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"Vamos ficar gostosas, ninguém liga pro resto"

Susana Vieira fala sobre a nova personagem, Adisabeba, e conta como está se sentindo bonita!

Roseane Santos Publicado em 22/09/2015, às 14h00 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h44

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Susana vieira 987 - João Miguel Júnior TV Globo
Susana vieira 987 - João Miguel Júnior TV Globo
Susana Vieira alongou o cabelo até a cintura e ficou mais poderosa para viver a Adisabeba da novela global A Regra do Jogo. Considerada a rainha do Morro da Macaca, ela vive numa imensa casa na comunidade, é mãe do funkeiro do momento e possui um hostel onde funciona a boate mais famosa da região. Mulher segura, de personalidade forte, não tem papas na língua. Qualquer semelhança com Susana não será impressão sua. “Estou feliz porque vou fazer um pouco eu. Sou solta, não me preocupo com o que pensam de mim”, diz. Veja o que ela fala sobre o próprio corpo (que até Cauã Reymond elogiou) e sobre a pegação na balada – que rola, sim!

Como se preparou para fazer a Adisabeba, uma mulher tão livre e segura?
Não me preocupo para preparar um personagem. O meu emprego é ser feliz e fazer os outros felizes. Eu trabalho há 45 anos nisso, então a vida me preparou, sabe? Nesta fase em que estou, só espero que o figurino me ajude e o texto também. Eu fico igual a uma Barbie, esperando ser vestida. Vou criando o personagem com o texto.

Adisabeba é intensa... Ela parece com você?
Estou feliz, porque vou fazer um pouco eu. Entre viver uma rica cheia de pose e interpretar uma mulher assim como ela, sou mais ela. Não sou nem um pouco parecida com aquelas madames chiques, politicamente corretas, que não erram nunca. Sou uma pessoa solta, que não se preocupa com roupa, se estou gorda e o que estão pensando de mim.

E esse visual coloridão, o que você achou dele?  
Como atriz eu coloco e tiro o que tiver que colocar e tirar. É mais legal viver essa mulher do que ficar com aquele mega hair escovado o tempo todo. Estou muito feliz do João Emanuel [Carneiro, autor da novela] ter me escolhido. Também com tanto tempo de televisão, acho que ninguém tem dúvida de que eu posso fazer qualquer tipo de personagem [risos].  

Ela vive em uma comunidade. É uma realidade distante da sua?
Eu tenho vivência em comunidades. Sou rainha de bateria da Grande Rio e rainha da parada gay na Rocinha... O Rio de Janeiro tem uma coisa legal, por ser tudo muito próximo. Em outras cidades, falam de comunidade como fosse outra raça, mas no Rio é tudo junto. Todo mundo convive, pega trem, toma ônibus, trabalham com a gente. 

Você acha que ela pode virar uma vilã?
Aqui nesta novela todo mundo é mocinho e bandido. Espero que nenhum personagem seja totalmente bonzinho, cheio de frescura. Acho que assim o público vai se sentir mais próximo. Todo mundo já pisou na bola um dia e gostaria de ter um amor, ser amado, mas a vida tumultua e às vezes somos injustos com quem está próximo. 

O que pensa da relação dela com o filho? 
Ela é uma mãe maravilhosa. Chama Merlô [interpretado por Juliano Cazarré] de meu neném, mas também dá tapa na cara dele se achar que deve. Acho que na classe média existe uma preocupação quando os meninos crescem um pouco: os pais não podem buscar no colégio ou chamar de neném. Lá não existe isso. É “vem, meu bebê”, sim. E se reclamar de ser chamado de bebê, já leva umas porradas, mas tudo é com afeto [risos]. Acho que eles defendem a família com unhas e dentes. 

Você também tem momentos de tiete?
Sim, claro que tenho. Coloquei na internet foto com Neymar. Quem não gostaria de colocar? Quando vi a Letícia Lima [a atriz de Porta dos Fundos está no elenco da novela] no camarim, falei: “querida, eu te amo, acompanho sempre seu trabalho”. Só a conhecia do programa Porta dos Fundos. Ela nem acreditou que eu a adorava tanto assim! Eu também sempre falo que a Cássia Kis é uma atriz maravilhosa. Eu digo para ela que ela vem antes de mim. Se eu me acho o máximo, ela então é mais que o máximo [risos]. E olha essa história de tietagem: uma vez, eu estava em um restaurante e ofereceram uma garrafa de espumante na minha mesa. Quando olhei era o jogador Adriano, o Imperador. Ele apanha muito da imprensa. Temos que pensar que era uma pessoa de 23, 24 anos, que ficou rica, com a testosterona lá em cima... Ele iria se comportar como estivesse em um convento? Claro que pisa na bola... Ele pegou o telefone e pediu para eu falar com a mãe dele. Eu falei que eu, assim como ele, apanhava muito da imprensa, mas que tudo isso passa.

Você foi muito elogiada pelos homens da novela. Como se sente? 
Olha, ser elogiada como atriz é uma coisa, mas ser elogiada como mulher, eu acho o máximo! Vamos falar a verdade? Hoje em dia todo mundo valoriza a juventude, o sexo, o charme. Ninguém dá valor à inteligência, às coisas que a gente sabe da vida, a falar várias línguas... Então, vamos ficar gostosas! Vamos colocar minissaia! Quando vem um Cauã Reymond e fala que estou gostosa, eu acho show. Quando vem outro menino e fala que sou uma mulher desejável, acho que ele não está fazendo média, não é? Se estiver, vai apanhar [risos].

Mas você realmente 
está muito bem...
Quando você se permite ser feminina, significa que continua viva. Segue apostando no futuro, tem esperança de amar, não 
se entrega. Continua curiosa e alegre, indo ao baile funk e curtindo música eletrônica, que é tudo que eu gosto.

Você recebe muitas cantadas nos bailes?
Hoje em dia está difícil de encontrar namorado nesses lugares.  Primeiro, são homens lindíssimos e quando você vê... O namorado está do lado. São ótimos de se conviver, chiques, educados, doces... Mas não me cantam, né?

Mas rola cantada, não?
Ah, tem. Tem pessoas que chegam, a gente sai e tudo bem. 

Então quer dizer que você pega em baile funk?
Pego não, me pegam, né, querida? Acho que o que existe é um homem e uma mulher que se olham e sai uma faísca. Ninguém beija na boca ou transa se um não quer. Tem horas que você olha para quatro homens bonitos. Mas tem um ali do lado, que você não está dando valor e é exatamente aquele com quem deve sair.