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Musculação na adolescência: pode?

Os jovens têm se interessado pela prática cada vez mais cedo. Veja quando ela traz benefícios à saúde e quando pode atrapalhar

Ana Bardella Publicado em 25/05/2016, às 14h00 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h44

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Musculação na adolescência: pode? - Shutterstock
Musculação na adolescência: pode? - Shutterstock
Seja por pressão dos amigos ou para se sentir melhor com o próprio corpo, hoje é cada vez mais comum os adolescentes frequentarem academias. 
Ao vê-los saindo pra malhar, os pais ficam com a cabeça cheia de perguntas tão pertinente quanto preocupantes. Será que não é muito cedo para isso? Levantar peso nessa idade pode fazer mal? É seguro?
Para esclarecer tantas dúvidas, conversamos com dois especialistas. O mais importante, segundo eles, é que os exercícios sejam bem orientados e que o jovem não vá além do seu limite.


De onde vem esse interesse pela musculação?

De acordo com Renato Dutra, preparador físico e autor do recém-lançado Malhação para Adolescentes (Faro Editorial, R$ 34,90), é comum a garotada ter um comportamento semelhante àquele que percebe em casa. 
“Estudos indicam que, quando os pais são sedentários, as chances de os filhos serem também é quase cinco vezes maior. É mais fácil se interessar pelos exercícios físicos quando eles veem o pai ou a mãe voltando suados da academia ou levantando cedo para ir ao parque”, diz. Em muitos casos, porém, a motivação vem dos amigos ou da própria internet, já que as fotos e textos sobre vida fitness estão se tornando cada vez mais populares. 


É bom mesmo?

Se feitos sem exagero e, principalmente, com autorização médica e orientação de um professor, os exercícios físicos com peso nessa idade são interessantes. Os adolescentes que malham ocupam o tempo livre com uma atividade saudável. Além disso, 
um jovem introspectivo pode se sentir mais confiante ao obter os resultados da musculação: “Muitos dos adolescentes que entrevistei [para o livro] admitiram gostar da maneira como as garotas e os amigos começaram a notar as diferenças em seu corpo”, conta Dutra. Ou seja, também faz bem para a autoestima. Além disso, o importante é que a prática traz resultados positivos para a saúde como um todo, já que “ajuda a melhorar a postura, a diminuir o nível de gordura no corpo e a controlar a glicemia”, explica Carlos Alberto Landi, secretário do departamento de adolescência da Sociedade de Pediatria de São Paulo. 



Mas... e se ele estiver exagerando?!

Observe se o adolescente não está fanático pelo corpo perfeito e deixando de fazer outras coisas comuns da idade. Nada em excesso faz bem! Ao contrariar as indicações do professor, ele pode  sobrecarregar o corpo e, nos casos mais sérios, até comprometer seu desenvolvimento, já que os ossos ainda estão crescendo – na extremidade deles há um disco chamado epifisário, que pode ser prejudicado pelo excesso de carga, abreviando o crescimento. “Por isso que a intensidade do exercício precisa ser estipulada de acordo com a fase do desenvolvimento do adolescente – um processo cuja velocidade varia de pessoa para pessoa”, alerta Landi. Segundo ele, a puberdade dos meninos geralmente vai dos 9 aos 14 anos e só ao final dela, quando há o estirão de crescimento, que se pode aumentar a carga na musculação. É por isso que muitas academias só aceitam jovens com mais de 14 anos. Mas a idade não é garantia de que o jovem já atingiu a fase do crescimento adequada para iniciar os treinos com mais peso. Daí ser tão importante consultar um médico antes de começar os exercícios. Ele  solicitará exames e fará avaliação no consultório.



E as vitaminas?

Se os resultados não estão sendo atingidos, fale com um nutricionista – o problema pode estar na alimentação. O que não se deve fazer é recorrer a suplementos por conta própria, pois só fazem efeito quando corrigem alguma deficiência no organismo. Em excesso, podem acabar sobrecarregando outros órgãos, como os rins. E vale usar apenas substâncias legalizadas. Os anabolizantes causam complicações sérias!