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Alcoolismo entre mulheres: é possível largar o vício e ser saudável de novo

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), quase 4 milhões de brasileiros são considerados alcoolistas

Júlia Arbex Publicado em 24/02/2019, às 15h00 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h46

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Quando o consumo de álcool passa a ser um problema - iStock/Raquel Cunha/Globo
Quando o consumo de álcool passa a ser um problema - iStock/Raquel Cunha/Globo

Vencer a doença não é fácil, mas acredite: é possível abandonar o vício e construir uma nova caminhada; é possível largar o álcool, ser saudável e feliz de novo!  Por um lado, enquanto o alcoolismo é visto como uma doença degradante, do outro (e ao mesmo tempo), a sociedade o incentiva.

“Essa ambiguidade está justamente nos estímulos projetados culturalmente de que é possível viver feliz ingerindo bebidas alcoólicas quanto, quando e na hora que quisermos”, diz a psicanalista Darlise Neves.

MULHERES ALCOOLISTAS: POR QUE O PRECONCEITO?
“São inúmeros os fatores que contribuem para dificultar a adesão das mulheres ao tratamento: estigma, preconceitos e todas as dificuldades que o próprio gênero feminino já enfrenta há tempos. Muitas mulheres são abandonadas por seus companheiros e até pela família, carecendo de uma rede de apoio imprescindível ao tratamento”, diz.

COMO CAUSA DEPENDÊNCIA
“O álcool é uma droga que, inicialmente, causa uma sensação de euforia, esquecimento das tristezas e até um destaque no grupo social. Os indícios de que a pessoa está dependente é quando ela desenvolve tolerância, ou seja: necessita de cada vez mais doses para atingir o efeito desejado, perde totalmente a crítica sobre os seus limites de consumo e apresenta os sintomas da crise de abstinência, como agitação, ansiedade, tremores, náuseas e vômito. Para acabar com os sinais, ela precisa consumir mais álcool”, explica Luiz Scocca, colunista da AnaMaria e psiquiatra do Hospital das Clínicas da USP.

INDÍCIOS DE DEPENDÊNCIA

  • Confusão mental.
  • A pessoa não é capaz de controlar o quanto bebe.
  • O estilo de vida do indivíduo gira mais em torno de oportunidades
  • em que possa beber.
  • Instabilidade emocional (tristeza, irritabilidade, insônia, agitação e tremores).
  • Perda de compromissos.

MULHER É MAIS SENSÍVEL AO ÁLCOOL?
Segundo os especialistas, a ação do álcool no organismo feminino é diferente do que no homem. Alguns fatores, como mais taxa de gordura e variações na absorção de álcool no ciclo menstrual, propiciam um maior tempo de álcool circulando no organismo. Por essas razões, as mulheres ficam embriagadas com doses mais baixas e progridem mais rapidamente para o alcoolismo crônico e suas complicações.

ALERTA NA GRAVIDEZ!
O consumo de álcool por mulheres grávidas representa sério risco para a saúde física e mental das crianças. “A Síndrome Alcoólica Fetal (SAF) passou a ser questão de Saúde Pública, pois é considerada a principal causa de distúrbios neurocognitivos e de déficit escolar de causa não genética. 

No Brasil, estimamos que a cada hora nasce cerca de quatro crianças portadoras de SAF. Ou seja, 30 mil por ano”, alerta José Mauro Braz de Lima, professor do curso de medicina na Universidade Federal do Rio de Janeiro.

PARA TUDO TEM SOLUÇÃO!

PSIQUIATRA: com o uso de medicamentos, o psiquiatra atua na desintoxicação, abstinência e compulsão, além de outros transtornos, como a ansiedade.

PSICÓLOGO: ajuda a pessoa a identificar as causas do uso abusivo de álcool. Conforme conhece os fatores de risco, o psicólogo trabalha os recursos internos do usuário para que ele seja capaz de enfrentar suas próprias angústias e/ou traumas.

GRUPOS DE APOIO: o Alcoólicos Anônimos (AA), por exemplo, é essencial para estabelecer a convivência com pessoas que enfrentaram o mesmo problema e podem dividir experiências de superação.

PARA FICAR LONGE DA BEBIDA…

  • Procure uma ajuda profissional.
  • Ingresse em grupos de apoio.
  • Estabeleça novas relações com pessoas que não bebam álcool.
  • Afaste-se de ambientes que favorecem ou incentivam o consumo de álcool.
  • Desenvolva outras formas de divertimento e prazer que não incluam o álcool.
  • Participe de atividades de lazer e de integração, como esporte, dança e canto.