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Sinais que pedem ajuda

Se você conseguir identificar o que as atitudes dos jovens dizem, pode salvá-los do bullying, da depressão...

Ana Bardella Publicado em 18/07/2017, às 16h00 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h45

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Sinais que pedem ajuda - iStock
Sinais que pedem ajuda - iStock
Sucesso entre o público jovem, a série 13 Reasons Why (Os 13 porquês, em tradução livre), do Netflix, começa impactante. No primeiro episó- dio, o personagem Clay (Dylan Minnette) encontra áudios registrados pela amiga Hannah (Katherine Langford). Nas gravações, ela explica os motivos que a levaram ao suicídio. Apesar de criticada por conter cenas fortes, a série toca em assuntos vividos por muitos jovens e que merecem atenção. E a mensagem é clara: a tragédia poderia ter sido evitada se os demais personagens, inclusive os pais, tivessem agido de uma forma diferente. Nesta matéria, apontamos os principais dilemas apresentados nos episódios. O objetivo? Refletir sobre como esses dramas interferem na vida dos adolescentes e avaliar nossas postura diante disso.

ISOLAMENTO
“Na adolescência, muitas mudanças ocorrem ao mesmo tempo”, ressalta André Assunção, psicólogo da operadora de saúde Hapvida. Assim, podem ocorrer transições de estilo. Durante um período, o jovem assume gostar mais de um gênero musical e ter preferência por uma maneira de se vestir e, logo depois, muda completamente as predileções. Isso é natural, pois eles buscam autoconhecimento para se afirmar perante os demais. Afinal, estão caminhando para a vida adulta. No entanto, jovens com tendência depressiva podem apresentar dificuldades em se reconhecer nos grupos e se isolar. “Se os pais mantiverem um diálogo sincero e estiverem atentos, identificarão esse sinal”, afirma o especialista. O envolvimento da família é importante, pois por meio dela podem ser apresentadas aos jovens alternativas para que eles revertam esse quadro. Não sabe por onde começar? Falar sobre suas próprias experiências passadas pode ser uma forma de quebrar o gelo.

BULLYING
“Esse tipo de agressão acontece nos espaços onde os jovens estão no dia a dia”, diz Assunção. Ele existe há tempos, mas só começou a ser ‘levado a sério’ há poucas décadas. Muitas vezes, se apresenta como simples brincadeiras entre colegas – e é aí que mora o perigo! Apelidos, boatos e atitudes depreciativas por alguém são, na verdade, ofensas que podem desencadear problemas psicológicos. No caso da personagem (que foi tachada pelos demais como uma menina “fácil”), o bullying estava ligado também ao machismo. Afinal, ela foi mal tratada por, na teoria, apresentar um comportamento diferente daquele que é esperado da mulher. Quer coisa pior? Além disso, a série também retrata uma vivência comum: os pais dos outros alunos se negavam a reconhecer que seus filhos praticavam bullying com os colegas. “O adulto que se recusa a enxergar esse tipo de situação compactua com o desrespeito ao próximo”, pontua o psicólogo. Reconhecer o problema é sempre a melhor maneira de lidar com ele. 

POUCA ATENÇÃO DOS PAIS
“Nossa cultura tem nos proporcionado rotinas muito atribuladas e, com isso, sobra pouco tempo para que os pais convivam com seus filhos”, alerta o especialista. Para se aproximar, além de dispor de tempo, é necessário também ter boa vontade para entender o mundo do jovem. Escutar as músicas das quais ele gosta e assistir aos seus filmes preferidos são atitudes que podem auxiliar nessa missão. Incluí-los nos programas familiares também ajuda muito. Outro ponto importante: não desvalorizar seus sentimentos. “Se eles demonstram tristeza ou angústia, o ideal é reconhecer o sentimento e não colocá-lo como frescura, manha ou bobagem”, indica Assunção. Não exagerar nos conflitos se exaltando ou elevando o tom de voz também é uma forma de preservá-los, já que essas atitudes magoam. 

ABUSO SEXUAL
A série tem cenas de estupro. “Por ser uma invasão ao corpo, esse tipo de abuso gera traumas específicos para quem passa por essas situações”, explica o psicólogo. Durante a fase da adolescência, esses episódios podem ser ainda mais complicados, pois nem todos conseguem, nessa idade, lidar com a experiência sem ajuda psicológica. Além disso, pode haver dificuldade em externar o fato, já que existe o medo de ser criticado ou malvisto pelos outros. É preciso muita confiança nos pais para falar dos problemas e pedir ajuda. Por isso, deixar as portas sempre abertas para o diálogo é essencial.

PREVENÇÃO AO SUICÍDIO
“O suicida não encontra uma maneira de resolver uma dor que, para ele, é insuportável”, esclarece o especialista. Para aliviar esse sentimento, o suporte da família e dos amigos é fundamental. Além disso, um acompanhamento psicológico ou psiquiátrico faz toda a diferença!