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Como perdoar alguém em quatro passos

Deixar a dor ir embora devolve força total ao seu ser e a torna uma pessoa plena

Caroline Cabral Publicado em 07/09/2017, às 16h00 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h45

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Como perdoar alguém - iStock
Como perdoar alguém - iStock
Seja honesta: alguma dor ainda lhe causa um incômodo enorme bem no centro do peito quando a lembrança dela vem à sua mente? Se a resposta for positiva, saiba, você ainda não abriu mão desse pesar. Em outras palavras, não perdoou a si mesma nem quem possivelmente a feriu. Pode parecer improvável desculpar alguém que tenha nos feito um mal tremendo, mas Heloísa Capelas, especialista em desenvolvimento humano e diretora do Centro Hoffman, que oferece curso intensivo de autoconhecimento, mostra
que, mais do que viável, o perdão é um caminho necessário para uma vida plena. “Se você realmente quiser perdoar, conseguirá. Muita gente me diz: ‘Tal pessoa não merece misericórdia!’ Se ela é digna disso, não sei, mas você certamente tem direito à absolvição”, afirma Heloísa. Este é apenas um dos ensinamentos dela que estão no lançamento Perdão, a Revolução Que Falta (Editora Gente, R$ 29,90) Quer mais? A seguir, a autora ensina o passo a passo para quem busca conquistar uma vida mais leve e desapegada das dores por meio do perdão ao próximo.

1 Tome consciência da sua mágoa
É importante reconhecer e sentir sua fragilidade. Para ter consciência da mágoa que a aflige, afaste-se da raiva. O sentimento de revolta toma conta de nós mais rapidamente do que a dor – ele surge justamente para nos defender do sofrimento. “Nem liguei, essa pessoa é mesmo horrível, não quero nem saber dela mais!”, costumamos dizer quando nos sentimos insultados. O comportamento de
aparente desapego esconde uma dor que nos torna frágeis. Para ter consciência da sua vulnerabilidade, se pergunte: o que esse acontecimento fez comigo? O que nele provocou a minha debilidade? Reflita sobre todas as vezes que a fraqueza agiu na sua vida e como isso a prejudicou.

2 Conte sobre sua dor para alguém
Atenção: expor a sua dor é diferente de falar mal do outro e apontar o dedo. Trata-se de relatar o que ela significa para você, por que a machuca tanto e em que lugares seus ela mexe. Ao desabafar, você localiza a angústia e percebe não se tratar da primeira vez que tal sentimento se apresenta. Escolha alguém de confiança: um terapeuta, um grande amigo. Decidiu fazer isso sozinha? Escreva. O importante é que a dor a abandone. Falando sobre mágoa, você centraliza na sua angústia e não na culpa do outro.

3 Aceite e perdoe sua fragilidade
A terceira fase para desculpar verdadeiramente alguém: se dar conta da sua humanidade. “Existe um lugar em mim que é vulnerável” – você pode reconhecê-lo e acolhê-lo. Ao abraçar a sua própria fragilidade, você pratica a autocompaixão, respeita e aceita seus lugares mais íntimos e delicados. Percebe que não possui só raiva, rancor, vingança. Se dá conta de que é frágil e precisa de nutrição e carinho. Acolher a si mesma trata-se de um passo importante para a compaixão. Aceite-se! A sua aprovação é a única que realmente importa. Perdoe-se por sentir dor e por causá-la também.

4 Ganhe a aptidão para perdoar
Se eu vivo essas fragilidades e mereço ser perdoada, o outro certamente passa pela mesma situação. Na última fase, ao perceber
essa humanidade dentro de si, você finalmente se torna capaz de enxergar o mesmo em terceiros. Ou seja, ninguém é perfeito. Pensando assim, paramos de cobrar a excelência utópica, pois percebemos que somos imperfeitos no nosso íntimo. E assim se dá o perdão inteligente, que não é fruto de bondade. Eu não perdoo por caridade, mas porque sou inteligente. Não me interessa guardar a mágoa que me lembra a minha própria fraqueza. Quando a deixo ir, posso retomar a minha força e não ser mais refém dessa dor.

“O apego à raiva torna o perdão um caminho difícil"
Há 25 anos, Heloísa Capelas trabalha com o Processo Hoffman de Quadrinidade, curso de autoconhecimento que desenvolve as inteligências emocional e comportamental. À AnaMaria, ela falou sobre como praticar o perdão no seu dia a dia, tema da sua obra mais recente.

Por que devo perdoar quem me feriu de alguma forma?
Por você! Se a festa do seu vizinho acordou seu filho à meia-noite e isso a incomodou, precisa perdoá-lo. “Por quê, se ele foi um maldito?” Porque quando for amamentar seu filho é seu leite que sairá com raiva, um veneno poderosíssimo.

Quem devo perdoar?
Os mais importantes a serem perdoados estão ao seu lado: família, amigos, vizinhos e colegas de trabalho – especialmente aqueles com quem seu santo não bate. Tudo e todos que a magoam também: um assalto, alguém que a feriu, um ente querido que se foi... Eventualmente, precisamos perdoar, inclusive, Deus.

A pessoa precisa me perdoar para o ciclo ser completo?
O poder do perdão é forte justamente para quem perdoa, não para quem é perdoado. Perdão é individual e intransferível, não é a reconciliação. Eu te perdoo e você nem precisa saber. E, por ser assim, só você pode se libertar disso. O outro, muitas vezes, nem
sequer está arrependido – e tudo bem.

Por que é tão difícil perdoar?
Quando pesquiso a raiz disso encontro sempre pactos de vingança. No ciclo da vingança você precisa estar com dor. A dor gera raiva e, com ela, você pode se vingar de quem a feriu. O apego à raiva torna o perdão um caminho difícil, mas livrar-se disso pode salvar sua vida.

O perdão pode se tornar uma atitude automática?
Às vezes, desculpar é rápido, mas, às vezes, demora. Porém, não é automático. Trabalho nisso todos os dias da minha vida. Não
existe crescimento sem dor, sem esforços.

Em que âmbitos da vida o perdão é saudável?
Em todos! Ele traz liberdade e a impulsiona para o sucesso profissional, nas relações amorosas e familiares. E ainda lhe dá tesão pela vida. Perdoe para viver satisfeita, com saúde e bem-estar!

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Os links externos fazem parte do Programa de Afiliados da Amazon, em parceria com a Revista AnaMaria.