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Família/Filhos / Morre Linda Brown, símbolo da luta contra a segregação racial

Morre Linda Brown, símbolo da luta contra a segregação racial nos EUA

Falecida aos 76 anos, Linda abriu o caso que proibiu escolas separadas para negros e brancos

Redação AnaMaria Publicado em 27/03/2018, às 16h57 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h46

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Linda Brown (à esquerda) questionou a segregação na educação nos 1950 - Biblioteca do Congresso Americano
Linda Brown (à esquerda) questionou a segregação na educação nos 1950 - Biblioteca do Congresso Americano

Linda Brown fazia um trajeto de mais de 1 hora pra chegar ao colégio: quatro quarteirões até o ponto de ônibus e mais uma hora dentro do coletivo para poder estudar. Enquanto isso, seus colegas brancos andavam apenas alguns quarteirões para chegar à escola da vizinhança. Na década de 1950, negros e brancos não podiam estudar no mesmo local, obrigando crianças negras como Linda a percorrem grandes distâncias pra ter o acesso à educação em uma escola para negros.

Habitantes da cidade de Topeka, no Kansas, questionar o racismo era uma postura da família. O pai de Linda se reuniu com outros doze pais e entrou com uma ação na Justiça, caso que ficou conhecido como Brown v. Departamento de Educação. Apesar de perder na primeira instância, o caso chegou à Suprema Corte e levantou o debate sobre a segregação no país, vencendo por unanimidade de votos. A histórica sentença, em maio de 1954, acabou com a doutrina "separados, porém iguais" que vigorava na educação americana. Após o feito, Linda Brown se tornou um símbolo da luta contra a segregação dentro das escolas.

Linda Brown morreu hoje aos 76 anos. A causa da morte ainda não foi divulgada. Linda contava em entrevistas que, quando soube que haviam ganhado o caso e que poderia frequentar qualquer escola, ficou feliz por suas irmãs. Afinal, elas não precisariam andar tanto no inverno para poder estudar.

O que foi a segregação racial nas escolas

A constituição dos Estados Unidos garantia a igualdade, mas as escolas americanas permaneciam segregadas nos anos 1950 argumentando que eram, sim, iguais – desde que em espaços diferentes. Por unanimidade, a Suprema Corte Americana votou por permitir o acesso dos negros a qualquer escola no caso Brown v. Departamento de Educação, no entendimento de que a segregação era um sinônimo claro de desigualdade, apesar do que as instituições escolares alegavam.

O Supremo determinou que “separar (as crianças negras) de outras de idade e qualificações semelhantes unicamente por sua raça causa um sentimento de inferioridade em relação à posição na comunidade que pode afetar seus corações e mentes de uma maneira improvável de ser revertida”. A decisão foi um marco na luta contra a segregação racial e marcou o início das escolas mistas nos Estados Unidos.