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Bem-estar e Saúde / Segurança

Em tempos de pandemia, é seguro viajar de avião? Veja o que está sendo feito para reduzir as chances de contágio

Companhias aéreas já adotaram novas medidas de segurança

Juliana Ribeiro Publicado em 06/11/2020, às 08h20

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Empresas aéreas já adotaram medidas para evitar a contaminação pela covid-19 - Orna Wachman por Pixabay
Empresas aéreas já adotaram medidas para evitar a contaminação pela covid-19 - Orna Wachman por Pixabay

Decidir viajar em meio a uma pandemia não é tarefa fácil para a maioria das pessoas. Com a volta gradativa das atividades no Brasil, muitos tentam retomar à rotina, apesar do sentimento de medo e insegurança ainda serem muito presentes. 

Parte dos que decidem se arriscar neste momento fazem por uma boa causa: matar as saudades ou cuidar de quem está distante. Este é o caso da estudante de psicologia Nayla Jeske, de 22 anos. Moradora de São Paulo, ela precisou pegar um voo pela primeira vez após passar os últimos meses em isolamento social.

A jovem decidiu viajar para sua terra natal, Goiás, para visitar um familiar que está com problemas de saúde. "É uma viagem de emergência, questão de saúde. Eu confesso que estou insegura, mas sigo usando máscara, levando álcool em gel na bolsa, mantendo o distanciamento e evitando ao máximo o contato das mãos com a boca e os olhos", ressaltou. 

Já Ana Luzia da Silva, de 45 anos, parecia bem mais tranquila. Ela, que também mora em São Paulo e estava embarcando para Recife (PE), confessou sentir um 'medinho', mas não exatamente do vírus. "É a primeira vez que viajo de avião. Estou com um pouco de medo de altura, mas ao mesmo tempo estou feliz", revelou.

Sobre a covid-19, Ana explicou que, se fosse no início da pandemia, certamente estaria mais preocupada, o que não é o caso. "Mas como agora já temos algumas medidas de proteção, não tenho medo, estou mais tranquila. Dentro avião, com certeza eles devem ter um cuidado diferenciado", ponderou.  

Ana Luzia disse que se sentia tranquila em viajar e que tomou todos os cuidadosFOTO: Juliana Ribeiro

MAS SERÁ QUE É MESMO SEGURO?
Segundo a médica infectologista, Mireille Spera, do Instituto de Neurologia de Curitiba (INC), viajar de avião é seguro, sim, mas com ressalvas. Para isso, é necessário que todos os protocolos implementados sejam seguidos. Dentre eles, ela cita a importância de manter o distanciamento social de dois metros e o uso de álcool em gel para higienizar as mãos - ou água e sabão, quando tiver uma pia disponível. 

Outra dica fundamental é manter o uso da máscara o todo o tempo. “Também evite tocar em superfícies de uso comum, que é o que acontece nos aeroportos, onde muitas pessoas tocam em vários lugares sem higienizar as mãos e, posteriormente, evitar tocar em mucosas, como olhos, nariz e boca, o que acaba levando à contaminação”, alerta a especialista. 

As companhias aéreas, por sua vez, estão bastante atentas quanto aos cuidados para diminuir as chances de contágio da doença. A Azul Linhas Aéreas, por exemplo, adotou medidas de segurança e higiene que já começam no momento do check-in. A empresa tem orientado seus clientes a realizarem o registro por meio aplicativo. Deste modo, não precisam manusear papéis ou passar pelos balcões.

O despacho de bagagem também mudou. Agora, a sugestão da empresa é utilizar as mesas de autoatendimento para etiquetagem de bagagem. Com essa tecnologia, os clientes, sem tocar na tela, apontam o QR Code do check-in no celular em um tablet, que gera automaticamente a etiqueta para a mala. Deste modo, o próprio cliente pode etiquetá-la e entregar a bagagem para o despacho. 

Além disso, medição de temperatura dos tripulantes, uso obrigatório de máscaras, limpeza adequada das aeronaves e serviço de bordo no momento do desembarque também estão entre as novas medidas da empresa que, segundo a infectologista, são realmente essenciais. Inclusive, ela afirmou que essa iniciativa relacionada à alimentação faz bastante diferença e é uma atitude bastante correta perante o cenário atual.

