DIU na gravidez:
entenda os riscos

Lyandra Costa dividiu com os seguidores que está à
espera do primeiro filho, José. Aos 25 anos, a moça
tinha acabado de optar por um método
contraceptivo, o Dispositivo Intra-uterino (DIU). 

O que ela não sabia é que, quando ela inseriu o DIU,
já estava grávida. A jovem, que é médica, contou ter
feito uma série de exames de gravidez antes, mas
todos deram negativo.

Lyandra, que é filha do cantor Leandro, irmão de
Leonardo, explicou que tinha certeza de que não
estava grávida por causa do Beta HCG.

Para quem não sabe, esse hormônio só é produzido
quando a mulher está grávida ou possui alguma
alteração hormonal grave. 

Por isso, quando há concentração de Beta HCG, o
exame dá positivo, porém apenas seis dias após a
fecundação. Antes disso, o teste dá um falso
negativo. Foi o caso de Lyandra.

A jovem teve sintomas como crises de choro e
vômito, mas supôs que se tratava de ansiedade. Na
sequência, ela confessou que ficou "desesperada"
ao saber que havia colocado DIU já na gravidez.

De acordo com o ginecologista e obstetra Geraldo
Caldeira, membro da FEBRASGO e médico do
Hospital e Maternidade Santa Joana, o ideal é inserir
o DIU durante o período menstrual. 

Ele indica que a preferência são os dias de fluxo
alto, para se ter certeza de que a paciente não está
grávida - isso, claro, após os exames padrão: um
Beta HCG e um ultrassom.

“Quando você insere o DIU e a paciente está
grávida, há a possibilidade do dispositivo competir
com o saco gestacional dentro da cavidade uterina,
e a paciente acabar abortando”, explica.

Ao constatar a gravidez, mulheres que têm DIU
devem correr para o consultório médico. Por lá, o
especialista pede um ultrassom, para detectar a
posição do dispositivo em relação ao saco
gestacional.

Caso o DIU esteja acima ou ao lado do saco, é
indicado não remover o sistema, porque há risco de
aborto. Se o DIU estiver mais perto do colo, é
possível tirá-lo sem ameaças para o feto.

Há ainda a possibilidade, mesmo que rara, do
próprio organismo expulsar, de maneira natural, o
dispositivo durante a gestação. 

Algumas mulheres passam a gravidez inteira com o
DIU, mesmo com a chance dele estourar a bolsa -
podendo gerar uma infecção ou um parto
prematuro. Assim, o sistema é retirado apenas no
parto do bebê. 

Em caso de parto normal, o médico busca pelo
dispositivo com as mãos, através da cavidade
uterina. Na cesárea, é mais fácil: como o útero está aberto, é possível ver o DIU com facilidade e
removê-lo.

Vale lembrar que o método contraceptivo é
altamente eficaz: só uma em cada 100 mulheres
acaba engravidando. O DIU, inclusive, só fica atrás
dos métodos definitivos, como a vasectomia e a
laqueadura.

Outro ponto importante é o acompanhamento
médico, afinal, a maior parte das “falhas” do
dispositivo está relacionada com um deslocamento
impróprio.

Por isso, é preciso ir ao ginecologista fazer uma
avaliação pelo menos uma vez por ano. Caso o DIU
esteja fora da posição, é possível ajustá-lo, ou
removê-lo completamente e, depois, realocá-lo.

TEXTO: Sabrina Castro
REVISÃO: Ana Mota/Vivian Ortiz
EDIÇÃO: Caroline Duarte 
CRÉDITOS: Tenor. Unsplash  e Instagram/
 @lyandramotacosta