar nos eletrônicos? - Shutterstock
Você usa demais os eletrônicos ou sabe dosar o tempo que fica no celular? Antes de responder, aqui vai um dado: as pessoas acreditam que gastam metade do tempo que efetivamente passam com tablets, smartphones e computadores. Ou seja, achamos que o mundo digital está muito menos presente em nossa vida do que realmente está. “Se nem mesmo nós sabemos dimensionar a representatividade da tecnologia, como poderemos acompanhar nossos filhos?”, questiona Paulo Crepaldi, especialista em estudo do comportamento pela neurociência e diretor-executivo da ING Marketing & Training. Por isso, antes de brigar com a molecada por estarem exagerando, reflita: em casa, em vez de interagir com a família, você está grudada no Facebook, curtindo fotos de quem vive bem longe? O comportamento das crianças talvez esteja sendo incetivado por você... “Elas querem atenção. Se não conseguem isso, facilmente podem encontrar o que buscam no mundo digital. Depois é mais difícil mudar esse comportamento”, afirma Crepaldi.

9 consequências do exagero
Estado elevado de excitação.
Apatia maior que a usual.
Exaustão da memória (pela alta concentração que os aparelhos exigem o tempo todo).
Irritabilidade.
Falta de atenção.
Falta de foco e atraso constante das tarefas diárias.
Comprometimento do desempenho escolar.
Exposição abusiva dos adolescentes no ambiente digital, o que pode causar danos – por exemplo: a divulgação de conteúdos indevidos.
Marcas na personalidade por conta de críticas e crises de imagem.


O caminho para acabar com o excesso

Estipule horários
Assim como há limites para diversas situações do dia a dia, as regras também precisam valer para as interações no mundo on-line. Segundo a Associação Americana de Pediatria, crianças que têm horários determinados para usar os eletrônicos tendem a seguir
esse comportamento no futuro. Portanto, criar limites ajuda os pais a controlar o uso mais tarde, na adolescência, por exemplo, quando a tendência é que os filhos fiquem um maior tempo sozinhos.

Ofereça recompensa
Permita que seus filhos usem um pouco mais os aparelhos como forma de reconhecimento. Por exemplo: a criança fez os
deveres escolares numa boa, sem a intervenção dos pais; se comportou adequadamente em determinados momentos; arrumou o quarto; respeitou o horário para dormir; comeu sem fazer birra? Experimente deixá-la excepcionalmente uns minutinhos a mais
com o celular... Desse jeito você incentiva o bom comportamento!

Tem idade pra tudo
As associações de pediatria recomendam que crianças menores de 2 anos não fiquem em frente às telinhas. Já as maiores não devem ultrapassar duas horas diárias. Muitos pais caem na armadilha de colocar um videozinho no celular para acalmar os bebês numa viagem ou até na hora de comer. Evite! Tente interações mais lúdicas, como cantar uma música ou trazer o brinquedo favorito. No caso das maiores, estipule um momento do dia para usar os eletrônicos.


O dúbio fascínio das redes sociais

Crepaldi confirma: as redes nada mais são do que uma nova maneira de interagir. Antigamente isso ocorria por meio de cartas, telegramas, telefonemas, serenatas. A tecnologia trouxe algo maravilhoso para essa geração: a agilidade nos relacionamentos. Antes, para se conectar com alguém, era preciso marcar de sair, esperar... Às vezes, poderia ficar anos sem ver a pessoa. Hoje, é possível interagir várias vezes ao dia, por diferentes meios. Também dá para acompanhar a vida de um amigo, parente ou ídolo,
o que eles compartilham, os seus gostos e atividades. O problema é o excesso de informações, que pode prejudicar a formação do
jovem e gerar transtornos de comportamento. E importantíssimo: os encontros “ao vivo e em cores” não podem ser 
substituídos pelos virtuais!


Apresente novas possibilidades

Não adianta proibir o uso dos aparelhos. Pode ter certeza: as crianças irão encontrar uma maneira de se conectar e utilizar as tecnologias. Muito mais efetivo é dar oportunidades para a criança descobrir outras paixões, como o esporte, novos idiomas, a música... E hoje é mais fácil saber o que estão “curtindo”, pois elas compartilham a opinião com o mundo todo pelas redes. Se o
jovem adora seriados que envolvam reis e rainhas, por exemplo, existem museus que trazem histórias interessantes sobre esses personagens. Se a criança não para quieta, passem a visitar parques e pracinhas com mais frequência. “Os pais devem acompanhar as redes sociais de seus filhos a fim de entender um pouco sobre seu humor, preferências, e, principalmente, com quem estão interagindo e sobre o que conversam”, diz o especialista. Outro fator importante: essa nova geração está acostumada a uma enxurrada de informações. Isso torna o diálogo com os adultos mais difícil, pois o jovem não aceitará facilmente uma explicação ou um argumento pelo simples fato de os pais terem mais experiência. Eles irão buscar informações na internet, sem dúvida. Então, cabe aos adultos ouvirem e conversarem de forma aberta, apresentando mais exemplos e menos teoria. Só assim, conseguirão se
relacionar e influenciar essa nova geração.


Em vez de construir relações e interagir com a família, você está grudada no Facebook? O comportamento das crianças pode estar sendo incentivado por você...

Os adultos precisam dar oportunidade para as crianças descobrirem outras paixões, como o esporte, novos idiomas, a música... Assim elas deixarão os aparelhos um pouco de lado.