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Coronavírus / DESESPERO

Idoso passa 191 dias internado com covid-19 e agora deve R$ 2,6 milhões ao hospital

Família teve que recorrer a uma instituição particular pois não haviam vagas na rede pública

Da Redação Publicado em 06/10/2021, às 14h55 - Atualizado às 14h56

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Ventilação mecânica e hemodiálise foram alguns dos gastos do paciente - Arquivo pessoal/G1
Ventilação mecânica e hemodiálise foram alguns dos gastos do paciente - Arquivo pessoal/G1

Carlos Massatoshi Higa, de 72 anos, recebeu alta do Hospital São Camilo, na Zona Norte de São Paulo, na última segunda-feira (4). O idoso passou 191 dias internado para o tratamento da covid-19, sendo mais da metade deles intubado. Entretanto, a alegria da cura se divide com uma nova preocupação à família: a dívida deixada é de nada menos que R$ 2,6 milhões. 

Em entrevista ao G1, Juliana Suyama Higa, filha de Carlos, explicou que a família teve que recorrer ao hospital particular devido à superlotação da rede pública. “Meu pai foi internado no dia 27 de março. Foi bem naquela época em que teve um boom de internações por causa da variante de Manaus e faltou vaga em hospital público. Faltava até medicamento para intubação. No desespero, fomos direto para o particular”, relembrou. 

As complicações enfrentadas pelo idoso elevaram ainda mais o valor da dívida. Marcos foi encaminhado para a Unidade de Terapia Intensiva após dar entrada no hospital com sintomas graves de covid-19. Após quatro meses de intubação, foi mandado para o quarto, porém sofreu com convulsões e um AVC e teve que retornar à UTI. Outro custo significativo foi com aparelhos de hemodiálise. 

Atualmente, a família não esconde o desespero em arcar com a dívida: “A gente não está se recusando a pagar, se tivéssemos [o dinheiro], teríamos pagado, mas esse valor é surreal para qualquer família de classe média. Sou professora, meu pai era dono de banca de jornal. Não temos condições”, explicou Juliana. 

O caso ganhou repercussão na web e a família conseguiu cerca de R$ 50 mil em doações em uma vaquinha online. Apesar disso, ainda há a preocupação em bancar a pós-internação de Seu Marcos. 

Segundo a filha do idoso, será necessário recorrer à fisioterapia para que ele recupere os movimentos do corpo e à fonoaudiologia para as questões relacionadas à fala. “Recebemos doações de pessoas que nem conheço, mas que me escreveram contando que o conheciam da banca", em menção ao estabelecimento de Marcos na Vila Nova Cachoeirinha.

“Estamos usando esse dinheiro para custear a última internação e para pagar vários custos de pós-internação. Não temos mais condições. Mas é uma vida e vida não tem preço”, finalizou Juliana. 

RESPOSTA DO HOSPITAL

Em nota, o Hospital São Camilo reforçou que internações de longa permanência implicam altos custos, especialmente em diagnósticos de covid-19. "No caso em questão, as informações eram atualizadas constantemente à família. A instituição reforça sua missão de cuidar e valorizar a vida, priorizando a excelência dos serviços prestados, e segue à disposição para quaisquer esclarecimentos”, explicou.