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Dicas de Beleza / Entrevista exclusiva

"Vamos parar de achar que a vida acaba depois que os netos nascem", diz Solange Frazão

Aos 56 anos, ela representa o fim do estereótipo das avós que abrem mão de si para cuidar dos outros

Fabricio Pellegrino Publicado em 17/03/2019, às 15h00 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h46

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Solange Frazão - Máximo JR./Assessoria Solange Frazão
Solange Frazão - Máximo JR./Assessoria Solange Frazão

Apaixonada pelos netos – Thiago, 1 ano, Malu, 7 meses, e Tom, 5 meses –, a incansável Solange Frazão, 56 anos, representa o fim do estereótipo das avós que abrem mão de si para cuidar dos outros.  “Podemos ter mais autoestima, beleza, saúde, disposição e vontade de viver”, defende a musa fitness, que namora o empresário Pyero Tavolazzi, 33. 

Prestes a estrear um programa na Band, a mãe de Bruna, Thabata e Lucca falou à AnaMaria sobre o novo trabalho, sua malhação voltada à menopausa, a cautela com procedimentos estéticos e o legado que deixará para o público e a família.

Como reagiu à notícia de que seria avó pela primeira vez?
Foi emocionante! Chorei um dia inteiro! Afinal, a minha filha ia ser mãe, a princesa que cuidei com amor estava gerando um filho sangue do meu sangue... quase não consegui acreditar. Imaginei que esta reação fosse só com o primeiro neto, mas me emociono a cada “mamãe estou grávida”. 

O que aprendeu com a sua avó e quer ensinar aos netos?
A avó Edwiges nos deixou quando eu tinha 4 anos. Mas lembro da sua voz calma. Convivi mais com a avó Amelinha. Ela era a vovozinha que fazia bolinho de chuva, gemada, contava história para dormir. Posso sentir suas mãozinhas macias, voz doce, olhinhos profundos e verdadeiros, os passos lentos como se pisasse em plumas. Trago muitas coisas delas em meu coração: falar a verdade, nunca discutir ou bater, ser carinhosa, olhar no olho de verdade, abraçar com boas energias e nunca mentir a um neto ou filho.

Já identifica traços nas personalidades dos netos?
O Thiago, talvez por ser o primeiro, é supercarente. Ama ser paparicado e já tem ciúme dos outros. Não quer dividir a vovó com os outros [risos]. Além disso, ele é determinado.  Quando não está feliz, avisa. Mas nada que não saibamos negociar com um carrinho, sua paixão. 

E os outros dois?
Percebemos a personalidade forte da Malu [igual a da mãe, Bruna] quando não está feliz: ela chora tão alto e em tom agudíssimo que até tapamos os ouvidos [risos]. Mas é uma princesa delicada. Tem mãozinhas e pezinhos de bailarina. Além de sorrir sempre. Já o Tom será descolado. Superindependente, resolve os problemas sozinho porque as pessoas estão ocupadas com os mais velhos. Só não resiste a um “mamá” da mamãe. Por isso, o chamamos de “bolota”. Ele mama a cada duas horas, dia e noite [risos]. Será o mais calmo dos netos.

Já passou perrengue com eles?
É corriqueiro chorarem e eu não saber o que fazer. Quando o filho é seu, você se vira. Mas com o neto me atrapalho por não viver a rotina deles. Chega a ser engraçado. Exemplo: quando o neto não quer comer, pois prefere o chocolate da vovó; quando chora no shopping e você não tem leite do peito para dar. O importante é fazer o melhor sem se desesperar. 

O que os seus netos podem esperar da vovó Solange?
Aqui não terá doces, refrigerantes nem salgadinhos. Ofereço frutas e coisas saudáveis. Mas já comprei pipoca doce, pois o Thiago ama. Chocolate e sorvete também. É tão bom ver aquelas carinhas comendo guloseimas [risos]. Mas quero que sejam saudáveis e esportistas desde cedo. Já levei bronca por ter dado chocolate em troca do leite. Coisas de avó [risos]. 

E o que eles não devem esperar?
Que eu seja a vovó que faz crochê, que costura a barra da calça, prepara bolos e tortas, balança na cadeira ou vê a vida passar pela janela. Quero ser exemplo de saúde e de tudo que construí. Mostrarei que a garra e a determinação são a chave da vida. Espero que copiem da avó a confiança em si e a disciplina, sejam pessoas de bem e façam algo bom para o próximo, os bichos e o planeta.

O que suas filhas aprenderam com você e replicam com eles?
O gosto por esporte, que deve vir de berço. E, no geral, a vida saudável. 

Onde errou como mãe e gostaria de acertar como avó?
Modéstia à parte, acho, não errei. Fiz o que pude com amor. Estive presente e isso é essencial para a educação da criança. Ser um bom exemplo vale muito. Como avó quero seguir com a minha trajetória e história verdadeira. Saúde é nossa maior preciosidade.

Qual a melhor coisa em ser uma avó tão jovial?
Ter saúde para participar de momentos importantes deles. Luto por isso! Nadar, correr, brincar, pular, subir em árvores, tomar chuva... Faço a minha parte para realizar este sonho. E, lógico, ser chamada de vovó mais linda do Brasil é incrível!

