Até algumas décadas atrás, era comum que as
mulheres usassem uma espécie de toalhinha para
absorver o sangue da menstruação.
Conforme as tecnologias foram evoluindo, muitas
novidades foram surgindo nesse mercado, como os
absorventes descartáveis, e – mais recentemente –
os coletores menstruais.
Uma outra opção que vem se destacando é a
calcinha menstrual, também chamada de calcinha
absorvente.
Sendo uma mulher com um fluxo mais intenso,
sempre desconfiei da efetividade dela, pois
imaginava que não iria conseguir segurar a
"cachoeira".
Felizmente me surpreendi, pois esses modelos de
calcinha são feitos com tecidos tecnológicos de alta
absorção, que se intercalam para garantir que o
sangue não passe para o outro lado.
Além da segurança, eles têm um tecido
antimicrobiano, que impede a proliferação de
fungos e bactérias.
Mariana Betioli, obstetriz e fundadora da marca
Inciclo, explica que o sangue reage com os químicos
nos absorventes convencionais, entrando em
decomposição enquanto ainda está em contato com
a vulva.
Já com as calcinhas é diferente: elas não abafam a
região íntima e deixam a vagina respirar
adequadamente.
Outra vantagem destacada pelas marcas é sua
economia. Por ser lavável e ter a duração mínima
de dois anos quando conservadas de maneira
adequada, o item dispensa o uso de absorventes.
Absorventes comuns poluem em larga escala. Uma
mulher tem em média 520 ciclos menstruais durante
sua vida, o que representa um descarte de dez mil
absorventes tradicionais.
Por conta do fluxo intenso, nunca me animei para
comprar uma calcinha menstrual, pois achava que
não daria conta. Me enganei, mas precisei de dois
ciclos para fazer uma resenha mais confiável.
O QUE 'ANAMARIA TESTA' ACHOU?
Adorei essa história de usar calcinha menstrual!
Especialmente porque dá para ter um maior
controle do seu fluxo, entendendo o quanto ele
aumenta ou diminui no decorrer dos dias.
Mas confesso que, no início, estranhei o tecido
escuro da parte absorvente da calcinha.
Acostumada com absorventes descartáveis, que
são claros, me questionava como iria "ver" a
menstruação daquele jeito.
Depois eu entendi que, provavelmente, isso serve
para evitar que as consumidoras vejam o tecido
manchado, visto que não é recomendado usar
alvejante ou amaciante para lavar o produto.
A Inciclo, diferentemente da Pantys, tem um tecido
levemente mais claro na parte absorvente.
Na hora do uso, é totalmente possível entender se
a calcinha está cheia ou não em qualquer uma das
marcas.
Além de realmente segurarem a menstruação, são
bastante confortáveis. Neste aspecto, a Inciclo
perde um ponto por conta de uma costura atrás,
sendo que o acabamento da Pantys é mais
confortável.
VALE A PENA?
De forma geral, amei a experiência e recomendo.
Só fico receosa de ficar muito tempo fora de casa e
não conseguir trocar.
Conforme o uso, porém, acredito que você começa
a entender o quanto tempo pode ficar com a
calcinha antes de vazar. Ainda gostei da parte de
não gerar tanto lixo.
TEXTO: Vivian Ortiz
REVISÃO: Juliana Ribeiro
EDIÇÃO: Caroline Duarte
CRÉDITOS: Unsplash e Tenor.