“Homem não chora”. “Seja macho". “Que gay”.
“Isso é coisa de mulherzinha”. Quem nunca ouviu
algum desses termos ao menos uma vez na vida?
Todos eles derivam da ‘masculinidade tóxica’,
expressão que podemos traduzir como a construção
social baseada na superioridade do masculino em
relação ao feminino.
Presente na sociedade há um bom tempo, a tal
masculinidade tóxica ganhou ainda mais destaque
nas últimas semanas, com Erasmo Viana em ‘A
Fazenda 13’.
Isso porque, por vezes, o ex-peão polemizou ao
espalhar mentiras e tentar contar vantagens em
relação a mulheres com quem já se relacionou fora
do confinamento.
Mesmo soando um tanto quanto absurdo, o
discurso de ‘macho alfa’ do influenciador se repete
mundo afora.
Para esses homens, as mulheres são, na maioria
das vezes, interesseiras, sem conteúdo, rasas ou
oferecidas demais.
Mas, como explica a psicóloga Maria Rafart, em
entrevista à AnaMaria Digital, tudo isso não passa
de uma barreira de defesa, uma vez que eles foram
ensinados a agir assim.
Segundo ela, a masculinidade tóxica aparece em
muitos comportamentos e pensamentos
justamente porque os rótulos e etiquetas sociais
são apresentados desde a infância.
"o que é 'coisa de homem', o que é a 'força' que
deve ser demonstrada em todos os seus atos.
É um fio condutor de comportamentos”, pontua a
profissional.
Para Maria, esse comportamento é mais comum do
que imaginamos. A maioria dos homens, no
entanto, nem imagina que age de tal maneira.
Por esse motivo, acaba ferindo suas parceiras.
“Isso é um prato cheio para a misoginia, para
fomentar a cultura do estupro, e para estimular
uma sociedade homofóbica”, ela diz.
COMO LIDAR COM A MASCULINIDADE TÓXICA?
Primeiro, é necessário reconhecer características
comuns dos homens tóxicos, como contar mentiras
para ganhar vantagens sobre o sexo oposto, por
exemplo.
Ou até se negarem a realizar exames preventivos
regularmente, por se considerarem ‘fortes’ demais.
Quando estabelecemos que há ‘comportamentos de
homem’, desvaloriza-se o homem que se comporta
com um padrão diferente.
"A emoção, por exemplo, é considerada um terreno
dos fracos: ‘homem não chora’”, ressalta a psicóloga.
Ela afirma que a principal solução para esse
problema é o diálogo: “Uma sociedade muda
quando o assunto é debatido”.
Além disso, vale ressaltar que a forma como uma
criança é educada na infância diz muito sobre o
adulto que ela irá se tornar futuramente. Pense
nisso!
TEXTO: Samira Paiva
REVISÃO: Juliana Ribeiro/ Vivian Ortiz
EDIÇÃO: Caroline Duarte
CRÉDITOS: Tenor. Pixabay, Unsplash e Instagram/ @erasmo