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Catia Fonseca passa o recado: "Nessa idade (49) você pode fazer o que quiser!"

Dias depois de sua estreia na Band, a apresentadora fala com exclusividade sobre a transição na carreira, diz não se importar com as polêmicas e confessa que está aproveitando a liberdade de já ter filhos crescidos

Ana Bardella e Lucas Vasconcellos Publicado em 15/03/2018, às 15h40 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h45

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Entrevista com a apresentadora Catia Fonseca - Renato Stockler
Entrevista com a apresentadora Catia Fonseca - Renato Stockler

Após 15 anos no comando do Mulheres, da TV Gazeta, Catia Fonseca deu um passo importante para a carreira: aceitou o convite da Band para estar à frente do Melhor da Tarde, programa de variedades que a emissora decidiu resgatar e repaginar. Com isso, ela ganha novamente a visibilidade de estar ao vivo em uma emissora de alcance nacional. Apesar da rotina agitada, a apresentadora confessa que agora, que os filhos são adultos, foi que encontrou mais tempo para dedicar a si mesma. Confira!

Apesar de ter estreado há pouco tempo, o Melhor da Tarde está  com boa audiência... Você está satisfeita?
A emissora em que eu trabalhava antes, a TV Gazeta, era só local. Então pensamos bem sobre como montaríamos o programa, até porque fazia bastante tempo que não trabalhava em rede nacional. É ótimo ver os resultados! Mas esse formato de programa passa por ajustes diários... O que deu certo um dia, no outro pode não dar. Acaba sendo meio viciante porque a gente sempre entra sem saber direito como vai ser.

Já passou por situações constrangedoras ao vivo?
Depois de 23 anos, quase tudo aconteceu. Só nunca morreu ninguém no ar, graças a Deus [risos]. Mas teve gente que passou mal...
Uma vez um médico que estava participando pela primeira vez ficou nervoso e pôs a mão no meu joelho por baixo da mesa, pedindo
socorro. Então eu tentei me mostrar calma, falar mais devagar e ele foi relaxando. No fim, voltou várias vezes porque é um ótimo profissional. Um dia também inventamos de levar vários animais ao programa. Foi um terror! O cachorro latiu, o gato subiu em uma
árvore, a perereca pulou na assistente de estúdio, o pássaro voou e quase bateu no refletor! Mas o engraçado é que sempre, de um jeito ou de outro, você acaba arrumando um caminho de contornar as coisas. O principal é deixar rolar: surtar só piora a situação.

Depois de tanto tempo em outra emissora, como foi fazer essa transição?
Não sou de planejar muito as coisas. Sou mais de aproveitar as oportunidades. Faço o que sinto que vai ser bom para mim. Eu estava tranquila quando a Band chegou com o convite de um programa de formato parecido com o que eu já apresentava. Tem algumas diferenças: nosso público masculino já quase chegou a ser metade dos espectadores, por exemplo. Temos que pensar em como  agradá-los sem perder o foco no feminino. Mas eu adoro um desafio! E não sou de sair perguntando para os outros se devo ou não
fazer alguma coisa. Acho que não podemos terceirizar nossas responsabilidades. Nesse ponto, meu lado masculino é mais forte do que o feminino. Sou muito racional, não emocional.

Sua saída foi marcada por boatos. Isso te incomoda?
Uma vez eu saí de férias e deram até uma data para que eu estreasse no SBT! Virou até uma brincadeira interna: sempre que eu saía, esperava pela próxima notícia falsa. Não foi nada novo. Uma vez estava na França e tive que ligar para a minha superintendente para dizer que não estava negociando com outras emissoras. Hoje em dia todo mundo precisa de notícia, então nem me importo. Se você for se importar, é melhor mudar de profissão. Aprendi a separar as coisas. Enxergo as redes sociais como um termômetro: esses dias alguém disse que eu estava falando muito rápido ao vivo. Respondi: “É verdade, você tem razão”. Eu sou muito agitada e às vezes nem percebo. Separo as críticas construtivas e para as outras dou o silêncio como resposta. Nem adianta você tentar se explicar. Você
nunca vai me ver batendo boca! Por exemplo, o Leo Dias [que publicou que Catia teria iniciado seu namoro com o diretor de seu programa, Rodrigo Riccó, seu atual marido, enquanto ele ainda estava casado] hoje é meu amigo. Ele falou o que achava que era verdade. Eu falei: “Leo, você está louco?” Não sou de mimimi. Gosto de sentar, tomar um café e deixar tudo explicado.

