Apesar dos perigos, o mundo digital pode ser útil na educação de crianças e adolescentes
Ana Bardella Publicado em 09/12/2018, às 19h00 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h46
Não é por acaso que a reclamação “você não sai desse celular” acabou se tornando uma das mais frequentes em muitas famílias.
O uso dos aparelhos eletrônicos por crianças e jovens tem se tornado um desafio para os mais velhos – e precisa ser monitorado de perto para não acabar prejudicando os pequenos.
“No entanto, a tecnologia já faz parte da nossa realidade e pode ser usada a favor da educação”, pontua Thaís Quaranta, neuropsicóloga. Veja a seguir os benefícios que esses recursos podem trazer para o dia a dia:
FACILIDADE DE ACESSO
Se antes era necessário ir a uma biblioteca e fazer uma extensa pesquisa para conseguir determinados tipos de informação, hoje isso pode ser resolvido com apenas alguns cliques – o que facilita o aprendizado.
O desafio, agora, é o filtro com relação ao que se lê, escuta ou assiste. “As crianças precisam ser orientadas por alguém mais velho no ambiente digital, principalmente para checar se as fontes são confiáveis”, aponta a especialista.
Como exemplo, Thaís cita os canais de educação no YouTube. “Caso a criança esteja com dificuldade em resolver uma questão de matemática, ela pode, em conjunto com um adulto, buscar um vídeo sobre o assunto e assistir à explicação. Em seguida, tentar resolver o exercício novamente”, indica.
O acompanhamento dos pais também é importante em outro ponto: a concentração dos pequenos. Se para um adulto já é difícil não perder o foco diante das janelas do computador ou das notificações dos aplicativos, para as crianças essa missão é mais complicada ainda.
“Quanto menores elas forem, menos o cérebro está desenvolvido para monitorar a própria atenção”, alerta a neuropsicóloga. Logo, fique do lado para garantir que verão o vídeo até o final.
Se possível, discuta o conteúdo logo em seguida, para saber se elas realmente compreenderam a mensagem que foi passada.
“A concentração é uma habilidade que começa a ser treinada na infância e que faz diferença na vida adulta”, completa.
SOCIALIZAÇÃO
É comum que os colegas de turma formem grupos on-line para discutir sobre as próximas tarefas ou organizar a execução de trabalhos.
Na opinião de Thaís, no entanto, o ambiente digital deve servir apenas como um meio de manutenção das amizades.
“A internet é ótima para sustentar relações que já existem, mas o convívio presencial é importante para o desenvolvimento de habilidades sociais”, pontua.
Apesar de ser mais trabalhoso (principalmente aos pais, que devem se encarregar de levar os filhos até a casa de um amigo ou de receber e cuidar de outra criança em casa), é importante estimular o relacionamento dos pequenos com os colegas.
Esportes e brincadeiras ao ar livre são sempre bem-vindos!
PAIS MAIS TRANQUILOS
Os aplicativos de mensagens e ligações facilitam a comunicação entre pais e filhos – principalmente conforme eles vão se aproximando
da adolescência.
No entanto, mais uma vez é preciso cuidado para não criar uma dependência da tecnologia. “Há quem monitore as crianças pelo GPS na ideia de protegê-las. Porém, essa prática pode prejudicar o desenvolvimento da sua autonomia”, alerta a neuropsicóloga.
A responsabilidade de avisar com quem estão ou a que horas vão voltar é deles. E é preciso ter confiança!
ORGANIZAR OS ESTUDOS
O alarme e a agenda, presentes em todos os dispositivos móveis, podem ajudar crianças e jovens a organizarem compromissos e até regular o tempo destinado aos estudos. Existem também aplicativos voltados para gerenciar a rotina escolar – e que podem ser úteis.
Vale pesquisar!
