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Vale a pena se sacrificar pela família?

Em Orgulho e Paixão, Ema (Agatha Moreira) quase abriu mão da felicidade em função dos seus parentes. Na vida real, muita gente passa pelo mesmo problema! Veja como é possível ajudar os outros sem se prejudicar

Ana Bardella Publicado em 31/07/2018, às 14h00 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h46

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Vale a pena se sacrificar pela família? - João Miguel Júnior/Globo
Vale a pena se sacrificar pela família? - João Miguel Júnior/Globo

Antes de perder a mãe, Ema (Agatha Moreira), de Orgulho e Paixão (Globo), prometeu cuidar da família acima de qualquer problema. Por isso, a baronesinha quase se casou com Edmundo (Nando Rodrigues) para ajudar seus parentes e voltar a ter um sobrenome de prestígio. Por sorte, Aurélio (Marcelo Faria), o pai da moça, caiu em si e não levou a história adiante. Afinal, com ela apaixonada por Ernesto (Rodrigo Simas), a união estava fadada ao fracasso! Na vida real, assim como a história narrada no folhetim, muita gente se sacrifica pela família sem se dar conta do quanto isso pode prejudicar a própria vida. Veja como identificar se esse é o seu caso e saiba como se livrar dessa roubada!

Autossacrifício: derrube essa barreira

Para a psicóloga Livia Marques, algumas pessoas cultivam um comportamento autodestrutivo desde a infância: sempre tentar
agradar aos outros. “Em geral, isso é consequência da educação recebida”, explica. Normalmente, desde pequenas, essas crianças não têm voz. Logo, quando dão uma opinião, ela parece não ter importância. Suas queixas não são consideradas. Tudo isso as faz crescer excessivamente preocupadas com o que os pais ou os demais parentes pensarão das suas atitudes. E o principal: elas estão sempre em busca de uma aprovação para as decisões que toma. Toda essa insegurança pode seguir até a vida adulta (e é aí que mora o perigo!).

Consequências longas

Se Ema tivesse se casado com Aurélio, teria desperdiçado o próprio futuro em função dos demais. Ela foi esperta. Porém, muita gente não faria o mesmo. Seguir com um relacionamento que não traz felicidade por medo de decepcionar os demais é um exemplo do quanto essas decisões são sérias e trazem consequências a longo prazo. “É comum jovens escolherem a futura profissão com base somente na crença do que os pais consideram o mais adequado, sem levar em conta aquilo com o que realmente gostariam de trabalhar”, exemplifica Livia. Nesse caso, as chances de se frustrar com a escolha com o passar dos anos são enormes.

Mulheres: carga extra de responsabilidade

“O padrão do autossacrifício é muito mais comum de ser observado no sexo feminino do que no masculino”, reforça a psicóloga. Responda às perguntas a seguir: quantas conhecidas suas cuidam de uma criança ou de uma pessoa idosa? E quantos homens
desempenham a mesma função? Isso ocorre por diferentes fatores, entre eles, o social. Se a situação estiver incômoda e a mulher
precisar abrir mão dos próprios sonhos em função desse acúmulo de funções, ela deve convocar os membros da família para uma conversa e propor uma nova divisão das tarefas. Não adianta cuidar de todos e não ter tempo para cuidar de si mesma e cultivar o próprio bem-estar. Lembre-se: se você estiver infeliz, ninguém sairá ganhando com isso!

Egoísmo x capacidade de dizer não

A principal dificuldade para quem se sacrifica excessivamente está em se impor e dizer não. “Muitas delas acreditam que estarão agindo de maneira egoísta se fizerem isso”, esclarece a psicóloga. A solução para o problema se divide em duas etapas. Primeiro, assumir uma postura empática. Afinal, quando nos colocamos no lugar do outro, entendemos o seu lado e não iniciamos o diálogo de
maneira arrogante. Pelo contrário, defendemos o nosso ponto de vista (e somos capazes de dizer não) de uma forma bastante
humana. Já o segundo passo é desenvolver resiliência. Trata-se de fortalecermos as nossas emoções para lidar com os problemas – e sermos capazes de sustentar nossas próprias decisões. Esse treino vem com o fortalecimento da autoestima. Mas, infelizmente, nem sempre é fácil dar esses primeiros passos! “Se sentir dificuldade em fazer isso, procure o auxílio de um profissional”, indica Livia.