Por quais problemas passou e gostaria que seus netos não precisassem enfrentar? 
Não posso me queixar. Vivi uma infância incrível. Aprendi tudo que sei devido à infância e adolescência no esporte. Também vivi tempos em que podia brincar na rua, ir para a escola a pé. Naquela época não existiam preconceitos nem bullying, éramos iguais. Não havia tantos medos ou inseguranças. Meus filhos não tiveram os mesmos privilégios. Peço a Deus, nesses tempos difíceis, que nossos governantes proporcionem a todos mais de segurança, educação e paz.

Que diferenças enxerga em ser avó hoje em comparação ao tempo das suas avós? 
Muitas! Visão de vida, principalmente, e independência financeira. Hoje, vejo uma avó mais criativa, que se ama mais, não se anula e ainda quer viver as maravilhas da vida. Queremos ser mais felizes. Somos mais reconhecidas como mulher, pelos nossos talentos e queremos alcançar o sucesso. Somos avós modernas com uma vida pela frente. Antes de sermos avós, treinávamos para ser mulheres maravilhas.
Hoje somos vencedoras!

Que mitos e preconceitos contra o envelhecimento a sua postura ajuda a quebrar?
Podemos ser avós com mais saúde, autoestima, beleza, disposição e vontade de viver. Vamos acabar com o estereótipo de que a vovó está sempre acima do peso, não pode dirigir nem escolher suas viagens, deve ficar na janela aguardando o momento final, precisa cuidar de todos e deixar a si de lado, não tem coragem de recomeçar nem disposição. Temos que parar com essa história de que a vovó não quer passar um batom vermelho ou tomar vinho com as amigas. Vamos lutar contra o medo do preconceito e parar de achar que a vida acabou depois dos netos... Pelo contrário, a vida pode começar agora.

Seus cuidados de beleza mudaram com o tempo?
Sou a mesma de sempre. Pratico exercícios e como saudavelmente. Hidrato a pele diariamente e  jamais durmo de make. Vou à nutri, dermatologista, ginecologista e endócrino e faço a minha parte de prevenção. Não vivo em função da beleza, mas da saúde, pois com saúde tudo se encaixa bem. Esse é o maior segredo que as pessoas não levam a sério. Antes de fazer preenchimentos, deveriam comer saudável e fazer exercícios.

Que atividade física pratica?
Diversifico bastante. Agora estou com um treino específico para a menopausa. Muita disciplina e treinos diários de segunda a sexta: 30 minutos de musculação e 30 de aeróbio [bike, corrida, escada]. O treino é curto, mas intenso, com muito peso e sem descanso. O foco é aumentar a massa muscular e reduzir gordura. A menopausa provoca perda de músculo e o ganho de gordura. Exercícios são o meu maior aliado contra o envelhecimento e suas consequências. Também pratico vôlei e corro, além de ioga, alongamento e meditação.

E procedimentos estéticos?
Costumo pegar leve porque gosto de algo natural. Não quero parecer uma boneca, mas ser real com alguns ajustes no momento certo. A mulher fica mais bonita sem exagerar nos procedimentos. Faço botox duas vezes ao ano e alguns aceleradores do colágeno natural uma vez ao mês. Amo hidratantes e não saio sem protetor solar. E uma boa noite de sono estimula o hormônio da beleza.

Como é a sua dieta?
Também diversifico e experimento novas receitas com ingredientes fantásticos – castanhas, nozes, avelã, coco, farinha de coco... A ciência tem produtos incríveis para a saúde das nossas células e que ajudam no rejuvenescimento. Não concordo com dietas, mas sim com estilo de vida para sempre. Não como doces, guloseimas, refrigerantes, frituras e farinhas brancas! Faço cinco refeições, tomo suplementos pós-treino [whey protein e glutamina] e algumas vitaminas e sais minerais. 

O que a idade lhe trouxe de melhor?
Conhecimento, liberdade, segurança, confiança, independência, força, equilíbrio, determinação para fazer boas escolhas, discernimento, calma, paciência, um novo amor, netos, tranquilidade profissional, conversas com Deus... Tudo isso veio apenas depois dos meus 50 anos de idade! Se eu pudesse aconselhar os mais jovens, diria: calma, tudo dará certo, pois tudo que tiver que ser, será.

Como será a sua atração na Band?
Ainda estamos formatando. Muito provavelmente, será pela manhã e terá tudo o que alguém precisa para passar um dia mais feliz e saudável. Aliás, aceito sugestões para o nome da atração. Será um sonho realizado! 

Qual o foco das palestras motivacionais que você faz?
Me sinto muito honrada por ter me transformado em um produto de credibilidade e ser eleita referência pelas mulheres. Fico feliz e me sinto responsável em estar cada dia melhor e ser exemplo para todas. A palestra é meu grande xodó, pois toco o coração das mulheres. Sei que meu exemplo e minha história pode, sim, ser um ponto de partida para a felicidade ou para a mudança de estilo de vida de alguém. Não sou referência só pela minha aparência, mas também por minha história, que não é diferente das histórias que já ouvi. Porém, sou muito determinada e segui em frente. Amo meu trabalho e meu propósito de estar nesta vida para deixar um legado.