“O fato de tirar a máscara para se alimentar aumenta muito o risco de contaminação. Tanto que, de acordo com um estudo que saiu na revista internacional ‘Jama’, agora em outubro, o risco de você viajar seria o mesmo que ir à um restaurante, pelo fato de você ter que tirar a máscara e acabar se expondo”,explica a médica.

O que nos faz voltar a falar sobre a importância do uso da máscara. “Usá-la durante o voo é fundamental, pois vai limitar a disseminação do vírus pelas gotículas respiratórias”.

O check-in pode ser feito pelo próprio passageiroFOTO: Juliana Ribeiro

RENOVAÇÃO DO AR
Uma das maiores preocupações em uma viagem de avião é em relação a circulação de oxigênio dentro da aeronave. Se é um ambiente fechado, o risco, então, não seria maior? Na verdade, não é bem assim. 

Diversas companhias aéreas, como a Latam, por exemplo, já utilizavam filtro de ar com tecnologia HEPA (High Efficiency Particulate Air), um sistema de recirculação que renova o ar no avião a cada três minutos, removendo 99,97% das partículas a bordo.

E ele funciona de forma vertical, puxando o ar por cima dos passageiros, retirando-o da aeronave e misturando-o com oxigênio reciclado antes de lançá-lo de volta ao interior da aeronave, por meio de exaustores instalados no chão.

Com relação ao HEPA, existem outros aspectos que contribuem para a segurança do ambiente, segundo informações da Gol Linhas Aéreas: "As aeronaves são divididas em segmentos de ventilação que variam entre três e sete fileiras de assentos, ou seja, o ar que respiramos na aeronave não é compartilhado entre todos a bordo".

SEM MEDO
A jornalista e influenciadora Cris Barth, que mora em Porto Alegre, estava desde março sem sair de casa. Ela revelou que, de fato, fez o isolamento social, não trabalhava, não saía e tampouco visitava os pais na rua.

“Eu tive, no fim de setembro,  a primeira experiência de voar, o que foi curioso e diferente. Foi bom saber que as pessoas estão estão conscientizadas, que as empresas estão preocupadas e que existe esse engajamento para o bem de todos. Isso me deixou confortável”, disse ela, após desembarcar no aeroporto Viracopos, em Campinas (SP).

A influencer ainda reforçou que, se antes sentia um pouco de medo das viagens, agora está bem mais tranquila.

“As companhias aéreas estão tomando todos os cuidados. Na questão da entrada, aquele tapete que mapeia o voo, tem o kit de anti-covid… Então está todo mundo muito consciente, A gente não pode deixar de viver, mas tem que ter muito cuidado”,conclui.

Cris estava desde março sem sair de casa por conta da covid-19FOTO: Instagram/ @cris_barth

DEVO FICAR EM QUARENTENA APÓS O VOO?
Segundo Spera, isso vai depender muito das normas sanitárias de cada país de destino. Aqui no Brasil,por exemplo, não tem essa exigência, mas na Europa, Ásia e em alguns país, sim. 

“Então cada pessoa vai ter que consultar no site de sua empresa aérea e colocar o destino. Lá tem todas as normas, se é exigido um teste covid antes de embarcar ou se será feito lá no aeroporto, além da questão do isolamento de 14 dias que alguns locais estão solicitando para os passageiros”, detalha a especialista.   

MEDIDAS DE SEGURANÇA
Para que sua viagem seja tranquila e segura, veja algumas das medidas adotadas:

Check-in: todas as companhias aéreas disponibilizam o check-in online.
Uso da máscara de proteção: Item é obrigatório e deve ser usada por passageiros e tripulação.
Renovação frequente do ar: O ar das aeronaves é renovado a cada três minutos.
Álcool em gel: o item deve estar presente tanto nos aeroportos como durante os voos.
Serviço de bordo: Na Azul, por exemplo, apenas água é servida durante os voos, já os snacks são entregues no final. O motivo? Evitar, desta forma, a chance de proliferação de vírus e bactérias.  
Embarque e desembarque: cada companhia aérea tem suas normas e para evitar aglomerações e favorecer o distanciamento social durante o embarque e desembarque dos passageiros.
Higiene: aqui a atenção é redobrada e a higienização das aeronaves é realizada com maior frequência. Na Gol, foram implementadas avançadas medidas adicionais de limpeza e higienização dos aviões durante as paradas em solo e pernoites, com atenção redobrada aos assentos e braços das poltronas, cintos de segurança, bandejas, piso e paredes.