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Você já pensou na importância do banheiro na vida do seu filho?

Mesmo que o espaço seja bem pequeno, ele guarda memórias e histórias especiais da infância

*Priscila Correia, do Aventuras Maternas, colunista de AnaMaria Digital Publicado em 29/10/2021, às 08h00 - Atualizado às 17h43

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Pais buscam sempre incentivar a autonomia dos pequenos. - Rendy Novantino/Unsplash
Pais buscam sempre incentivar a autonomia dos pequenos. - Rendy Novantino/Unsplash

Seu filho tem um banheiro só para ele? Esta pergunta pode ter inúmeras respostas: sim, não, banheiro compartilhado com o irmão, entre outras. Mas esta matéria não trata sobre a exclusividade deste espaço para as crianças. E sim sobre o momento que envolve a conclusão do desfralde e o uso autônomo do cômodo, não apenas para as necessidades fisiológicas, mas também na hora do banho, escovar os dentes e até mesmo brincar.

E mesmo que, por vezes, o espaço seja bem pequeno, ele guarda memórias e histórias especiais da infância. Afinal, é lá que os bebês pulam de fase e ganham mais independência, ao longo do segundo ano de vida. Como foi o caso do pequeno Rafael, de 3 anos, que já compartilha o mesmo banheiro dos pais. “Incentivamos sempre a autonomia dele. Começamos usando o peniquinho, passamos ao redutor de assento. E, quando se sentir seguro, usará o banheiro sozinho, pois mesmo não tendo um espaço apenas para ele, será um momento de exercitar sua independência”, comenta a mãe do menino, Andréa Castro.


Patrícia e Yasmin. (Crédito: Arquivo pessoal)

Leticia Val de Oliveira do Rio Branco, mãe de Gael, de 8 anos, conta que os cuidados continuam ao longo do crescimento. Embora o filho já use o banheiro sozinho há algum tempo, ela continua pensando em detalhes, como colocar um tapete antiderrapante para evitar acidentes, controlar o consumo de água durante o banho e não deixar que ele tranque a porta – o menino já ficou preso certa vez. “Mesmo já fazendo as coisas sozinho, isso não impede que eu tenha que estar sempre supervisionando”, diz. Letícia conta, ainda, que Gael adora água e, por ele, demoraria muito no banho, mas a mãe controla, explicando que a água do mundo está acabando. “Quando era menor, até me perguntou quando iria acabar a água do planeta. Hoje em dia, falo pra ele não demorar, porque não pode. Aos poucos, ele vai aprendendo. Mas tenho que ficar em cima. Se não fizer isso, são horas debaixo do chuveiro”, explica.

Na família de Patrícia Fukabori, mãe de Yasmin, de 6 anos, também não há um banheiro específico para a criança, mas isso não significa que a independência da menina não seja incentivada desde cedo. “Ela faz xixi sozinha e se limpa, apenas cocô depende de nós, mas já vai ao banheiro sem pedir. Mesmo em um banheiro coletivo familiar, organizamos tudo para que tenha fácil acesso ao que precisa utilizar, como um banco para subir na pia e assento específico pra ela se sentir bem”, pontua. A mãe também ressalta questões relacionadas ao consumo consciente de água e energia quando a filha usa o banheiro. “Sempre conversamos sobre o tema. No banho, ao escovar os dentes, ao lavar as mãos. Ela já tem muita consciência desta questão porque a escola também ajuda, além da família”.

E para ‘abrir a porta’ e desbravar cada centímetro quadrado do banheiro, incluindo o tema sustentabilidade - que é nossa preocupação, assim como das mães entrevistadas -, e suas potencialidades, esse é o nosso tema da coluna de hoje.

