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Educação Financeira: entender de finanças ainda na infância faz toda a diferença 

Veja a importância de lidar com dinheiro antes de chegar na fase adulta

*Juliano Schimiguel, colunista de AnaMaria Publicado em 22/01/2021, às 09h20 - Atualizado em 27/01/2021, às 13h59

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Cofrinho é uma opção para ajudar os pequenos a guardarem dinheiro - Pixabay
Cofrinho é uma opção para ajudar os pequenos a guardarem dinheiro - Pixabay

A educação financeira é fundamental para a formação cidadã de crianças e adolescentes. Isso porque os conceitos e práticas sobre o uso racional do dinheiro possibilitam que o jovem utilize seus recursos de maneira responsável, gastando somente se tiver condições de pagar.

E quem não gostaria de ter aprendido mais sobre dinheiro na infância? Muitos, ao chegarem à vida adulta, não fazem a mínima ideia de como gerenciar o próprio salário. Já aqueles que aprenderam a lidar com as finanças ao longo do tempo, certamente gostariam que os filhos fossem educados financeiramente, não é mesmo?

DISCIPLINA É IMPORTANTE
Em relação às crianças na faixa de 6 a 10 anos, o ideal é que elas guardem seu dinheiro e que tenham disciplina para tal, de forma a não adquirirem bens supérfluos. Uma sugestão é que os pais criem a cultura delas ajudarem nas tarefas diárias. Desta forma, elas ganham seu próprio dinheiro por esses “pequenos serviços” de casa, após terem realizado esta ou aquela atividade. 

Neste ponto, a minha dica é que os pais ofereçam o bom e velho cofrinho para a criança guardar suas economias, apesar de que o ideal seria um frasco transparente, para que se veja o dinheiro 'crescendo'.  

No entanto, também é muito importante que os pequenos aprendam a gastar o dinheiro, pois é uma maneira de dar valor ao mesmo. Numa situação fictícia, entregue o dinheiro para seu filho e solicite para que ele mesmo compre seu lanche ou pastel na banquinha da feira, por exemplo. (Sem perder a criança de vista, claro! rs) 

Será uma situação em que o pequeno vai aprender a fazer o pedido, a entregar o dinheiro, receber o troco e verificar se está correto. Ah! Existem bancos digitais que oferecem a conta digital kids, onde as crianças podem fazer investimentos, comprar seus lanchinhos, fazer transferências para pais e irmãos, etc.

E que tal chamar a criança para fazer as compras no supermercado? Peça que ela ajude a gerenciar a lista de compras, a escolha dos produtos e a encontrar promoções, além de pesquisar e comparar preços. Nesta situação, elas devem ser estimuladas a realizarem escolhas e compras inteligentes. 

Um exemplo: se ela desejar comprar determinado brinquedo, ajude-a a refletir. A criança deve pensar e escolher entre várias opções e optar por aquele item que seja mais necessário e importante para ela naquele momento.

MAS DE ONDE VEM O DINHEIRO?
Eles também precisam entender que coisas que nos dão conforto custam dinheiro, como o chuveiro (a água quentinha), o computador (a energia para funcionar, a conexão com internet), a geladeira (e a comida dentro), o fogão (o gás de cozinha), o telefone (tv a cabo, telefone), o carro (seguro, manutenção, combustível), etc. 

Assim, as crianças devem saber como usar melhor esses recursos financeiros, por exemplo, economizando água no banho, ao lavar o carro, desligando aparelhos eletrônicos que estejam ligados de forma desnecessária, não jogando comida fora, não deteriorando ou destruindo o patrimônio público, como as carteiras e cadeiras de uma escola pública. 

Os pequenos também precisam entender como os pais ganham dinheiro, e que isso acontece em troca da força de trabalho. Exemplos pertinentes nesse sentido podem ser:

  • Tenho uma loja e ganho dinheiro com o lucro das vendas dos produtos; 
  • Trabalho como técnico em eletrônica em uma indústria e recebo um salário por isso; 
  • Ganho dinheiro com investimentos, com aluguel de um imóvel que tenho; 
  • Sou jardineiro e presto serviços de corte de gramas em residências e recebo dinheiro por isso.

É claro que uma criança ainda não pode trabalhar, mas ela pode ajudar em tarefas domésticas, como arrumar a cama, lavar a louça, varrer a casa, etc... Talvez, poderia ser até bonificado por seus pais por isso (Giovanni e Giovanni Jr., 2015 - FTD - O dinheiro e o valor das coisas).

Ah! E por fim, para refletir um pouco, um velho ditado popular que já ouvimos por aí: “não importa o quanto você ganhe; importa o quanto você guarda”. Ou seja, de nada adianta você ganhar um salário de R$ 9 mil, se você guarda R$ 300 por mês. E outra pessoa que ganha R$ 5 mil, guarda R $1500.

JULIANO SCHIMIGUEL é Pesquisador, Orientador de Doutorado e Mestrado, Professor Universitário (Universidade Cruzeiro do Sul, Centro Universitário Anchieta) e escreve sobre tecnologias da informação e comunicação (TICs), além de seu impacto na sociedade e no ensino e aprendizagem. Para encontrá-lo, basta acessar seu Linkedin ou mandar um e-mail: schimiguel@gmail.com