Cara leitora, escrevi há algum tempo sobre atores coadjuvantes, lembra? Dizia que não existem coadjuvantes, que detesto essa palavra, pois no mais das vezes eles carregam a novela com o seu talento. Podem não ser os primeiros na lista dos créditos, mas muitas vezes salvam uma novela.
Veja você o banho de interpretação que está dando, em Velho Chico, Gésio Amadeu – o Chico Criatura, dono de um bar que dá uma baita vontade da gente frequentar para comer aquele feijãozinho, linguiça frita, pastel de carne-seca... Naquele pé-sujo onde a vida passa preguiçosa, jogando conversa fora.
De repente, o som de fole puxando um forró: eita, mundo bom! Melhor ainda é ouvir a filosofia simples de Chico Criatura. Aquele rosto redondo, um olhar que é de brilho, de bondade. Amigo de todos, sabe a vida e os segredos dos moradores, até dos poderosos. Mas daquela boca não sai nada – a não ser uma gargalhada limpa, amiga e generosa! Sempre pronto a ajudar, sempre pronto a justificar as fraquezas alheias, nunca acusando, sempre defendendo.
Chico Criatura é uma benção em forma humana. E Gésio Amadeu há de ser um homem de bem. Caso contrário, não encontraria em seu interior subsídios emocionais para compor com tamanha perfeição um personagem tão digno e tão generoso.
“Gésio Amadeu há de ser um homem de bem – caso contrário, não encontraria em seu interior subsídios emocionais para o personagem!”