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Família/Filhos / Terceira idade

Dúvidas sobre como cuidar de idosos? Veja as principais cautelas a serem tomadas

Confira os principais cautelas a serem tomadas ao cuidar de idosos

Wal Reis Publicado em 29/12/2019, às 15h00

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Envelhecer é um processo natural e acontecerá com todos - Banco de Imagem/Getty Images
Envelhecer é um processo natural e acontecerá com todos - Banco de Imagem/Getty Images

Os sinais chegam aos poucos: as passadas não acompanham mais as suas, eles custam a entender o que lhe parece óbvio e alguns esquecimentos e negligências fazem parte da rotina. Sim, seus pais estão envelhecendo

Aceitar isso é o primeiro passo para uma nova organização, que envolve doses de compreensão e paciência, mas, principalmente, amor e respeito com quem sente o peso dos anos. Porém, acredite, dá para lidar com a realidade atual sem fazer com que as limitações da idade configurem uma tragédia. 

Primeiro, afaste possibilidades de patologias severas, como Alzheimer e demências causadas por problemas vasculares ou medicamentosos. Em segundo lugar, saiba, você segue sendo filha, mas de uma mãe (ou pai) mais velha (o). 

“O fato de nossos pais precisarem de cuidados específicos não os coloca na situação de filhos. Eles têm todo um percurso, uma história de vida que não se apaga só porque estão mais vulneráveis”, explica a psicóloga, psicanalista vincular e psicoterapeuta Andreza Buzaid. 

“No Brasil existe a tendência a tratar quem é mais frágil ou diferente da maioria como café com leite, sem direitos. Isso é preconceito. A mudança vem por meio da conscientização. Todos temos direitos iguais: de ir, vir e ocupar o espaço que desejarmos, independentemente da idade”, destaca a profissional. 

Envelhecer é um processo natural e acontecerá com todos. A psicóloga lembra que o estilo de vida do idoso, seus desejos e necessidades não desaparecem porque estão envelhecidos. 

“Por isso, a autonomia deve ser estimulada e preservada. Essa medida influenciará diretamente na qualidade de vida desse envelhecer”, defende. Logo, tratar os pais como filhos dificulta o processo. Então, como cuidar deles? A resposta está nesta reportagem.

CUIDE SEM ANULAR

  • Peça conselhos: dependendo do tema, as pessoas mais maduras podem apontar bons caminhos para você.
  • Respeite as escolhas: quando não há comprometimento cognitivo, os idosos podem (e devem!) tomar decisões para questões do dia a dia, como compras, ir ou não a um evento, viagens, o que fazer com o dinheiro deles... Orientá-los e apontar perigos é uma coisa, cercear é outra bem diferente.
  • Coloque-os a par das histórias: por mais que seja trabalhoso explicar-lhes algumas questões, problemas familiares e afins, nunca os deixe de fora. Diga-lhes o que fez no seu dia, comente a novela e os atualize sobre os acontecimentos.
  • Participação total: se o idoso gosta de cozinhar, costurar, lavar o carro, ir ao supermercado ou cuidar dos netos, não tire dele esse privilégio. Tais tarefas podem ser assistidas com discrição ou cercadas de cuidados prévios para evitar acidentes, mas as precauções valem a pena para mantê-los ativos e úteis.
  • Saia da rotina: realizar periodicamente atividades de lazer ou culturais que tirem o idoso de casa é uma boa pedida.

NÃO FAÇA COM OS IDOSOS

  • Conversar em linguagem tatibitate. E nem fale sobre eles na frente de outras pessoas como se não estivessem presentes;
  • Reclamar do quanto está cansada de lidar com pessoas mais velhas;
  • Chamar a atenção deles como se repreendesse uma criança de forma incisiva diante de um deslize;
  • Retirar obrigações do dia a dia, como o pagar algumas contas, fazer compras, organizar remédios…

É NECESSÁRIO!

  • Falar mais alto e pausadamente. Trocar informações com pessoas estratégicas – empregados, cuidadores, médicos – sobre os cuidados com seus pais, sem que estejam por perto e se sintam constrangidos. 
  • Criar um protocolo pessoal para que as precauções com os mais velhos impactem o menos possível na sua própria rotina: ao se negligenciar, você não terá condições emocionais para cuidar de quem também precisa de você. 
  • Na ocorrência de deslizes/lapsos, em momento oportuno e particular, converse com o idoso, explicando a ele os pontos que podem ter causado alguma confusão e indique soluções. 
  • Ajude-os a fazer planilhas de contas a serem pagas, listas de supermercado e demais arranjos que facilitem a rotina.

É NORMAL!
À medida que envelhecemos, os sistemas do nosso corpo diminuem gradualmente a capacidade e o rendimento. Com o cérebro não é diferente. Abaixo, veja quais são as dificuldades naturais para pessoas a partir dos 65 anos, em média: 

  • Limites para aprender algo novo: memorizar uma informação inédita pode levar mais tempo. 
  • Problema para realizar multitarefas: o processamento fica mais lento e pode atrapalhar a velocidade de execução e o planejamento de tarefas paralelas. 
  • Falhas para lembrar nomes e números:  a memória estratégica, que ajuda a guardar esses dados, começa a diminuir a partir dos 20 anos. 
  • Sacrifício para recordar frases ou nomes de pessoas não muito próximas.