Medidas simples, como diminuir o sal e rir mais, reduzem (mesmo!) o risco de derrame
Desde o controle dos movimentos
até a nossa forma
de pensar, falar e sentir,
o cérebro comanda todo o nosso
corpo. Quando um vaso sanguíneo cerebral entope ou se rompe,
acontece o temido AVC (acidente
vascular cerebral), também conhecido
como derrame cerebral. Logo,
as células danificadas deixam de
cumprir suas funções e os problemas
começam a aparecer. “O AVC
está entre as principais causas de
morte e de sequelas permanentes
no Brasil”, afirma o neurocientista
e neurocirurgião Francinaldo
Gomes. Segundo o Ministério da
Saúde, a doença mata mais de 100
mil pessoas por ano – mais do que
infarto. Outro dado preocupante:
um a cada seis brasileiros corre o
risco de ter AVC. A boa notícia?
Quase todos os fatores de risco
podem ser evitados. Saiba como!
Tipos de AVC
Isquêmico: a presença de um
coágulo bloqueia a artéria que
leva o sangue para o cérebro.
Hemorrágico: quando ocorre
a ruptura em um vaso sanguíneo
que nutre a região cerebral.
Como agir
Ao perceber qualquer um dos
sintomas descritos no boxe à
esquerda, peça ajuda de alguém
próximo e vá imediatamente para
o hospital. Caso não consiga ser
socorrida por alguém próximo, ligue
para 192 – Serviço de Atendimento
Móvel de Urgência (Samu), criado
para auxiliar o paciente ainda dentro
da ambulância, durante o caminho
para o hospital. “O reconhecimento
precoce dos sintomas são
determinantes para o sucesso do
tratamento e para reduzir a chance
de deixar sequelas permanentes”,
indica o especialista.
Alerta em dobro!
Perfil mais atingido: homem ou
mulher com histórico familiar, acima
de 60 anos, diabético, hipertenso,
sedentário, obeso e fumante.
Para saber
Segundo a OMS, cerca de 70%
das pessoas que tiveram AVC não
retornam ao trabalho e 50% ficam
dependentes de outras pessoas para
realizar atividades do dia a dia.
Sintomas
Os sinais dependem do local
do cérebro atingido, mas,
independente da versão do
problema, eles costumam ser
bem parecidos: Dificuldade para falar
e compreender o que as
outras pessoas estão dizendo
Dormência de um
dos lados do seu corpo
Perda parcial de visão
Confusão mental
(não saber, por exemplo,
quem é ou onde está)
Dor de cabeça intensa
Desequilíbrio
Fraqueza nas pernas
ou nos braços
Tontura ou vertigem
Principais causas
Histórico familiar
Idade (acima de 60 anos)
Colesterol elevado
Pressão alta
Tabagismo
Consumo de álcool
Uso de drogas ilícitas
Sobrepeso
Estresse elevado
Diabetes
Sedentarismo
Doenças cardíacas
Saia na frente contra o derrame
1 Não fume: abandonar o vício
é o passo número 1. Além das
substâncias tóxicas e venenosas
ao organismo, o cigarro duplica
o risco de AVC. Quanto antes
você conseguir parar, melhor.
2 Menos álcool: um copo
de cerveja ou uma taça de
vinho não é problema, mas enfiar
o pé na jaca todo fim de semana
eleva a pressão arterial.
3 Controle seu peso: coma
com equilíbrio para manter
seu peso ideal. A obesidade
aumenta a chance de diabetes,
doença coronária e pressão alta.
4 Evite gordura: quando
possível, substitua carnes
gordurosas por peixes, aves sem
pele ou pratos vegetarianos.
5 Maneire no sal: pesar a
mão nesse ingrediente
aumenta a pressão sanguínea.
Evite alimentos processados.
6 Abuse de frutas, legumes
e vegetais: uma alimentação
saudável é fundamental para a
saúde do coração. Prato colorido
é lindo e rico em nutrientes.
7 Coma fibras: dê prioridade
aos pães feitos com farinha
integral e coma aveia e cereais.
As fibras ajudam no controle
da gordura do sangue.
8 Faça exercícios: além de
combater o sedentarismo
e controlar o peso, a atividade
física diminui a pressão arterial.
9 Vá ao médico: para
controlar colesterol, glicose e
pressão, tenha acompanhamento
médico permanente. Nunca
pratique a automedicação.
10 Seja feliz!: nem sempre
é fácil controlar o estresse,
mas é importante cuidar de si
para não ficar nervosa, triste.
Invista no bom humor.
Não deu tempo de prevenir...
Após um AVC, a pessoa precisa
fazer uma série de atividades
de reabilitação para diminuir
as sequelas e acelerar a
recuperação. Neste período,
os amigos e familiares devem
ajudar. As principais atividades:
Fisioterapia: fortalece
os músculos e resgata os
movimentos do corpo.
Terapia ocupacional: para
encontrar formas de diminuir
os efeitos das sequelas no
dia a dia (adaptação da
casa, exercícios diários para
melhorar corpo e mente).
Terapia da fala: ajuda a volta
da comunicação e a deglutição
do paciente.
Nutrição: mantém a
dieta equilibrada, evita
desnutrição ou novo AVC.
Suporte emocional: diminui
a sensação de impotência
e tristeza do paciente.