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Depressão e insônia em jovens tem a ver com o tempo de tela, diz estudo

Descubra a hora certa de agir e quais são os limites e as orientações indicadas por especialistas

Izabel Duva Rapoport Publicado em 08/06/2018, às 12h43 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h46

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Quanto mais tempo nas redes sociais, internet e TV, piores os sintomas - Shutterstock
Quanto mais tempo nas redes sociais, internet e TV, piores os sintomas - Shutterstock

Resultados de um novo estudo americano indica que quanto mais tempo adolescentes passam diante de alguma tela, piores são seus sintomas de insônia e também de sentimentos depressivos. De telas, entende-se não apenas a navegação na internet, redes sociais, TV ou filmes, mas também o uso de videogames, segundo a Associação de Sociedades Profissionais de Estudos do Sono de Baltimore, nos Estados Unidos. Para perceber os sintomas e saber o que fazer para evitar a saúde mental dos pequenos, conversamos com a psicóloga e coach Livia Marques e com a psicopedagoga do Instituto NeuroSaber Luciana Brites. 

Como perceber que o tempo na frente das telas está afetando a saúde mental da criança ou do adolescente? 
É preciso se atentar a situações que fogem da normalidade. "Se essa criança ou adolescente está parando de comer para jogar, por exemplo, ou se está deixando de dormir, tomar banho e fazer suas necessidades fisiológicas por conta do jogo, é um sinal. E tudo isso acontece", diz Luciana, que conhece jovens que ficaram 36 horas acordados direto, jogando. "Quando isso começa a afetar a saúde da criança, ela começa a não querer mais sair de casa para brincar. Isso é muito prejudicial". Para Livia, além de ficar atento quando o jovem deixa de lado tarefas que antes davam prazer, é preciso observar também possíveis mudanças no comportamento."Perdas acadêmicas e aumento da irritabilidade e do isolamento social são alertas importantes".

O tempo de tela pode causar insônia e depressão?
De acordo com as especialistas, as telas, quando utilizadas por muito, aumentam a ansiedade e, com isso, geram depressão e insônia. "Elas fazem com que as pessoas fiquem tão atentas que chega a alterar o sono e o comportamento", explica Luciana. A depressão, segundo Livia, pode acontecer especialmente por causa da falta de contato social e da perda de vontade de realizar tarefas que antes eram prazerosas. E o sono pode ser prejudicado pela ansiedade de terminar de assistir a um filme, por exemplo, ou passar a fase de um jogo. 

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Os pais devem estipular um limite de tempo para os filhos ficarem em frente às telas?
Segundo Luciana, tudo na vida deve ter limite. "O aumento de exposição à tecnologia ocasiona uma série de problemas à pessoa, já que os sistemas computadorizados e os jogos eletrônicos estimulam muito a percepção, que é um tipo de estimulação neurológica que pode viciar. São vários neurotransmissores estimulados no cérebro e, por conta de terem resposta automática (já que a cada clique há uma resposta), as crianças e adolescentes podem até ficarem viciadas em tecnologia", alerta. Livia ressalta também a importância de os pais darem limite de dias e horas. "Hoje, algumas crianças ficam até 8 horas vendo televisão, no computador, tablet ou celular. E em muitos dos casos ainda sem orientação de um adulto".

Afinal, qual é o tempo máximo recomendado?
Existem vários estudos que indicam que crianças de 0 a 3 anos não deveriam nem usar tecnologia. "Já tem pesquisa mostrando que criança abaixo de 3 anos que usa tablet demora mais para falar", conta a psicopedagoga do Instituto NeuroSaber, que recomenda de 30 minutos a uma hora de tela por dia para crianças de 4 a 6 anos. Depois disso, o tempo limite gira em torno de 2 a 3 horas. "Mas é preciso cautela. É importante oferecer outras atividades e incentivar a criatividade e autonomia", alerta Livia.

Sem esse limite, que tipo de prejuízo as crianças e os adolescentes podem ter na vida adulta?
"Podemos falar de perdas acadêmicas, laborais e diminuição da concentração. Além da dificuldade de se relacionar", esclarece a pscicóloga.

Como pais e amigos podem ajudar?
Luciana recomenda propor experiências e atividades que saem do foco do computador, da tela, do celular ou do tablet. Conversar com empatia e respeito também pode ser um bom caminho, sugere Livia. "Mas é preciso estar atento e saber que essa pessoa pode não admitir sua dependência em tecnologias. Caso necessário, vale buscar auxílio de um profissional para auxiliar neste processo".