UM AMBIENTE SEGURO
Embora um banheiro possa ser um local não apenas para incentivar a autonomia das crianças, mas também um ambiente de diversão, é preciso tomar cuidado, sim, com a segurança. Escorregões na água, tropeços perto de móveis e vaso, afogamento na banheira e até uso de celulares (especialmente se tiverem plugados à tomadas) podem causar sérios acidentes. Para o arquiteto Fabricio Forg (Instagram @fabricioforg), do Fabricio Forg Escritório de Arquitetura, apesar da beleza ser algo almejado na decoração de interiores, a segurança em ambientes passíveis de acidentes, como banheiros, deve ser a principal razão de uma reforma. “Os pisos e os armários devem ser os pontos de maior atenção num banheiro infantil: ambos bem projetados para evitar escorregões ou machucados com os cantos vivos. Para as crianças pequenas, recomenda-se também atenção quanto à organização dos itens nos móveis ou nichos, a fim de que objetos pontiagudos e remédios estejam fora do seu alcance”, esclarece.

Ele explica, ainda, que não pode faltar uma boa iluminação. “Para além do caráter descontraído e lúdico, a iluminação certa também gera economia”, diz. Outro ponto importante é a redução do tamanho dos banheiros e, por consequência, do box. "Caso não haja espaço para uma porta, opte por uma placa fixa de vidro; caso não possa ter nem uma folha fixa de vidro, opte por uma cortina, solução, inclusive, muito comum fora do país, que, dependendo da decoração, ainda pode dar muito charme ao ambiente”, complementa. Já em relação aos pontos hidráulicos ou elétricos, ele explica que um projeto de banheiro é feito seguindo a ergonomia de um corpo adulto, sendo a adaptação para o uso da criança a utilização de um banco para acessar a bancada da pia, ou de uma tampa de vaso sanitário com assento menor. “Neste caso, as tomadas devem então ser mantidas na altura de um adulto, preservando tampas de segurança, como em outros ambientes da casa, para que a criança tenha a companhia de um responsável quando precisar ligar um equipamento na tomada.”, conclui.

Marina Marini Mariotto Belotto, arquiteta e urbanista e professora do curso de Arquitetura e Urbanismo da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), lembra também de algo que já se vê muito hoje em projetos de banheiros, inclusive infantis: as automações desses espaços, com chuveiros automáticos, descargas e afins. Ela explica que, apesar da facilidade que tais tecnologias podem trazer para o dia a dia, é importante questionar, especialmente quando o uso desses espaços é voltado para os pequenos, pois quando tudo é muito facilitado, a criança acaba não desenvolvendo a atenção ao processo que está fazendo, o que faz com que comece a depender muito daquele ‘serviço’. “As soluções não podem privar a criança de desenvolver autonomia e os pais devem priorizar o aprendizado”, enfatiza.

Marina alerta também sobre projetos totalmente direcionados ao público infantil, que acabam tendo vida útil pequena, já que esse indivíduo cresce e acaba não aproveitando mais o espaço. “Tem pessoas que gostam de projetar a bancada mais baixa, fazer as torneiras mais baixas, o controle de água do chuveiro na altura ideal para criança, o vaso sanitário na escala do pequeno etc. Porém, essas modificações não são tão comuns porque têm um valor mais elevado e pouco uso a longo prazo. Por isso, a melhor solução é fazer adaptações com o mobiliário solto para que a criança ganhe autonomia e não haja um custo tão elevado do projeto para um espaço que vai ser utilizado por pouco tempo. Os ambientes que são compartilhados por crianças e adultos devem ser pensados para os dois, já que até mesmo quando o quarto e o banheiro são exclusivos para crianças, também são frequentados por adultos, ainda que apenas na hora de arrumar, limpar, organizar, etc”, completa.

