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Bebês / Saúde

Anomalia de Ebstein: entenda a doença que afeta a filha de Juliano Cazarré

A anomalia de Ebstein é uma cardiopatia rara tratada por meio de procedimento cirúrgico

Marina Borges, repórter de AnaMaria Digital Publicado em 27/06/2022, às 18h01

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Filha de Juliano Cazarré nasceu com uma cardiopatia rara, a Anomalia de Ebstein - João Miguel Júnior/Globo e Instagram/@cazarre
Filha de Juliano Cazarré nasceu com uma cardiopatia rara, a Anomalia de Ebstein - João Miguel Júnior/Globo e Instagram/@cazarre

O ator Juliano Cazarré foi pai pela quinta vez na última terça-feira (21). Ele e a esposa, Letícia, apesar de já terem presenciado outros quatro nascimentos, contaram com uma situação diferente dessa vez. A herdeira Maria Guilhermina veio ao mundo com uma doença congênita rara — a Anomalia de Ebstein —, descoberta durante os exames pré-natais, e teve que passar por procedimento cirúrgico para corrigir o quadro.

Uma a cada 10 mil crianças nasce com essa cardiopatia, que afeta a oxigenação do sangue. Embora esta seja uma condição rara, para que a mesma possa ser identificada cedo, é muito importante que sejam realizados alguns cuidados quando o bebê ainda está na maternidade. Então, pensando em explicar o que é e como se dá o quadro da Anomalia de Ebstein, AnaMaria conversou com o médico pediatra Nelson Douglas Ejzenbaum.

O QUE É A ANOMALIA DE EBSTEIN?

De acordo com o especialista, a anomalia de Ebstein é uma má formação da válvula tricúspide, que está à direita do coração e é responsável por levar sangue para o pulmão, oxigenando-o. Então, quando há uma deficiência nessa válvula, há uma baixa oxigenação do sangue, caracterizando o quadro da doença.

SINTOMAS E TRATAMENTOS DA DOENÇA

Os sintomas da anomalia de Ebstein vão de cianose — coloração azulada na pele, nos lábios e nas unhas causada por uma escassez de oxigênio no sangue — até insuficiência cardíaca, falta de ar e arritmia, aumentando gradativamente.

“Quando a doença é descoberta na primeira infância, a criança vive mais ou menos até 12 anos, caso não passe por procedimento cirúrgico. Fazendo a cirurgia, ela pode viver normalmente, dependendo de cada caso. Já um adulto vive normalmente até os 32 quando essa cardiopatia é descoberta mais à frente e não recebe cuidados”, explica Nelson Ejzenbaum.

O médico ainda ressalta que o tratamento é exclusivamente cirúrgico, visando corrigir essa alteração valvar ou mesmo realizar a troca da válvula atrioventricular. “Com o procedimento cirúrgico, você tem a correção total do problema, especialmente se não houver outras anomalias associadas”, aponta.

CUIDADOS IMPORTANTES

O principal cuidado que as pessoas com anomalia de Ebstein devem ter está nos exercícios físicos — mais especificamente no excesso de atividade. “É uma anomalia que causa uma má oxigenação do sangue. Então, pode causar desde uma baixa oxigenação até uma parada cardíaca ou alteração eletrocardiográfica. Por isso, é preciso ser muito cuidadoso com a prática física nesse quadro”, informa o médico.

É válido mencionar novamente que, quando a doença é descoberta na primeira infância e não é corrigida, a criança não passa dos 13 anos. E quando a doença é descoberta mais tarde e não corrigida, o adulto não passa dos 32 anos.

“Quando corrigido é outra coisa, aí a vida se prolonga de forma normal. Então, fazendo o tratamento cirúrgico e tomando todos cuidados, é possível que o paciente tenha uma vida relativamente normal”, explica Nelson.

Apesar da anomalia de Ebstein ser uma síndrome rara, atingindo de uma a cada 10 mil crianças, independente do sexo, é preciso estar preparado para o diagnóstico, sendo necessário fazer exames ainda na maternidade.

“As crianças devem receber uma boa triagem, isto é, o pediatra tem que fazer o teste do coraçãozinho na criança para ver a saturação, além de ser muito importante fazer um bom exame cardíaco e testes oftálmicos, bem como o teste da linguinha”, alerta o pediatra. Nelson Ejzenbaum ainda destaca ser essencial que esse tipo de acompanhamento continue sendo realizado.

NOTARAM NO PRÉ-NATAL

No caso da filha de Letícia e Juliano Cazarré, a anomalia de Ebstein se fez presente ainda cedo. Os médicos identificaram a cardiopatia congênita (desde o seu nascimento) nos exames pré-natais realizados.

Ao longo da gestação, percebeu-se também que o caso da pequena seria um dos mais raros e graves dentro da anomalia e, por isso, os pais decidiram realizar o parto na cidade de São Paulo, para que ela nascesse com uma equipe mais especializada.