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Descomplica / Relacionamento

Conselho de amiga: existe amor à segunda vista?

Será que existe amor à segunda vista? Confira o conselho de amiga desta semana

Da Redação Publicado em 12/01/2020, às 08h00

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Ciclos que parecem ter a necessidade de serem concluídos, trazendo de volta amores que não se conformaram com o fim - Banco de Imagem/Getty Images
Ciclos que parecem ter a necessidade de serem concluídos, trazendo de volta amores que não se conformaram com o fim - Banco de Imagem/Getty Images

“Parece que ela se separou. Encontrou um ex-namorado dos tempos de colégio. Viúvo, com filhos criados. Estão juntos e parece que agora, finalmente, vão ser felizes para sempre.” 

Vira e mexe me deparo com um relato mais ou menos assim. Uma espécie de resgate que não espera outra vida para acontecer. 

Ciclos que parecem ter a necessidade de serem concluídos, trazendo de volta amores que não se conformaram com o fim. 

Deixamos essas pessoas importantes para trás, sem entender muito bem o porquê: uma briga, um desencontro, um “cada um seguiu para um lado” e, quando nos damos conta, já é tarde para desfazer malfeitos. 

Você casou, ele casou. Você mudou de cidade, ele mudou de país. Não sobraram nem os amigos em comum e vocês se perderam, sem nunca terem desocupado o coração um do outro. 

Passam-se os anos e as lembranças vão ficando mais desbotadas. Mas você sempre arranja um jeito de mencionar o nome dele em uma conversa, de contar um caso, uma história na qual eram os protagonistas, nem que seja uma história inventada. 

Uma tentativa de trazê-lo para o mundo real, de misturá-lo com o agora. Quando os dias escurecem e os caminhos parecem mais estreitos, você se pega redesenhando sua trajetória pregressa. 

Desfaz a briga, não muda com a família ou decide pelo curso que os colocaria sentados lado a lado na sala de aula da faculdade. Até que um dia alguém decide puxar a linha, aquela que havia ficado sem arremate, e lá estão vocês novamente, um diante do outro. 

A princípio, menos pelos cabelos brancos e pelos corpos que mudaram de forma, e mais pelo excesso de bagagem, não há reconhecimento. 

Mas é nas entrelinhas, naqueles pedacinhos de antigamente, que escapam nos gestos, no jeito de olhar e de sorrir, que sentimos o gosto bom do reencontro, e não apenas com o outro, mas com a gente mesmo. 

Como se, ao resgatar o passado, ganhássemos de presente um novo livro com páginas em branco, nos dando a possibilidade de reescrever o fim da história. 

WAL REIS é jornalista e profissional de comunicação corporativa. Escreve sobre comportamento e coisas da vida: www.walreisemoutraspalavras.com.br/blog/