Já na hora do banho, por exemplo, é importante nunca deixar a criança totalmente sozinha. Se ainda não souberem equilibrar o quente e frio, é preciso conferir a temperatura da água; os produtos de higiene, como shampoos e sabonetes, devem ficar fora do alcance dos pequenos; e no chão o ideal é que haja um tapete antiderrapante. Outro ponto de atenção é o box de vidro. Glória Cardoso, Gerente de Vendas & Marketing da Blindex, explica que, no caso do box de banheiro, por exemplo, é possível afirmar que o vidro é um material adequado e seguro para essa aplicação. No entanto, é fundamental que seja utilizada a versão correta do produto - existe uma norma técnica (ABNT 14207) que especifica e recomenda três tipos de vidro de segurança para utilização em boxes de banheiro. O vidro temperado é cerca de cinco vezes mais resistente do que os vidros comuns e, em caso de quebra, produz fragmentos pequenos, não pontiagudos e menos cortantes do que os vidros comuns. “Devemos também levar em conta que o box de banheiro é um produto manuseado e utilizado diariamente, sofrendo intenso desgaste ao longo do tempo. Por isso, para garantir a segurança, a norma recomenda que o box de banheiro passe por uma manutenção periódica a cada 12 meses, incluindo a verificação e revisão de todos os componentes e, se necessária, a substituição, garantindo o perfeito funcionamento do produto. Além disso, é imprescindível a supervisão de um adulto enquanto a criança estiver no banheiro”, esclarece.


Blindex aposta na segurança para evitar acidentes no banho. (Crédito: Divulgação)

Para crianças, especificamente, Glória diz que existe um modelo mais seguro, o box com película de segurança, que sai de fábrica com uma exclusiva película que, além de aumentar a resistência do vidro, também mantém os fragmentos unidos e seguros em caso de quebra do vidro. Além do vidro e da manutenção, outros itens de segurança garantem um box infantil seguro, como aparador de porta com batedor regulável; trava de segurança, que impede que a porta se solte do trilho; guia de porta reforçada; roldana blindada com dupla proteção e sistema de fixação com parafusos autobrocantes.

DESENVOLVIMENTO E SAÚDE DOS PEQUENOS
Para além do projeto do banheiro em si, esses espaços são extremamente importante para o desenvolvimento das crianças, seja pela autonomia que os pequenos adquirem com o tempo, pela diversão oferecida na hora do banho ou pelos aprendizados que, sim, são possíveis de serem passados dentro destes locais. Na hora do banho, por exemplo, Carmem Accetta, pediatra da Perinatal/ Rede D'O, explica que a partir dos dois anos de idade, a autonomia pode ser desenvolvida e estimulada sob supervisão, ensinando a criança a limpar algumas regiões do corpo durante o banho. Já entre os cinco e seis anos, os pequenos conseguem se banhar sozinhos, mas sendo recomendado que alguém vigie e oriente se necessário. Já a partir dos sete anos acontece uma melhor autonomia, não necessitando de alguém o tempo todo ao lado da criança nessa hora. "A autonomia deve ser inicialmente compartilhada, quando nós, adultos, ensinamos como eles devem tomar banho, como se lavar etc. É preciso que os responsáveis se certifiquem não apenas que seja um ambiente seguro para que a criança fique bem, mas também devem checar a temperatura da água, verificar se o material de higiene está onde a criança possa pegar, observar se não há risco de escorregar ou afundar em banheiras etc", pontua.

Quanto ao uso de baldes e banheiras, que os pequenos adoram, Accetta explica que, devido a características próprias do desenvolvimento infantil, os menores de quatro anos têm pouca habilidade para reconhecer situações de risco e reagir de maneira correta e, por isso, não é recomendado deixá-los sozinhos enquanto brincam com água ou tomam banho. Já a pediatra Xênia do Couto, da Clínica Pedenpatia, lembra que acidentes como afogamentos são mais comuns do que se imagina. “Geralmente, ocorrem em pequenos intervalos, como quando viramos para pegar uma toalha. Isso já é suficiente para que uma criança fique submersa na banheira. Se você se afastar por dois minutos para atender um telefone, isso pode ser o bastante para a criança perder a consciência. Se você demorar mais do que quatro minutos, a lesão cerebral pode ser permanente”, exemplifica. Ela, inclusive, fala sobre algumas medidas simples, mas que podem diminuir esse risco, como esvaziar baldes, banheiras e piscinas infantis depois do uso e guardá-los sempre virados para baixo e longe do alcance das crianças; despejar a água antes de retirar a criança da banheira e esconder a tampa da banheira, de modo que a criança não possa preparar seu próprio banho; e nunca deixar uma criança com menos de três anos sozinha na banheira.

