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Pequenos que roncam feito gente grande!

Nem sempre levado a sério pelos pais, o problema pode causar perda da qualidade do sono e, consequentemente, irritação, sonolência e cansaço no dia seguinte

Ana Bardella Publicado em 01/06/2016, às 14h00 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h44

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Pequenos que roncam feito gente grande! - Shutterstock
Pequenos que roncam feito gente grande! - Shutterstock
"Ele estava tão cansado que até roncou”. Se você já disse isso sobre o seu filho, saiba que mera fadiga não é suficiente para provocar o ronco nas crianças. Em geral, os problemas respiratórios são os responsáveis pelo barulho noturno. A gente ronca quando algo está
atrapalhando a nossa respiração durante o sono. Como a passagem do ar fica obstruída, respiramos pela boca. Entretanto, só a respiração bucal não leva diretamente ao ronco. Ele ocorre quando o ar encontra dificuldade para atravessar a faringe. Segundo os médicos, isso pode ocorrer de vez em quando, como durante um resfriado ou algum quadro alérgico. Mas se a barulheira fica recorrente, é hora de consultar um especialista para se certificar de que está tudo bem.


Diferentes causas para o mesmo problema

De acordo com Ricardo Landini Lutaif Dolci, otorrinolaringologista da Clínica Dolci, em São Paulo, o ronco pode aparecer,
principalmente, em duas fases da infância. É que dos 2 aos 6 anos e dos 9 aos 12 anos costuma ocorrer o crescimento exagerado das adenoides. Também conhecidas como carnes esponjosas, essas duas glândulas podem ficar grandes demais, atrapalhando a respiração infantil e, consequentemente, causando o ronco. A tendência é que elas diminuam com o tempo. Porém, se a situação estiver comprometendo a qualidade do sono, vale procurar um otorrinolaringologista para fazer a avaliação. Em alguns casos, indica-se até retirar as glândulas. 

“Outros fatores, não tão comuns, também podem provocar o problema. Entre eles estão alterações anatômicas, como desvio
de septo nasal, crescimento anormal das amídalas ou das conchas nasais, ou mesmo o crescimento de pólipos na parte interna das narinas”, diz Dolci. Daí ser tão importante que um médico examine o pequeno e faça exames detalhados. Um simples resfriado ou até um quadro de alergia também pode fazer a criança roncar enquanto dorme. Nesses casos, a produção excessiva de secreção
pelo corpo obstrui a passagem do ar, o que acaba atrapalhando muito a respiração. Entretanto, assim que tratado, o ruído desaparece. Por isso, não há motivo para tanta preocupação por parte dos pais.


Os efeitos desse barulhão

Tem muita gente que acha que o ronco é decorrência de um sono profundo. Mas ele atrapalha (e muito) esse momento que deveria ser de sossego. Junto com o ronco, é comum aparecerem agitações noturnas – quando o pequeno se mexe para cá e para lá na cama. “Por causa da perturbação para respirar, as noites podem passar a ser de pouco descanso, o que interfere diretamente na disposição da criança no dia seguinte”, alerta o médico. O cansaço e a sonolência durante o dia costumam ser as primeiras complicações notadas pelos pais. Depois podem vir a irritação por não estar dormindo o suficiente, o aumento nos níveis de estresse na criança e também o baixo rendimento escolar. Além disso, respirar somente pela boca não é o ideal e pode resultar em deformidades faciais. Uma das mais conhecidas é o desalinhamento dos dentes. Se o problema for mesmo o crescimento exagerado das amídalas ou das adenoides, isso pode interferir até na alimentação, gerando engasgos e modificando o paladar. A voz também muda um pouco, ficando mais na salada.


Como é feito o tratamento?

“Tudo depende da causa”, diz Dolci. Se o motivo for apenas um resfriado ou uma alergia, os remédios receitados pelo médico
para tratar a situação bastam para resolver o problema. Já no caso das deformações anatômicas, a cirurgia pode ser o caminho mais indicado. A decisão é do profissional que estiver acompanhando a criança.