Tremores ou Parkinson?

Entenda a diferença

O apresentador Décio Piccinini, de 75 anos,
revelou que sofre com uma doença rara, chamada
TE (tremor essencial).

O distúrbio neurológico provoca tremores, que são
comumente confundidos com a doença de
Parkinson, mas as características e tratamentos das
duas condições são bem diferentes.

Em entrevista ao portal R7, o comunicador contou
ter sido diagnosticado com a doença há quatro
anos: “Não tenho o menor problema em falar sobre
o assunto.”

TE X Parkinson

O geriatra Natan Chehter explicou, em entrevista à
AnaMaria Digital, que a principal diferença entre o TE
e a doença de Parkinson são as características dos
tremores.

O tremor da doença de Parkinson ocorre em
repouso e é periférico, ou seja, afeta principalmente
as extremidades do corpo, como as mãos e os pés.

Vale destacar que, ao contrário do que muitas
pessoas pensam, os tremores não são a principal
manifestação da doença de Parkinson.

O distúrbio, que acomete o sistema neurológico e
gera a rigidez dos músculos, pode causar
constipação intestinal, alteração de pressão,
dificuldade de deglutição e levar à demência.

Por sua vez, o TE apresenta tremores centralizados
no corpo - afetando pescoço, cabeça, mandíbula e
até a língua. E só aparece quando a pessoa vai
fazer algum movimento.

Outra característica importante, mencionada por
Décio, é o agravamento dos tremores em
momentos de estresse.

"Eu tenho problema de ansiedade. Não posso olhar
para aquilo que estou fazendo. Se tiver que olhar
para a xícara que estou te entregando, vou tremer.
É uma espécie de autocobrança", contou.

ACOMPANHAMENTO

 O tratamento do Parkinson é feito fornecendo
dopamina aos neurônios, já que é a produção desse
neurotransmissor que é afetada pela doença.
Apesar disso, a condição é incurável e degenerativa.

“O que tem que ser feito é acompanhamento próximo para que os novos remédios sejam incorporados ou sejam modificadas as doses à medida que a doença progride”, reforça Natan.

Da mesma forma, também não há uma cura para os
tremores essenciais, apesar de ser possível aliviar
os sintomas através de medicamentos.

No caso de Décio, também foram oferecidas as
possibilidades de realizar uma cirurgia ou seguir
tratamento fisioterápico - cada caso deverá ser
avaliado cuidadosamente por um especialista.

TEXTO: Milena Garcia
REVISÃO: Vivian Ortiz/Juliana Ribeiro
EDIÇÃO: Caroline Duarte 
CRÉDITOS: Unsplash, Tenor e Pixabay