Já quando o assunto é escovar os dentes, a autonomia completa acontece por volta dos oito anos, quando a criança já tem melhor capacidade motora para escovar os dentes sem ajuda. "É importante criar um ambiente seguro para qualquer atividade, e alguns ajustes podem ser feitos para facilitar. O uso do banquinho de apoio é muito comum, pois ele estimula a criança a querer escovar os dentes. Mas é preciso atenção, pois este deve ser firme (certifique-se que não escorregará quando ela se movimentar) e confortável para alcançar a pia. E mais: mesmo que a criança já saiba como usar, nunca devem ficar sozinha", determina Accetta. Quando o assunto é o uso do vaso sanitário, é preciso fazer um alerta importante: os pais devem sempre estar por perto, porque, sim, existe ali o risco de afogamento.

“Como a cabeça dos bebês é proporcionalmente maior em relação ao restante do corpo, em caso de queda não conseguirão empurrar o corpo para fora. Além disso, há o risco de infecção, já que o vaso sanitário é um ambiente muito contaminado e de intoxicação por produtos de limpeza. A dica, então, é usar travas de segurança, mantendo o vaso sempre fechado, e nunca deixar o bebê sozinho no banheiro. Após os cinco anos de idade, o risco de acidentes é menor, mas é preciso supervisão, com o responsável sempre observando, ainda que de longe”, enfatiza Xênia. Ela comenta, ainda, que aprender a usar o vaso é uma grande etapa no desenvolvimento infantil, mas cada criança tem seu tempo. “Algumas podem aprender em dias, enquanto outras podem levar meses. Como saber que está pronto? Não existe uma idade exata, mas raramente ocorre antes dos dois anos. E quando começarem a usar o banheiro, é preciso atenção ao escolher o penico ou adaptador de vaso, pois este deve estar acessível para quando a criança quiser utilizá-lo de forma mais rápida”, esclarece Xênia.

DIVERSÃO E APRENDIZADO

Além de incentivar a autonomia dos pequenos, os banheiros também podem ser espaços de diversão e aprendizado. Afinal, lá eles poderão brincar na hora do banho, aprender sobre arrumação e organização ao serem incentivados a guardar os itens de uso pessoal em armários e prateleiras e até entender melhor sobre como preservar os recursos do planeta. A pedagoga Thainara Morales acredita que o banho possa ser um momento para diferentes aprendizados, com os responsáveis ensinando sobre conscientização e cuidado com meio ambiente ou para que a criança entenda melhor sobre as partes do corpo e sua higiene. Porém, é importante entender que o banho deve ser também um momento prazeroso para eles, inclusive no desenvolvimento de vínculos afetivos com os cuidadores. Aproveite momentos como esse para se conectar.

"Entre as brincadeiras para os pequenos até cinco anos, sugiro a de espirrar água da esponja ou fazer um brinquedo boiar; bater na água, fazendo as bolhas levantarem; oferecer objetos novos e observar como se comportam perto da água. É possível também usar chá na água do banho como uma opção para colorir e despertar cheiros. Para crianças com problemas relacionados ao processamento sensorial será uma grande valia a brincadeira com camomila ou outra essência na água para estimular o olfato, ou shampoos e sabonete com cheiros de frutinhas. Os pequenos também adoram a espuma gerada por esses produtos. Outra dica é colocar em uma bacia os brinquedos preferidos ou letras para adivinharem. E por falar em incentivos ao aprendizado, que tal propor desenhos no azulejo? Utilize as tintas que saem com água e escreva o nome da criança para a mesma copiar”, ensina. Já para os mais velhos (a partir dos cinco anos) e que têm melhor compreensão, a família pode introduzir uma rotina visual para eles terem noção de tempo, espaço e organização na hora do banho. “Alguns combinados devem ser feitos antes da criança girar a torneira, como, por exemplo, colocar um despertador para a mesma desligar o chuveiro. Acho importante também os pais deixarem claro que respeitam a privacidade deles, mas que a porta deverá ficar entreaberta”, complementa.

