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Sexo bom até a maturidade

Transar faz bem à saúde, deixa a gente mais bonita e animada. Então, por que abrir mão disso com o passar dos anos? Veja os ajustes necessários para manter sua vida sexual ativa e interessante

Patrícia Affonso Publicado em 08/06/2018, às 15h51 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h46

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Mulheres têm baixas hormonais e cobranças sobre a forma física. Homens lidam com a diminuição da potência sexual. Mas o prazer é possível - iSTOCK
Mulheres têm baixas hormonais e cobranças sobre a forma física. Homens lidam com a diminuição da potência sexual. Mas o prazer é possível - iSTOCK

Estamos vivendo mais, é fato. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na década de 40, o brasileiro vivia em média 45,5 anos. Em 2016, a expectativa de vida subiu para 75,8. Mais de 30 anos de diferença! Então, que tal reconsiderar a forma como queremos aproveitar esse período extra que ganhamos? O sexo ocupa um lugar importante nessa realidade: “A atividade sexual nos faz sentir vivos. Por isso, quem envelhece e continua transando certamente conserva mais qualidade de vida, além de conviver melhor socialmente. Tudo isso ajuda a manter a sanidade”, diz a terapeuta sexual Rosely Salino (SP).

As baixas da idade

Manter a vida sexual dinâmica na terceira idade é algo desejável, mas nem sempre tão fácil. De acordo com a psiquiatra e pesquisadora Carmita Abdo (SP), enquanto nove em cada dez homens permanecem ativos após os 70 anos, metade das mulheres da mesma faixa etária relatam não querer mais desfrutar relações sexuais. “Isso tem muito a ver com os hormônios. Neles, a baixa é muito sutil, ou seja, vão perdendo apenas 1% de testosterona ao ano, a partir dos 40. Já nas mulheres, dos 45 em diante, há uma perda de estrógeno muito acelerada. Depois, o corpo simplesmente para de produzi-lo quando entra na pós-menopausa”, diz a psiquiatra. Além de diminuir o impulso sexual, essa queda tem impacto no conforto durante o ato. É que, sem o estrógeno, a lubrificação da vagina fica prejudicada e a mulher pode sentir dor na hora H. E isso, consequentemente, vai minando o interesse. Então, para aproveitar essa fase sem tantos desconfortos, fale abertamente com o seu ginecologista. Se for o caso, ele poderá indicar reposição de estrógeno.

Autocobrança: outra vilã

Para começar, mesmo em ótimas condições físicas e emocionais, é natural que o ritmo diminua. “E não só no sexo, mas na rotina mesmo. É uma ilusão esperar uma frequência sexual muito alta e orgasmos de tirar o fôlego”, pondera Carmita. Mas, se por um lado, a quantidade de relações pode cair, por outro, a qualidade tende a aumentar significativamente: os parceiros se conhecem mais e há menos pressa e cobrança por uma performance maravilhosa. O corpo também sofre transformações. E aqui, de novo, as mulheres são mais exigidas. Homens grisalhos geralmente são considerados charmosos e atraentes, enquanto mulheres são tidas como velhas e até descuidadas. “Vivemos num país onde o culto ao corpo é muito exacerbado. A ala feminina se cobra muito e acaba não se achando atraente. Por isso, tende a evitar o contato íntimo”, coloca Carmita. Um erro, apontam as especialistas. Segundo elas, tesão não tem apenas a ver com atributos físicos. Atitude e ligação do casal são tão ou mais importantes. “É preciso se desprender um pouco do corpo. Nessa fase, ele passa a ser o instrumento, e não o objetivo”, completa Carmita.

Amor e sexo Para transar bem (e sempre!)

MANTENHA UMA ROTINA SAUDÁVEL: isso inclui dieta balanceada, prática de atividade física, não fumar, beber moderadamente, administrar o estresse e dormir bem. “Um estilo de vida saudável previne e ajuda a retardar uma porção de doenças que podem interferir no sexo. A nicotina, por exemplo, contrai os vasos sanguíneos e piora a lubrificação vaginal. O colesterol alto interfere no fluxo sanguíneo, não irrigando bem os genitais, o que também pode atrapalhar a lubrificação e a ereção no homem. Pessoas depressivas perdem o interesse sexual... E por aí vai”, pontua a psiquiatra Carmita Abdo.

CONSULTE O GINECOLOGISTA: o médico poderá ajudar a solucionar questões que empacam o prazer, como a falta de lubrificação. “Existem opções que vão desde exercícios pélvicos que melhoram a oxigenação local até o uso de produtos, com ou sem hormônios, como lubrificantes e hidratantes vaginais. Em casos mais complexos, onde a queixa esbarra na atrofia dos músculos vaginais, é preciso usar estrógeno. Mas tudo isso precisa ser bem orientado”, completa a especialista. Vale a pena tentar! da vagina fica prejudicada e a mulher pode sentir dor na hora H. E isso, consequentemente, vai minando o interesse. Então, para aproveitar essa fase sem tantos desconfortos, fale abertamente com o seu ginecologista. Se for o caso, ele poderá indicar reposição de estrógeno.

ENCARE MELHOR AS MUDANÇAS: como já dissemos, o tempo impõe modificações de ritmo e interesse. “Aceite-as como um ritual de passagem e exercite a ideia de que não é porque algo mudou que deve acabar. Basta se adaptar à nova realidade”, orienta Rosely Salino.

FIXE MENOS NA IMAGEM: sexo é mais que aparência, é parceria. Então, relaxe e aproveite o momento sem paranoias. “Seu corpo não é mais o mesmo da juventude, mas pode ser atraente, bonito e funcional”, diz.

ALIMENTE SUA LIBIDO: se pensar em sexo já não é algo tão natural, dê aquela forcinha. Leia contos eróticos, troque mensagens apimentadas, assistam juntos a um filme sensual... E fortaleça a parceria fora da cama também, com muitos programas agradáveis e diálogo.

FIQUE ATENTA A POSSÍVEIS PROBLEMAS DO PARCEIRO: pesquisas mostram que cerca de metade dos homens têm dificuldade de ereção a partir dos 50 anos, em maior ou menor grau. Mesmo com o uso de remédios, que são muito eficientes, isso pode gerar ansiedade e constrangimento – inimigos do prazer a dois. Fazer terapia tende a ajudar. Vale a pena conversar bastante para irem juntos!