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Coronavírus / Esperança

Fernanda Machado participa de estudo de imunização contra a Covid-19 a partir de leite materno

De acordo com a pesquisa, mães que já tiveram a doença podem transmitir anticorpos através do leite

Da Redação Publicado em 05/03/2021, às 13h55 - Atualizado às 13h58

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Fernanda Machado também já foi vacinada contra a Covid-19, mesmo ainda amamentando o caçula - Arquivo pessoal
Fernanda Machado também já foi vacinada contra a Covid-19, mesmo ainda amamentando o caçula - Arquivo pessoal

Fernanda Machado é uma das 900 voluntárias que estão participando de uma pesquisa sobre leite materno como alternativa para possíveis tratamentos contra a Covid-19. O estudo norte-americano investiga os anticorpos presentes na substância produzida por mulheres que já tiveram a doença.

 “Estou fazendo parte de uma pesquisa que está estudando possibilidades de tratamento para pacientes de Covid com os anticorpos extraídos do leite materno. É bem parecido com o tratamento que já existe, feito a partir do plasma sanguíneo de pessoas que tiveram o vírus. Por isso, tudo indica que o resultado do estudo com o leite materno de mães vacinadas tenha os mesmos anticorpos”, contou a atriz, que mora em Santa Barbara, nos EUA.

Vale lembrar que Fernanda já está imunizada contra o novo coronavírus. A artista, de 40 anos, tomou às duas doses, mesmo amamentando o filho caçula, Leo, de 9 meses.

Para a AnaMaria Digital, a artista comentou que quem a incentivou foi Latrina Mitchell, médica especialista em amamentação e amiga pessoal de Fernanda. “Ela me ajudou demais com os problemas que tive com o Leo. Assim, ela foi me convencendo a tomar a vacina, mesmo ainda amamentando, e a participar desse estudo clínico”, explicou.

Fernanda também comentou que oferece parte do leite materno que extrai para a pesquisa para o filho mais velho, Lucca, de quase 6 anos, com o intuito de imunizá-lo. 

A PESQUISA
A responsável pelo estudo é Rebecca Powell, professora assistente de medicina da Divisão de Doenças Infecciosas da Escola de Medicina Icahn no Monte Sinai. Ela convocou voluntárias por meio de uma chamada online no início de abril de 2020.

“Esperamos que os níveis de anticorpos sejam elevados e tenham função protetora. Isso é importante para bebês amamentados, obviamente. Além disso, se houver altos níveis de anticorpos protetores, esses anticorpos podem ser purificados e usados ​​em tratamentos em casos graves de Covid-19”, explicou, em entrevista para a Forbes no ano passado.

Por outro lado, ela deixou claro que não se trata de ingerir o leite em si. “Não recomendo a ninguém que compre fluidos corporais online e os ingira. Qualquer fluido corporal também pode transmitir outras doenças. Estou falando sobre coletar anticorpos específicos do leite e usá-los terapeuticamente”, disse. 

Qualquer mulher que esteja amamentando em Nova York pode participar do estudo. Basta bombear, congelar o leite materno no freezer de casa e inseri-lo em uma sacola com nome e data de extração. Powell coordena a coleta do material pessoalmente, em um esquema que não envolve contato físico.

No resto dos Estados Unidos, participam da pesquisa apenas mulheres lactantes que já foram diagnosticadas com Covid-19, estejam com sintomas ou sejam trabalhadoras essenciais com alta probabilidade de infecção.

A médica espera garantir financiamento para continuar a pesquisa nos próximos anos - porém, explica que os resultados podem ajudar os pacientes antes do esperado.  “Se eu observar altos níveis de anticorpos no leite, isso pode ser resolvido rapidamente”, disse, ainda para a Forbes. “Estou tentando entender isso com o FDA [agência regulatória americana, equivalente à Anvisa brasileira] sobre como os anticorpos do leite se encaixam na aprovação de emergência como possibilidade terapêutica.”