"Hoje em dia todo mundo precisa de notícia, então nem me importo. Se você for se importar, é melhor mudar de profissão. Aprendi a separar as coisas. Enxergo as redes sociais como um termômetro. Separo as críticas construtivas e para as outras dou o silêncio como resposta"

Como é trabalhar com o seu marido?
Conheci o Rodrigo há muito tempo, quando estava na Record. Ele foi dirigir o Note e Anote, que eu apresentava na época. Sempre o enxerguei como meu diretor. É ele quem comanda a aeronave, eu tenho que ter confiança no seu trabalho. Quando começamos a namorar, isso continuou. Se formos brigar pelo programa é no trabalho, não em casa. Fora de lá, não falamos disso.

Os filhos moram com você?
Não, um deles já é casado e o outro não mora mais em casa. O primeiro nasceu quando eu tinha 18 para 19 anos. Então não ia para a
balada, não saía. Até podia, mas colocava a maternidade em primeiro lugar. Quando o segundo nasceu, tinha aquela vida: da casa para o trabalho e vice-versa, como uma mulher comum – porque eu sou uma mulher comum. Depois que eles ficaram maiores, comecei a pensar nas coisas de que gostava, mas tinha deixado de fazer. Adoro ouvir música, por exemplo. Hoje, até dentro de casa estou com o celular no bolso tocando alguma coisa. Sempre quis ir para o Carnaval de Salvador, mas tinha medo de ser muita muvuca... Neste ano eu fui e amei! E logo eu, que sempre durmo cedo, não parava até as 4h da manhã! Me permito fazer essas coisas. Mulheres que estão na minha faixa etária: é a hora de voltar a estudar, trocar de emprego, fazer o que você tiver vontade!

Especialistas em astrologia, tarô e pessoas do mundo esotérico sempre participam de seus programas dando dicas para seu público... Você costuma se consultar com alguém fora das câmeras?
Fiz meu mapa astral com a Titi Vidal [astróloga que fazia as previsões semanais do Mulheres] e depois as previsões para 2018. Foi louco porque não acreditava muito. Mas ela me deu datas certinhas de coisas que realmente aconteceram! Eu não tomo as minhas decisões com base nisso, mas curto saber. Se tiver um site com uma carta de tarô on-line, sempre clico para ver a minha. Fiz numerologia também... Só não gosto muito de adivinhação, porque não acredito muito.

Você tem 49 anos. Como faz pra parecer jovem?
Meu cabeleireiro, o Jassa, fica possesso porque me manda mensagem e eu nem respondo [risos]. Vivo esquecendo de passar  hidratante... Não sou muito vaidosa. Faço botox uma vez a cada oito meses e fiz reeducação alimentar. Mas me permito comer o que quero, por isso faço academia. Faço meus exames, tento ser saudável, mas sei que não vou ter o braço malhado, a barriga negativa e nem posar pelada [risos]. Sem neuroses.

No dia a dia, o que te tira do sério?
Fico irritada quando eu sei que poderia ter feito algo melhor, mas deixei passar. Eu sou muito exigente com os outros, mas também me
cobro bastante. Detesto saber que poderia estar em outro patamar, qualquer que seja o assunto. Mas coisas do cotidiano, por exemplo o trânsito, não me irritam. Já me libertei de muita coisa! Antes eu tinha uma regra: não podia dormir com louça suja na pia! Hoje eu fecho a porta, ela que fique lá [risos].

Como é a sua relação com a culinária?
Eu penso em comida o tempo todo! Na minha família, a cozinha era o lugar de receber as pessoas. Uma mistura de família italiana com portuguesa: sentávamos todos com aquele monte de comida na mesa. Sabe quando todo mundo leva um pouco para casa depois? Por isso eu gosto de fazer.

O que você aprendeu com o passar dos anos?
Antes eu vivia fazendo planos e me frustrava quando eles não davam certo. É como se você estivesse vendo a vida com um canudo, focada só em uma parte. Se não abrir o campo de visão, as coisas legais vão passar pelos lados sem você ter visto nada. Esse é um aprendizado que veio com a idade, assim como assumir a responsabilidade pelas minhas escolhas. E também deixar meus filhos livres... É ótimo ver que os educamos para que eles sejam felizes.

"Se não abrir o campo de visão, as coisas legais vão passar pelos lados sem você ter visto nada. Esse é um aprendizado que veio com a idade, assim como assumir a responsabilidade pelas minhas escolhas"