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Suicídio de adolescentes: por que é importante falarmos sobre o assunto?

Nos últimos dias, casos registrados em escolas paulistanas chamaram a atenção para o tema. É preciso refletir sobre a atenção que estamos dando para a saúde emocional dos nossos jovens!

Ana Bardella Publicado em 24/04/2018, às 19h08 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h46

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Ser mais próximo do seu filho faz toda a diferença! - Shutterstock
Ser mais próximo do seu filho faz toda a diferença! - Shutterstock

Recentemente três casos de suicídio confirmados em escolas de São Paulo reacenderam o debate sobre um assunto que ganhou força no ano passado com a série norte-americana 13 Reasons Why: a saúde emocional dos adolescentes. Enquanto os episódios chamaram a atenção para diferentes tipos de violência, como o bullying e a violência sexual, os casos reais nos fazem refletir sobre o cuidado dedicado àqueles que estão próximos de nós – e se ele tem sido suficiente para amparar as angústias experimentadas nessa fase da vida. Entender os tópicos a seguir é essencial para ajudar seu filho se ele estiver passando por uma situação difícil:

Isolamento

“Na fase da adolescência, muitas mudanças ocorrem ao mesmo tempo”, ressalta André Assunção, psicólogo da operadora de saúde Hapvida. Por isso, podem ocorrer transições de estilo. Durante um período, o jovem pode gostar mais de um gênero musical e ter preferência por uma maneira de se vestir e, dali a algum tempo, mudar completamente essas predileções. Isso é natural, pois eles buscam autoconhecimento. 

No entanto, jovens com uma tendência depressiva podem apresentar dificuldades em se reconhecer nos demais grupos e, por isso, acabar se isolando. “Se os pais mantiverem um diálogo sincero e estiverem atentos aos seus filhos, vão identificar esse sinal”, afirma o especialista. O envolvimento da família é importante, pois por meio dela podem ser apresentadas alternativas para que eles revertam esse quadro. Fazer terapia, se matricular em uma aula de teatro ou música ou desenvolver melhor um talento, para sentir autoconfiança, são algumas possibilidades. Não sabe por onde começar? Que tal quebrar o gelo falando sobre as suas próprias experiências do passado?

Bullying

Esse tipo de agressão existe há tempos, mas só começou a ser levado a sério há algumas décadas. Muitas vezes, se apresenta como simples brincadeiras entre colegas – e é aí que mora o perigo! Apelidos, boatos e atitudes depreciativas por alguém são, na verdade, ofensas que podem desencadear problemas psicológicos. Nesses casos, o mal deve ser cortado pela raiz e a escola precisa estar ciente para tomar as medidas cabíveis. Círculos de discussões, apresentações de filmes e elaborações de trabalhos sobre o tema são algumas das possibilidades. Envolver a família dos alunos que estão praticando bullying também pode ser uma medida eficaz.

Pouca atenção ou muita rigidez dos pais

“Nossa cultura tem nos proporcionado rotinas muito atribuladas e, com isso, sobra pouco tempo para que os pais convivam com seus filhos”, alerta o especialista. Para se aproximar é necessário ter boa vontade para entender o mundo do jovem. Escutar as músicas das quais ele gosta e assistir aos seus filmes preferidos são atitudes que contribuem para essa aproximação. Converse e chegue a um acordo sobre os passeios de que ele mais gosta para que possa participar das saídas com a família também.

Outro ponto importante é não desvalorizar seus sentimentos. “Se eles demonstram tristeza ou angústia, o ideal é reconhecer esse sentimento e não colocar como sendo frescura, manha ou bobagem”, indica Assunção. Não exagerar nos conflitos se exaltando ou elevando o tom de voz também é uma maneira de preservá-los, já que essas atitudes acabam magoando. Os limites são necessários para que ele se desenvolva de maneira saudável. Mas as cobranças em excesso são perigosas e pouco efetivas. Ter um bom desempenho na escola, por exemplo, depende mais do quanto o adolescente é estimulado a estudar, da sua relação com a escola, colegas e professores, do que das broncas que recebe quando apresenta o boletim.

Prevenção ao suicídio

“O suicida não encontra uma maneira de resolver uma dor que, para ele, é insuportável”, esclarece o especialista. Para aliviar esse sentimento, o suporte da família e dos amigos é fundamental. Além disso, um acompanhamento psicológico ou psiquiátrico faz toda a diferença!