Educadora financeira mostra que planejamento financeiro requer conhecimento
Lidar com as finanças pode parecer uma tarefa complicada, principalmente quando não existe conhecimento sobre o próprio orçamento e controle de gastos, o que facilita o surgimento de dívidas, contas em atraso e a sensação de estar sempre no vermelho e sem dinheiro.
Em abril, o percentual de famílias brasileiras endividadas e inadimplentes chegou a 77,7%. Os dados são da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), maior índice registrado em 12 anos desde o início da pesquisa, em 2010. Se você está preocupado com as contas, ou não, está na hora de um detox financeiro.
Arrumar o orçamento é simples, fácil e está ao alcance de todos. Para ajudar você nessa empreitada, Ana Maria Digital conversou com a educadora financeira Dani Coninck, e traz cinco dicas para te ajudar a começar a organizar as finanças. “Saber quanto dinheiro entra e quanto sai é o primeiro passo para conquistar grandes objetivos, já que é a clareza que traz tranquilidade financeira”, afirma a especialista.
O início da sua organização financeira começa com o conhecimento da sua renda, mas não apenas a mensal. Por isso, é importante considerar outras quantias além do salário, e listar, por exemplo, o recebimento de 13º, abono salarial do PIS/PASEP, férias, restituição do imposto de renda, prêmios, participação nos lucros, entre outros.
Geralmente, quando esse dinheiro que nem sempre é contabilizado chega, acaba sendo utilizado em algo que não estava definido e por isso é importante visualizar a sua renda de maneira total, facilitando a criação de metas de investimento.
Para fazer um detox financeiro é preciso olhar para o quanto você gastou nos últimos 30 dias. Mas, calma… não é para sair anotando tudo, e sim, os gastos recorrentes. É importante também detalhar a fatura do cartão de crédito e o seu extrato bancário, para saber exatamente o que você fez com o dinheiro, separando por segmentação (moradia, vestuário, alimentação etc).
Ao conhecer o seu perfil dos últimos três meses, você vai ter previsibilidade e controle do que vai acontecer na sua vida financeira, podendo definir metas de gastos para cada categoria de despesa.
Nessa parte do processo, você precisa entender a sua renda e definir o seu teto de gastos, que é o quanto do seu dinheiro está comprometido com contas, financiamentos e outros pagamentos. O ideal é que seus gastos sejam menores do que sua renda total e essa diferença restante, chamada de aporte mensal, seja destinada a investimentos.
No começo, é comum que o dinheiro do mês esteja comprometido com pagamentos de carro e imóveis e parcelas de compras realizadas no cartão de crédito, entretanto, é necessário usar esse valor para investir.
Não adianta fazer metas e não acompanhá-las. Planejar é importante para entender com o que você está gastando e 30 minutos por semana são suficientes para olhar o seu extrato, a fatura do cartão de crédito, visualizar suas metas de gastos por categorias e saber o quanto do orçamento já foi utilizado. Aqui, a fatura cartão tem um papel importante, caso você centralize todos os seus pagamentos na função crédito, ficando muito mais fácil a visualização e controle.
Neste caso, vale responder as perguntas: “1. O que eu quero? 2. Quando eu quero? 3. Quanto custa?” antes de definir qualquer objetivo. Depois de saber os planos a longo prazo e nomeá-los, está na hora de investir, dando destino ao aporte mensal, afinal, investimos para gastar depois.