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Sarampo: não deixe esse mal voltar!

Apesar da fama de ser apenas uma “doença de criança”, o sarampo pode ter consequências sérias – e a vacinação continua sendo o meio mais eficaz de proteger a si mesma e à sua família

Ana Bardella Publicado em 30/08/2018, às 11h11 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h46

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Sarampo: não deixe esse mal voltar! - iStock
Sarampo: não deixe esse mal voltar! - iStock

Assim como outras doenças contagiosas, o sarampo ainda é visto por uma parcela da população como um mal comum em crianças, por isso há quem não dê tanta importância para o problema. Tanto que a adesão à vacinação tem caído nos últimos anos. Por causa disso, a doença, que já estava há anos erradicada no Brasil, voltou a aparecer em alguns estados. Entenda mais sobre esse mal e saiba por que não podemos nos descuidar!

Sintomas
De acordo com Celso Granato, assessor médico em infectologia do Fleury Medicina e Saúde, o sarampo se divide em três fases. Na
primeira, a pessoa pode apresentar febre alta (média de 39 graus), além de uma “cara de choro”. Isso porque a doença provoca uma conjuntivite que deixa os olhos vermelhos e escorrendo. O nariz também escorre, geralmente acompanhado de tosse. Tudo isso dura entre quatro e cinco dias. “Em seguida começa a segunda fase, a mais característica: a pele começa a ficar vermelha. Rosto, pescoço, tórax, braços e pernas são afetados”, explica. As regiões ficam com manchas elevadas. Essa etapa também perdura por até cinco dias. E então, tem início a última fase: a descamação. A pele fica irritada e começa a se descamar, se desgrudando como uma farinha.

Adultos também podem ter
Apesar de ser mais comum em crianças, os mais velhos não estão livres de contrair sarampo. “Os sintomas são iguais aos despertados na infância, porém podem chegar com uma intensidade maior”, ressalta o infectologista.

Não é “inofensiva”
Como o vírus que provoca o sarampo abaixa a imunidade, principalmente enquanto os sintomas estão se manifestando, o corpo pode ficar vulnerável a bactérias que antes não causavam nenhum problema para o organismo. Caso o trato respiratório, por exemplo, seja
afetado, a pessoa pode desenvolver sinusite, otite, pneumonia e até meningite.

Vacinação é o caminho
Atualmente está acontecendo em todo o Brasil a Campanha Nacional de Vacinação contra o Sarampo, Rubéola e Caxumba (tríplice viral), cujo público-alvo são as crianças de 1 a 5 anos de idade. Leve seus pequenos ao posto mais próximo da sua casa e lembre-se do reforço: o ideal é que a criança tome a primeira dose aos 12 meses e outra, chamada tetra viral (que protege também contra varicela), aos 15 meses. Caso o seu filho seja mais velho (de 5 a 9 anos) e ainda não tenha tomado, serão aplicadas duas doses da vacina tríplice com intervalo de 30 dias entre elas. De acordo com o Ministério da Saúde, os adultos não vacinados devem receber a
medicação prioritariamente onde há surto da doença, como em Roraima e Manaus (AM), na Região Norte do país. Para as pessoas
acima dos 50 anos, a imunização não é necessária. “Como antes o sarampo era comum, é provável que a pessoa já tenha tido contato com a doença e criado anticorpos para se defender naturalmente”, esclarece o médico.

Quem não deve tomar a vacina?
“Por ser uma imunização realizada com o vírus vivo enfraquecido, não é recomendada para mulheres grávidas, uma vez que pode atingir o feto”, ressalta Granato. Além disso, quem está realizando tratamentos que baixam a capacidade de defesa do organismo, como quimioterapia, também deve esperar para se vacinar.

Pode dar alguma reação?
Pouquíssimas. “As crianças podem ficar febris ou enjoadas, mas, passado um dia, a situação já se normaliza”, explica o especialista.

Resistência à vacina
Lilian dos Santos Rodrigues Sadeck, vice-presidente da Sociedade de Pediatria de São Paulo, alerta para uma queda na adesão das vacinas no Brasil. Segundo ela, entre os possíveis motivos para a baixa adesão está o crescimento dos movimentos antivacina (no qual os pais se preocupam com os efeitos da imunização nas crianças). Granato complementa que outros fatores também contribuem para essa resistência: “O horário de funcionamento dos postos de saúde e a falta de estoque também podem prejudicar o processo”,
diz. No entanto, a vacinação deve ser prioridade na educação das crianças. Afinal, o sarampo e outras doenças já foram erradicados no Brasil – mas não no mundo! A circulação de pessoas pode fazer com que elas voltem a se contaminar. O contágio normalmente se dá através da tosse ou espirro de uma pessoa que já está com a doença para outra. As gotículas que carregam o vírus também podem se acumular em cômodos (principalmente aqueles fechados) ou objetos. Por isso, não bobeie!