Quando o assunto for autonomia e independência, uma boa dica é sugerir que a criança possa escolher o que guardar no armário do banheiro, por exemplo. Lá, ela pode, inclusive, ter um espaço para seus brinquedos. A pedagoga Angela Maria Antunes Fonseca explica que ter esse tipo de responsabilidade é importante para a criança aprender, desde cedo, a organizar, guardar e selecionar seus objetos, os que mais agradam, quais quer usar naquele dia etc. “A gente sabe que, normalmente, o armário do banheiro é, em tese, para guardar produtos de higiene, e que esses jamais devem ficar ao alcance dos filhos. Mas se o espaço foi ofertado para a criança, é natural que ela vá guardar lá coisas que considere importantes, como brinquedos e bonecos. E eles devem ter, sim, direito as suas escolhas. Porém, é importante que se cobre organização e bom uso do espaço, respeitando as limitações de cada idade”, enfatiza.

Uma outra questão importante quando se pensa em uso do banheiro por crianças é em relação ao desperdício de itens normalmente usados por eles, como sabonetes líquidos, que muitos gostam de brincar jogando pelo ralo ou misturando à água. Sobre isso, Angela enfatiza que, sim, é possível conversar com a criança a esse respeito e deixar claro o que é brinquedo ou não. “É preciso dar autonomia e responsabilidades, inclusive falar e mostrar sobre o uso racional dos produtos e da água. Já em relação aos pequenos que gostam de colocar esses produtos na boca, é necessário ensinar desde cedo o que pode ou não ingerir, pois isso é imprescindível para sua segurança”, pontua. E complementa: “A partir dos cinco anos, as crianças já começam a exercitar certa autonomia, como querer tomar banho sozinhas. Nessa fase, os pais podem fazer os chamados ‘combinados’, como deixar o banho sem supervisão direta, mas dizer que não podem, por exemplo, trancar a porta e lavar o cabelo sozinha; não desperdiçar água nem produtos etc. Inclusive, se a criança já frequentar a escola, estará muito habituada aos combinados, pois fazem parte da rotina lá também. Além disso, os pais também podem criar mecanismos de acompanhamento de forma sutil, como passar despretensiosamente pelo banheiro e olhar como os filhos estão; criar rotinas e conversas e falar sobre o banho; contar histórias e relatos de como foi o dia”, conclui Angela.

E por falar em desperdício, os pais e responsáveis devem, desde muito cedo, ensinar aos filhos sobre diversão com sustentabilidade. A geógrafa Cleusa Dias conta que desde sempre ensinou as filhas sobre desperdício de água. “Elas eram bem pequenas e eu sempre falava que um dia pagariam muito caro para terem água potável. Quando tomavam banho, ainda crianças, eu não deixava brincarem com chuveiro ligado, e na adolescência eu regulava na porta do banheiro para desligarem. Ao lavarem alguma louça, pedia que ensaboassem e só abrissem a água quando fossem enxaguar. Elas riam e me achavam exagerada. Hoje, sempre comentam que lembram do que eu dizia, que a geração delas já precisa comprar garrafa de água mineral para beber. E agora ainda é muito pior do que quando elas eram crianças. Tudo é muito preocupante, muito mais do que nós imaginávamos há 40 ou 50 anos. Se as crianças de agora não aprenderem desde muito cedo sobre uso de água e energia, elas vão pagar ainda mais caro daqui a alguns anos. Por isso, tudo deve ser controlado: ficar menos tempo no banho, lavar louça sem água escorrendo, ligar ar condicionado até gelar e depois desligar enquanto o ambiente estiver fresco, captar água da chuva para lavar jardins e espaços que não precisem de água potável etc. Para pensarmos no futuro de nossos filhos e netos, é preciso ensiná-los no presente”, finaliza.

*PRISCILA CORREIA é jornalista, especializada no segmento materno-infantil. Entusiasta do empreendedorismo materno e da parentalidade positiva, é criadora do Aventuras Maternas, com conteúdo sobre educação infantil, responsabilidade social, saúde na infância, entre outros temas. Instagram:@aventurasmaternas