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Miocardiopatia hipertrófica: como identificar e tratar a doença cardíaca?

Ator Rafael Cardoso é um dos que sofre desta doença silenciosa

Ives Ferro Publicado em 07/06/2021, às 12h35 - Atualizado às 12h35

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O ator Rafael Cardoso - Reprodução/Instagram
O ator Rafael Cardoso - Reprodução/Instagram

Rafael Cardoso deu um susto na família e nos fãs ao passar por uma cirurgia na última semana, quando teve implantado um desfibrilador cardíaco. Sua esposa, Mariana Bridi, explicou que o ator foi diagnosticado com miocardiopatia hipertrófica congênita, uma doença cardíaca caracterizada pela hipertrofia do ventrículo esquerdo do coração. 

Segundo ela, Rafael conviveu com a condição durante muitos anos, mas o problema piorou recentemente, enquadrando-o no grupo de risco de morte súbita. 

De acordo com o cardiologista João Vicente, do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo (SP), a hipertrofia do órgão acontece quando os músculos do coração ficam muito grossos. Essa característica deixa os ventrículos (responsáveis por bombear o sangue) com tamanhos desiguais. "Isso pode gerar uma obstrução mecânica ao fluxo sanguíneo na via de saída do ventrículo esquerdo (VSVE) em mais de 25% dos casos”, aponta o médico.

SINTOMAS
A maioria dos pacientes com cardiomiopatia hipertrófica são assintomáticos (não tem sintomas) ou oligossintomáticos (poucos ou leves sintomas) e têm seu diagnóstico pela detecção de sopros cardíacos, alteração eletrocardiográfica ou, ainda, durante a investigação de famílias acometidas.

Para explicar melhor a questão dos sintomas, Vicente cita um estudo norte-americano feito com 227 pacientes. Dentre essas pessoas, 90% eram assintomáticos, em um período de oito anos, apenas 25% manifestaram sintomas incapacitantes ou morreram. Já 69% deles mantiveram-se assintomáticos ou apresentaram sintomas leves como dispneia, dor torácica, síncope (demaio) ou pré-síncope e palpitações.

“A morte súbita cardíaca, infelizmente, pode ser a primeira manifestação clínica da doença, acometendo principalmente adolescentes e adultos antes dos 35 anos, embora possa ocorrer em qualquer faixa etária”, destaca João.

Como a maioria dos pacientes não manifestam sintomas, é importante manter uma rotina saudável com acompanhamento médico sempre que possível. Assim, dá para desvendar o problema antes mesmo de tornar-se algo grave.

DESFIBRILADOR CARDÍACO
O desfibrilador cardíaco, objeto implantado em Rafael, é indicado para pessoas que manifestaram sintomas mais graves da condição. O aparelho descarrega choques de energia elétrica ao coração, através de eletrodos. Esse choque elétrico é chamado de desfibrilação. 

Ele é responsável por levar o coração ao ritmo normal após sofrer uma fibrilação ou uma parada cardiorespiratória que evoluiu com uma arritmia cardíaca.

“A cirurgia é realizada no centro cirúrgico com anestesia geral e realiza-se o implante do desfibrilador cardíaco abaixo da clavícula. A recuperação é bastante tranquila e no dia seguinte ao procedimento, faz-se um raio-x de tórax e mais um eletrocardiograma que se constata que está bem localizado. Com isto, o paciente tem alta”, conclui.