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Comportamento / Saúde mental

Nego do Borel e a Síndrome de Hulk: entenda comportamento do cantor em 'A Fazenda'

Ataques de raiva frequentes? Explosões emocionais? Veja o que pode estar acontecendo

Letícia Lopes, com supervisão de Vivian Ortiz Publicado em 25/09/2021, às 08h30

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Nego do Borel e a 'Síndrome de Hulk': entenda comportamento do cantor em 'A Fazenda' - Reprodução/Instagram e IMDb
Nego do Borel e a 'Síndrome de Hulk': entenda comportamento do cantor em 'A Fazenda' - Reprodução/Instagram e IMDb

O cantor Nego do Borel tem chamado a atenção dos colegas de confinamento e espectadores de ‘A Fazenda 13’ pelo comportamento extremamente explosivo. Duda Reis, sua ex-noiva, deu declarações dizendo que ele se tornava agressivo com ela simplesmente por questões que não o agradavam, levando-a, inclusive, a denunciá-lo por abuso físico e psicológico.

Muitas vezes a rotina, com os problemas de trabalho, relacionamento e a própria agitação do dia a dia acabam sendo estressantes. No entanto, mudanças frequentes de comportamento alertam que outra coisa pode estar afetando a saúde mental: a ‘Síndrome de Hulk’. 

De acordo com o psicólogo Alexander Bez, esse problema envolve mudanças de personalidade e estados frequentes de frustração, que podem estar associados à rejeição, grosseria ou ignorância, como parece ser o caso de Borel. Segundo o especialista, a ‘Síndrome de Hulk’ é como um primo da agressividade, uma vez que, para aqueles que já possuem a tendência violenta, ela pode se mostrar ainda mais presente. 

COMO EU RECONHEÇO?
Perder o controle de propósito em situações específicas do cotidiano não é recomendado, mas também não está necessariamente ligado à ‘Síndrome de Hulk’, que é bem mais complexa. Sobre isso, ele explica que estar irritado de forma frequente é bem diferente de explosões acerca de situações isoladas. Entretanto, são os pequenos sinais que revelam que o grau de agressividade está em excesso e precisa ser tratado. 

De acordo com o especialista, não aceitar nenhum tipo de resposta negativa ou que as situações saiam diferentes do esperado pode significar que algo não está certo. “Uma mínima faísca já é suficiente para que a pessoa possa revelar que está mudando a sua conduta imediatamente”, afirma. 

COMO AJUDAR ESTANDO DE FORA?
A agressividade é um comportamento muito incerto. Por isso, é preciso estar atento para enxergar os sinais e interromper os ataques de raiva antes que piorem. Para ajudar alguém que esteja passando por isso, Bez explica que evitar discussões e não prolongar brigas é um bom começo, visto que pessoas com atitudes agressivas não aguentam levar desaforo para casa. 

“A agressividade é um traço de personalidade. No entanto, quando ela se associa a componentes de raiva, possessão e ciúmes, vira uma ‘bomba atômica psicológica incontrolável’”, completa. De maneira geral, a ‘Síndrome de Hulk’ pode ser leve, moderada ou grave, podendo ser relacionada a qualquer esfera da vida. Por outro lado, as situações mais comuns envolvem relacionamentos amorosos, nos quais o transtorno aumenta com muito mais rapidez e facilidade. 

Além disso, Bez reforça que, para lidar com o problema, é preciso entender que melhoras não acontecem rapidamente, já que afetam a personalidade, que nem sempre é fácil de ser modificada. “Tentar acalmar a pessoa com esse transtorno pode ser uma dica, mas não é garantia de que irá funcionar, porque a agressividade é uma resposta que vem da personalidade da pessoa, não sendo idealizada ou pensada. A pessoa simplesmente faz”, explica.

A LUZ NO FIM DO TÚNEL
Por mais que pareça complicado, a ‘Síndrome de Hulk’ é um problema que tem, sim, tratamento, mas é um cuidado longo e gradual. Segundo o psicólogo, os tratamentos mais modernos são focados em ajudar na socialização, focando no controle dos episódios. “Agressividade faz parte da esfera psiquiátrica e psicológica da pessoa, comprometendo todo o lado emocional e sentimental”, informa. “Assim, o tratamento se dá pela associação da medicação com ansiolíticos [medicamentos que tratam de distúrbios mentais, como a ansiedade] e antidepressivos, além de terapias de relaxamento psicológico e psicoterapia com psiquiatras e psicólogos”, finaliza.