É possível ter TDAH na vida adulta?

Muitos costumam acreditar que ser desatento é normal, mas desorganização em excesso e dificuldade em se concentrar são sintomas do Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade, o TDAH?

E que, mesmo na fase adulta, seu diagnóstico pode ser a resposta para a inconstância excessiva que atrapalha seu rendimento em diferentes áreas da vida?

O psiquiatra Thiago Salum Fontana explica que, assim como no autismo, existem vários espectros (níveis) do paciente com TDAH. Quando leves, os sintomas podem passar despercebidos no cotidiano.

Se a pessoa tiver um nível mais grave, porém, as consequências de um não tratamento podem ser preocupantes.

Muitos não terminam nada, como um curso, além de terem dificuldades em se manterem no emprego e sofrerem de esquecimentos graves, como levar o filho à escola, mas deixar a criança em casa. 

São pessoas totalmente dependentes dos outros, dependendo da gravidade e intensidade dos sintomas de TDAH. 

MAS QUAIS SÃO OS SINTOMAS?

O principal é ter dificuldade em sustentar sua atenção e concentração por muito tempo, gerando esquecimento e desorganização. Outro, muito comum, é a impulsividade.

Na adolescência, pode surgir com o alto consumo de substâncias psicoativas, tais como álcool, drogas e cigarro, ou leva a procurar esportes radicais, atrás de adrenalina.

MAS, AFINAL, O QUE É O TDAH?

Trata-se de um distúrbio de neurodesenvolvimento, ou seja, a pessoa nasce com ele e já apresenta sintomas nos primeiros anos de vida. Ele afeta uma área do cérebro chamada pré-frontal.

Essa área tem relação com vários comportamentos da vida adulta, como o controle inibitório, o crivo social, a noção de certo e errado, do perigoso e seguro. 

TDAH NA VIDA ADULTA?

A possibilidade de desenvolver TDAH apenas na fase adulta vem sendo investigada e debatida em estudos científicos, ainda sem uma conclusão definitiva sobre o tema. 

Isso porque o mais comum é a pessoa ter os sintomas ainda na infância, por se tratar de um transtorno do neurodesenvolvimento.

Quem foi diagnosticado com TDAH em sua vida adulta, muito provavelmente, viu esses sinais aflorarem apenas a partir do momento em que passou a ter mais demanda. 

E como é feito esse diagnóstico? Exames clínicos descartam outras possíveis causas. Costuma-se também indicar um exame neuropsicológico, que analisa todas as funções cognitivas. 

TEXTO: Juliana Ribeiro
REVISÃO: Vivian Ortiz 
EDIÇÃO: Vinicius Lopes
CRÉDITOS: Unsplash, Pixabay e Tenor