Câncer de colo do útero é o 3º tumor maligno mais frequente na população feminina - Imagem │Freepik
SAÚDE FEMININA

Câncer de colo do útero: doença é prevenível e curável, quando diagnosticada cedo

Câncer de colo do útero é o 3º tumor maligno mais frequente na população feminina

Jéssica Batista, com supervisão de Vivian Ortiz Publicado em 20/01/2024, às 14h30

Janeiro é marcado pela conscientização e combate ao 3º tipo de câncer mais comum entre a população feminina e a 4ª causa de morte de mulheres por câncer no país: o de colo do útero. Somente em 2023, foram diagnosticados mais de 17 mil novos casos da doença, de acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA). 

Trata-se de um tipo de câncer que acontece nas células do colo do útero, que é a parte inferior do órgão que se conecta à vagina. O principal causador do câncer de colo de útero é o vírus do HPV (Papilomavírus Humano).

A boa notícia é que a doença é prevenível e curável, especialmente quando diagnosticada na fase inicial. Assim, o diagnóstico e tratamento nas fases iniciais são de extrema importância. Tanto que o câncer de colo do útero tem alta mortalidade entre mulheres nos países sem programas de prevenção.

DIAGNÓSTICO PRECOCE É DETERMINANTE 

Em países da Europa e nos Estados Unidos as diretrizes são especificas da organização interna de cada federação. No Brasil, o INCA orienta que o exame de rastreamento de câncer do colo do útero seja feito através da coleta do Papanicolau em mulheres a partir dos 25 anos. A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) determina, ainda, que o exame deve ser refeito uma vez ao ano. 

O Papanicolau, ou citopatológico, é a análise das células do colo do útero para detectar alterações causadas pelo HPV, que podem ser de dois tipos: lesões de baixo grau, que, na maioria das vezes, regridem espontaneamente, mas, ainda assim, devem ser acompanhadas com exames preventivos; e as lesões de alto grau, também chamadas de lesões precursoras, que precisam ser tratadas, por terem maior chance de evoluir para o câncer.

A ginecologista e obstetra Natália Castro explica que o Papanicolau vê as células desde o comecinho, sendo extremamente importante. “Nele, é possível detectar lesões precursoras que, se tratadas precocemente, nunca vão virar um câncer”, ressalta a especialista, antes de complementar: “Se houver particularidades, alterações leves ou a presença do HPV, sempre se deve fazer uma investigação e o quadro deve ser acompanhado pelo ginecologista.”

HPV É PRINCIPAL CAUSADOR DO CÂNCER DE COLO DO ÚTERO

Vírus prevalente, o HPV afeta cerca de 80% das mulheres sexualmente ativas, que serão contaminadas em algum momento da vida. De forma geral, a infecção não causa nenhum sintoma e é eliminada naturalmente pelo organismo. Sua contaminação pode ser evitada com o uso de preservativos.

Em alguns casos, porém, o vírus permanece no organismo e, após vários anos, poderá causar uma lesão pré-cancerosa no colo do útero. Existem mais de 200 tipos de vírus do HPV, mas nem todos causam lesões que evoluem para o tumor. A vacinação contra o HPV no Brasil é realizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), sendo disponibilizada para meninas e meninos entre 9 e 14 anos, com a administração de duas doses. 

“Também podem se vacinar mulheres e homens de 15 a 45 anos que apresentam uma das seguintes condições: vivendo com HIV, transplantados de órgãos sólidos ou medula óssea, pacientes oncológicos, imunossuprimidos por doenças e/ou tratamento com drogas imunossupressoras e vítimas de violência sexual. Esses grupos são mais suscetíveis a infecções persistentes pelo HPV e têm um risco elevado de desenvolver câncer e outras complicações associadas ao vírus.” informa o INCA.

SINAIS QUE MERECEM ATENÇÃO 

Além do exame preventivo anual de rastreamento de HPV através da coleta do Papanicolau, alguns sinais de alterações biológicas e sintomas clínicos merecem atenção redobrada, orienta a ginecologista:

 “Uma lesão, mesmo que seja inicial, é muito preocupante quando a paciente tem os seguintes sintomas: sinusorragia, ou seja, sangramento pós-relação sexual, quando há dor, presença de líquidos com sangue ou mudança de padrão na secreção vaginal, além de sangramento menstrual mais prolongado.”

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