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Saúde

Você sabia que nem toda tontura é labirintite? Veja a explicação

Isso porque tontura é um sintoma presente em várias doenças; entenda

*Dra. Maura Neves, colunista de AnaMaria Digital Publicado em 22/02/2022, às 09h00

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Como saber qual tipo de tontura eu tenho? Veja as dicas - Mike Von/Unsplash
Como saber qual tipo de tontura eu tenho? Veja as dicas - Mike Von/Unsplash

Quando alguém tem uma tontura, logo é possível ouvir o comentário: "ahhhh, procure um médico, pois deve ser crise de labirintite." Isso porque labirintite é, muitas vezes, um termo usado como sinônimo de tontura. Mas você sabia que , apesar da labirintite se manifestar com tontura intensa, nem toda tontura é labirintite?

Acontece que tontura é um sintoma presente em diversas doenças. Trata-se de um termo usado para representar qualquer comprometimento do equilíbrio corporal, sendo descrita como insegurança ao caminhar, desequilíbrio e sensação de cabeça vazia, por exemplo.

Já a labirintite é uma doença infecciosa de causa viral ou bacteriana do labirinto. Pode ser decorrente de quadros gripais, meningites ou otites , atualmente sendo uma condição menos frequente. Entre outros sintomas, causa tontura também.

O QUE CAUSA A TONTURA?

A tontura está presente em diversas doenças como:

  • Condições cardíacas como arritmias, pressão alta ou baixa.
  • Doenças do açúcar: tanto a hiperglicemia quanto a hipoglicemia podem gerar tontura. O diabetes é um dos problemas.
  • Alterações hormonais, como problemas de tireoide, gestação e menopausa, entre outros.
  • Medicamentos: muitos remédios tem na sua bula tontura como efeito colateral.
  • Jejum
  • Excesso de bebida alcoólica.

Problemas na coluna cervical, como contratura muscular, dores no pescoço, artrose e torcicolos, podem causar tontura. Isso acontece pois, tanto cérebro quanto o labirinto, dependem diretamente de oxigênio e açúcar. Ambos podem variar bastante nas condições citadas acima, daí a frequência alta da tontura nestas condições.

MAS E A TONTURA QUE VEM DO LABIRINTO?

As doenças do labirinto são chamadas de labirintopatias. As mais frequentes são:

Vertigem postural paroxística benigna ( VPPB): neste caso, os "cristais" de dentro do labirinto se desprendem do local correto e provocam tontura com a movimentação da cabeça. Aí, a tontura é rápida, com duração menor de 1 minuto e normalmente não ocorre náusea. As principais queixas são: "tenho tontura quando viro na cama" ou "a tontura acontece quando olho para cima para pegar algo no armário.

Neurite vestibular: é uma inflamação do nervo vestibular, responsável pelo envio de informações do labirinto ao cérebro. Causada por quadros gripais, resfriados e outras viroses, desencadeia tonturas intensas, súbitas e prolongadas, acompanhadas por náuseas, vômitos e instabilidade ao caminhar.

Doença de meniere: trata-se de excesso de líquido dentro do labirinto, que se manifesta por tontura em crises, associado a ouvido tapado, zumbido e perda de audição.

Enxaqueca vestibular: já falei dela por aqui. É a tontura associada a dores de cabeça. A tontura acontece junto ou isolada da dor. Neste caso o cérebro tem uma sensibilidade a estímulos como luz, barulho, cheiros e movimento.

E QUAL TIPO DE TONTURA EU TENHO?

Para saber a causa da sua tontura é necessário uma boa conversa com seu médico otorrino. O tipo de tontura e a presença de outros sintomas, além de doenças associadas e hábitos alimentares, são um guia importante para chegar ao diagnóstico correto.

Mas já aviso: é frequente ocorrerem várias causas de tontura em uma mesma pessoa. Isso dificulta o controle do sintoma, sendo a causa do famoso "labirintite não tem cura."

Além da anamnese, são necessários exames de sangue para avaliar a parte metabólica, exames cervicais e ainda exames específicos do labirinto, para a confirmação do diagnóstico como audiometria, vectoeletronistagmografia, eletrococleografia ( Ecog), Vídeo Head impulse tests ( vHIT) e potencial evocado miogênico vestibular (VEMP).

Cada um tem uma indicação e um momento adequado para ser realizado. Mas isso já é tema para um outro post... até a próxima!

*DRA. MAURA NEVES é formada na Medicina pela Faculdade de Medicina da USP. Residência em Otorrinolaringologia pelo HC- FMUSP. Fellow em Cirurgia Endoscópica pelo HC- FMUSP. Doutorado pela Faculdade de Medicina da USP. Médica Assistente do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo -SP. Aqui na Revista AnaMaria, trará quinzenalmente um conteúdo novo sobre a saúde do ouvido, nariz e garganta. Instagram: @dra.mauraneves