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Bem-estar e Saúde / Atenção

Álcool em gel foi no olho? Veja cuidados necessários para evitar problemas com crianças

Especialista explica como lidar quando esse tipo de acidente acontece

Helena Gomes Publicado em 19/10/2020, às 09h20

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Saiba todos os cuidados que devem ser tomados na hora de passar o álcool em gel - Banco de Imagens / Pixabay
Saiba todos os cuidados que devem ser tomados na hora de passar o álcool em gel - Banco de Imagens / Pixabay

O Ministério da Saúde da França alertou que foram registrados 63 novos casos de crianças que respingaram álcool em gel nos olhos entre maio e agosto de 2020, de acordo com dados dos Centros de Envenenamento do país. Apesar de o levantamento não ter sido feito no Brasil, não é difícil imaginar que situações do tipo também possam acontecer por aqui durante a pandemia do novo coronavírus.

Quando é impossível lavar as mãos com água e sabão, o uso do álcool em gel é considerado a melhor opção de limpeza contra a COVID-19. No entanto, tanto adultos quanto crianças precisam tomar muito cuidado na hora de usar o produto.

AnaMaria Digital conversou com a oftalmologista Lísia Aoki, que trabalha no Hospital das Clínicas de São Paulo (HC-FMUSP), atrás de dicas para deixar o uso de álcool em gel mais seguro especialmente no caso dos pequenos. Antes de mais nada, a presença de um responsável por perto é essencial.

“Quando a criança for fazer uso do produto, ele precisa ser aplicado pelo adulto ou, minimamente, sob a supervisão de um. Assim, nunca deixe qualquer tipo de álcool disponível para a criança sem uma pessoa mais velha de olho", recomenda.

ACONTECEU, E AGORA?
Os efeitos do álcool em gel nos olhos vão muito além de uma simples ardência. A médica explica que outros sintomas vão aparecer, especialmente por conta da quantidade de produto. E falando nas crianças, é muito provável que tenha bastante choro, mesmo que o adulto não esteja junto no momento do acidente. 

"Justamente porque vai estar com bastante dor. Os olhos também vão ficar vermelhos, ela pode não conseguir abrir os olhos, sensação de dificuldade de abrir os olhos na claridade e lacrimejamento. Então, dá para perceber logo que existe algum problema", ressalta.

Em um primeiro momento, Aoki recomenda levar a pessoa até uma torneira. “O ideal é primeiro lavar bastante com água corrente e tentar tirar o gel o máximo possível. Em seguida, ir imediatamente até  um pronto-socorro que tenha serviço de oftalmologia ou, no mínimo, até um consultório médico para fazer uma avaliação”, indica.

QUEIMADURA QUÍMICA
Caso a quantidade de produto tenha sido muito pequena, a oftamologista avalia que não existem risco. O problema é o excesso de álcool em gel.  “O principal risco que existe é de queimadura química, que pode afetar tanto a conjuntiva quanto a córnea. E dependendo da sua localização e intensidade, existe a chance de uma repercussão mais ou menos grave”, ressalta.

No entanto, ela deixa bem claro que, na maior parte das vezes, se as medidas citadas previamente forem cumpridas, as chances de não haver uma consequência mais grave aumentam. “Na maior parte das vezes vai recuperar bem e sem deixar sequelas, mas depende muito se o agente, no caso do álcool em gel, foi lavado bem e se ocorreu uma avaliação precoce de um oftalmologista”, ressalta.

NA ESCOLA
Muitas cidades estão discutindo a questão da volta às aulas. Para Aoki, este é um momento extremamente crucial para se redobrar a cautela. Assim como os responsáveis têm que tomar todas as precauções, os professores e quem trabalha na escola precisam fazer o mesmo.

“O álcool não pode ficar à disposição das crianças sem que um adulto esteja vendo, por exemplo. E se a criança for bem pequena, o produto tem que ser aplicado pelo adulto. Crianças, principalmente até cinco anos de idade, não devem ter o álcool à disposição fácil, só com um adulto vendo”, salienta.