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Bem-estar e Saúde / Superação

‘Venci o câncer de próstata’: eles contam como exames de rotina salvaram sua vidas

O câncer de próstata ainda é o tumor mais comum no sexo masculino

Por Ives Ferro e Vivian Ortiz Publicado em 29/11/2018, às 15h11 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h46

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O empresário Ari Freire, 62,  de São Paulo (SP), e o motorista autônomo Valmir José Gonçalves, 64, de Carbonita (MG) - Ari Freire/ Valmir José Gonçalves
O empresário Ari Freire, 62, de São Paulo (SP), e o motorista autônomo Valmir José Gonçalves, 64, de Carbonita (MG) - Ari Freire/ Valmir José Gonçalves

O empresário Ari Freire, 62,  de São Paulo (SP), e o motorista autônomo Valmir José Gonçalves, 64, de Carbonita (MG), não se conhecem, mas a história de ambos tem um ponto em comum: o câncer de próstata.

No fim do Novembro Azul, criado em 2011 pelo Instituto Lado a Lado pela Vida para destacar a importância dos cuidados precoces para evitar a doença, AnaMaria conta como a descoberta mudou a vida desses pacientes. Confira!

“MEU MAIOR MEDO ERA A IMPOTÊNCIA SEXUAL”

“Sempre fiz meus exames regularmente, mas quando estava com 57 anos o meu PSA (visto por exame de sangue) deu alterado. Com a biópsia, descobrimos a presença do tumor. A primeira coisa que passou na minha cabeça foi a morte. 

O médico me garantiu que a melhor saída seria a videolaparoscopia, na qual uma endocâmera é usada no abdômen para retirar a próstata, mas um amigo havia feito e ficou com incontinência urinária, além de impotência.

Pesquisei na internet e descobri o HIFU. Optei pelo procedimento por ter menos riscos, e foi fantástico. Tive alta dois dias após a cirurgia. Houve problemas de incontinência no primeiro mês, mas passou rapidamente. Já a ereção, continuou normal. Faço PSA a cada 6 meses e estou curado. Nasci de novo e estou muito contente.”
Ari Freire, 62

“EXAME DE ROTINA SALVA A VIDA”
“Faço os exames todos os anos, mas em 2011 meu PSA deu alterado. Na época, eu não tinha nenhum sintoma.  

Moro no interior de Minas Gerais, e como a cidade é muito pequena, segui para outras atrás do tratamento. O processo não foi fácil. Cerca de quatro meses depois, me ligaram com a data da cirurgia.

Tive medo da quimioterapia, pois não imaginei que acabaria somente com a cirurgia. Após o procedimento,  médico me disse que tive muita sorte. Aconselho a todos os homens fazerem exames de rotina, mesmo que não estejam sentindo nada.  Uma coisa simples salvou a minha vida.”

Valmir José Gonçalves, 64 anos​


PREVENÇÃO E CUIDADO

O câncer de próstata ainda é o tumor mais comum e o segundo maior causador de morte pela doença no sexo masculino. Segundo recente estimativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA), estão previstos  68.220 novos casos no Brasil somente este ano.

Na rede SUS, Valmir fez a prostatectomia radical, uma das mais comuns. A cirurgia consiste na retirada da próstata e do tumor.

Já Ari usou o HIFU (Ultrassom Focalizado de Alta Intensidade), terapia alternativa para o câncer primário e localizado em fase inicial, em rede particular.

O HIFU aplica uma energia acústica num ponto específico da próstata, onde está localizado as células doentes. Em seguida, a temperatura é elevada para cerca de 90° a 98°, destruindo o tecido cancerígeno. 

No Brasil, o procedimento é realizado desde 2011, e está disponível em poucas redes particulares de Curitiba e São Paulo, ao custo de R$30 a R$ 50 mil.

“Seria como colocar a lupa ao sol e causar uma queimadura numa folha de papel”, explica Marcelo Bendack, uro-oncologista e presidente da Associação Latino-Americana de Uro-Oncologia (UROLA). 

Segundo o médico, um dos fatores que tornam o HIFU especial é a possibilidade de uma aplicação de energia que não é radioativa, e que não é algo que possa causar danos no trajeto por onde ela passa. 

INOVADORA, MAS TEM RISCOS

Procurado por AnaMaria, Flavio Trigo, presidente da Sociedade Brasileira de Urologia de São Paulo, esclarece que o HIFU, apesar de ser um procedimento válido, ainda envolve riscos, assim como as outras opções disponíveis para tratamento.

“O HIFU é uma máquina nova aqui no Brasil, e está passando por processos de estudo em outros países.. Pode ser um pouco perigoso sair indicando por enquanto”, avalia. Outra questão levantada foi o custo, que ainda é alto.