Motorista sem pernas que dirigia com cabo de vassoura recebe surpresa do Detran; veja o desfecho

Homens da Guarda Municipal e outros agentes realizaram uma ação para fiscalizar irregularidades de trânsito, em fevereiro. Porém, um caso chamou atenção do Detran-RJ: João Marcelo, motorista sem as duas pernas que foi flagrado dirigindo com o auxílio de cabo de vassouras.

O homem foi multado e teve o carro apreendido por conta das inúmeras irregularidades constatadas. O carro não era adaptado, estava sem placa e ele não tinha habilitação. Agora, meses após o caso, o cadeirante recebeu uma boa notícia: ele foi inscrito no 'Cidadania Sobre Rodas'.

O programa oferece aulas gratuitas de direção para quem precisa de carro adaptado e não possui condições de bancá-lo por vias próprias. Os responsáveis por presentear João Marcelo com o curso foram justamentes agentes do Detran-Rio, que se sensibilizaram com a situação.

"Entraram em contato comigo, querendo saber um pouco mais da minha história, o que estava acontecendo, porque não consegui tirar a minha habilitação", contou o motorista. Alessandro Leone, presidente da comissão PCD do órgão, explicou a procura pelo rapaz. Veja:

O CASO

João, que não possuía a CNH (Carteira Nacional de Habilitação), decidiu trabalhar como motorista de aplicativo após passar por problemas financeiros. Para isso, usou a conta no nome de um vizinho: "Acabou que aconteceu o fato de eu ser pego".

O carioca afirmou que, antes de ser amputado, tinha o direito de dirigir. Porém, após a amputação das duas pernas, o registro anterior tornou-se inválido. Para reaver a habilitação, o motorista precisaria refazer todo o processo - desde a autoescola, até as provas teóricas e práticas.

HISTÓRIA DIFÍCIL

A história difícil de João, porém, começa muito antes. Em entrevista ao 'Domingo Espetacular', João revelou como perdeu as duas pernas: há seis anos, o motorista foi torturado por criminosos da zona norte do Rio de Janeiro após ser confundido com um policial.

A mãe dele era a responsável por lavar fardamentos militares. O cadeirante foi levar um dos uniformes para o proprietário, quando se tornou vítima de um assalto no meio do caminho. Os criminosos confundiram a roupa com a farda da Polícia Militar.

Após ser torturado, o motorista foi socorrido. No entanto, ele afirma ter sido alvo de erro médico: "Eles engessaram minha perna, e não era para ter engessado". As complicações geradas pela escolha dos médicos fizeram com que ele precisasse ser amputado.