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"Você precisa de mais paciência!"

Brincar com o jogo favorito, ver um desenho... Pra isso, hoje basta correr o dedo pelo celular. Tudo é bem prático, mas pode gerar ansiedade...

Ana Bardella Publicado em 20/01/2017, às 10h00 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h45

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"Você precisa de mais paciência!" - Shutterstock
"Você precisa de mais paciência!" - Shutterstock
Se antigamente você sentava em frente à TV e esperava até seu programa preferido começar, hoje as crianças podem assistir ao que quiserem, na hora em que tiverem vontade – para isso, basta ter um computador ou celular com internet. “A era digital mudou nossa cultura e isso vem acompanhado de uma postura imediatista. Se algo importante acontecer na nossa frente, muitos irão registrar e compartilhar na mesma hora”, diz Lígia Monteiro, pedagoga especialista em Tecnologia Educacional. Para os pequenos, que estão se desenvolvendo, o impacto dessa agilidade toda é ainda maior. E cabe a nós mostrarmos que, apesar de no mundo virtual tudo acontecer de forma imediata, na vida real as coisas ainda precisam de um pouquinho de paciência...


Os perigos do excesso
“A conectividade sem controle pode levar a problemas físicos, como fadiga ocular, lesões por esforço repetitivo, dores musculares, riscos auditivos, mudanças de humor e de sono”, alerta a pedagoga. Outros dados também demonstram que as crianças que passam
muito tempo na internet sentem dificuldade em perceber as coisas ao seu redor, ficando indiferente à rotina da casa, por exemplo. “Os impactos ainda afetam a personalidade infantil, uma vez que geram ansiedade, estresse, falta de concentração, dificuldade de
aprendizagem, superficialidade, isolamento e impulsividade”, diz. Ou seja: não dá mesmo para abusar desses recursos!


Há pontos positivos?
Não podemos negar o quanto o acesso rápido a informações e contatos facilita a nossa vida. Para a criançada, ele também traz diversas vantagens, principalmente no que diz respeito à educação. É possível utilizar as ferramentas digitais como aliadas na escola, através de materiais complementares e jogos didáticos. “Esse universo favorece a brincadeira, a imaginação e trabalha a habilidade de ser multitarefa, ou seja, cuidar de mais de um assunto ao mesmo tempo”, explica Lígia. Nesses casos, o importante é que alguém esteja mediando o processo de aprendizagem, como um professor ou os próprios pais, por exemplo.


Sempre com muita responsabilidade
A internet é um território perigoso para crianças e merece toda a atenção dos pais. Mas não é só a navegação pelos sites que deve ser monitorada. “Os próprios aplicativos têm cenas e imagens impróprias para a idade, repletas de violência ou que estimulam a
sexualidade precoce”, alerta a pedagoga. Nesses casos, cabe aos mais velhos intervir, já que as crianças ainda não têm entendimento o suficiente para fazer esse filtro.


Meio-termo é a palavra-chave!
É comum que os pais encontrem nas tecnologias a saída pra situações complicadas do dia a dia, como a falta de tempo ou de paciência pra lidar com os pequenos. Afinal, nada mais eficiente do que uma tela colorida e interativa pra prender por alguns minutos a atenção de uma criança inquieta, não é? Apesar de tentadora, essa postura deve ser evitada. O melhor é que a família utilize esses recursos com moderação. “Devemos estabelecer combinados com a criança: determinar horários para atividades tecnológicas, mas também para prática de esportes, momentos de conversa, refeições, banhos e reservar um tempo para outros jogos ou brincadeiras”, diz Lígia. Algumas habilidades são mesmo desenvolvidas enquanto os pequenos mexem no celular ou no
computador. Mas, para aprimorar a concentração, é preciso que eles tenham contato com outras atividades. Exemplos não faltam: pular corda, amarelinha, jogos de tabuleiro, de memória, teatro de fantoches, massinha, mímicas e adivinhações, blocos para montar, músicas infantis, danças, jogos com bola, brincadeiras em grupo... Cada uma dessas ocupações trabalha uma aptidão
diferente e importante para o desenvolvimento. O momento deve ser prazeroso e interativo!